Brasil só empata com a Jamaica e dá adeus precoce a Copa do Mundo
Seleção sucumbe a forte ferrolho defensivo e volta a sofrer eliminação na fase de grupos após 28 anos; partida foi o adeus de Marta em mundiais
Acabou cedo para a seleção brasileira o sonho de conquista do inédito título da Copa do Mundo feminina. Nesta quarta-feira, 2, a equipe comandada pela técnica sueca Pia Sundhage não conseguiu furar o forte ferrolho defensivo da Jamaica e acabou eliminada da competição.
Foram 18 finalizações, 73% de posse de bola, mas sem tirar o zero do placar no estádio Melbourne Rectangular, na Austrália. O resultado acabou sendo insuficiente para as brasileiras, já que na outra partida do grupo F a França goleou Panamá por 4 a 1 e terminou na liderança.
A eliminação precoce no torneio representa, em nove edições disputadas, a terceira queda brasileira na história ainda na fase de grupos – a última delas havia acontecido em 1995, na Suécia. Antes, em 1991, o país também sucumbiu na mesma fase.
Precisando do resultado, o Brasil iniciou a partida embalado pela escalação de Marta pela primeira vez como titular na competição. A lendária atacante, que passou por cirurgia no joelho no último ano, só havia feito seis partidas completas na temporada, todas pelo Orlando Pride.
Logo no primeiro minuto, aumentaram as esperanças de classificação o gol marcado pelas panamenhas na partida diante das francesas. O resultado levaria o país a precisar somente do empate com a Jamaica para seguir em frente.
A empolgação, porém, se converteu em preocupação. A França virou ainda no primeiro tempo, enquanto o Brasil tinha dificuldades para furar o paredão defensivo formado pela Jamaica, atuando no esquema 4-1-4-1, buscando sempre a isolada atacante Khadija Shaw. O Brasil tentava no 4-2-3-1.
A primeira chance surgiu aos quatro minutos, com Marta. A Rainha chutou por cima do gol defendido pela goleira Spencer, uma das principais personagens do jogo.
A melhor oportunidade da primeira etapa, porém, só chegou aos 37 minutos, após lançamento de Ary Borges que terminou com finalização de primeira de Tamires, defendida em dois tempos por Spencer. Foram oito finalizações, cinco delas acertando o gol adversário.
No segundo tempo, Pia tentou uma mudança: tirou Ary Borges, autora de três gols na estreia, para a entrada de Bia Zaneratto. O Brasil atacava no 4-2-4, e aproveitou o cansaço físico das jamaicanas para tentar pressionar. No entanto, insistia nas jogadas pelo lados e cruzamentos sem jogadora de referência na área.
A Jamaica, por sua vez, baixou as linhas de marcação e apostou em contra-ataques nas costas nas laterais do Brasil, que deixavam espaços. A atacante Shaw foi a mais acionada e passou a dar trabalho para a defesa brasileira.
Pia se mostrou muito previsível. As substituições não foram nada ousadas, quase sempre fazendo trocas da mesma posição – ainda entraram a volante Duda Sampaio no lugar de Luana e a atacante Andressa Alves no de Marta. A última tentativa foi a atacante Geyse na vaga da lateral Antonia.
O Brasil também não demonstrou nenhuma variação tática e insistiu sempre pelos lados, mesmo com a Jamaica fechando o corredor do campo.
No fim, a seleção quase chegou ao sonhado gol em oportunidades desperdiçadas com Debinha, ao 41, e, principalmente, em uma confusão na área após cobrança de escanteio, aos 48. A atacante teve atuação bastante apagada.
O resultado deixa a seleção na terceira colocação, com quatro pontos. A Jamaica termina em segundo, com cinco, enquanto a França é a líder da chave, com sete.