Publicidade
Publicidade

Façanha da Colômbia faz até jornalistas ‘perderem a linha’ nos EUA

Na Copa América, torcedores e profissionais de imprensa quebram 'protocolos' e não escondem empolgação por boa fase que pode terminar com título

A campanha invicta da Colômbia até aqui na Copa América provoca comoção entre torcedores e até jornalistas do país presentes na cobertura do torneio. Não foram poucos os momentos em que os profissionais de imprensa quebraram os “protocolos” exigidos pela Conmebol, entidade que rege a competição.

Publicidade

O caso mais famoso envolveu o repórter colombiano Jaime Dinas com James Rodríguez, mas não foi o único. O vídeo do profissional rasgando elogios ao camisa 10 após a vitória por 5 a 0 contra o Panamá, na zona mista de entrevista do State Farm Stadium, em Glendale, no Arizona, viralizou nas redes sociais.

O país precisa agora vencer o Uruguai para voltar a uma final após 23 anos nesta quarta-feira, 10, às 21h (de Brasília), no Bank of America Stadium.

Publicidade

“Gênio, você dorme com uma lâmpada?”, iniciou perguntando Dinas. Constrangido, o meia riu e respondeu protocolarmente: “não, eu só tento ajudar os meus companheiros para que possam fazer as coisas bem. Estamos passando por um bom momento”.

O jornalista, então, insistiu: “em que momento utiliza a lâmpada? Trouxe-a ao estádio?”. James responde de forma parecida, mas Dinas o desconcerta novamente com novos elogios dizendo que “não era um jogador de futebol, mas um extraterrestre”.

O jogador nega, mas o mesmo insiste: “eu creio que sim”. Dinas ainda pergunta se já concorria ao prêmio de melhor jogador do torneio, respondida de forma cautelosa pelo jogador.

Publicidade

Na mesma zona mista, em outro momento, um dos repórteres presenteou a James com um broche de coração com as cores da bandeira colombiana.

James Rodríguez: um gol e cinco assistências durante a Copa América - Jamie Squire/Getty Images via AFP
James Rodríguez: um gol e cinco assistências durante a Copa América – Jamie Squire/Getty Images via AFP

Os episódios registram um pouco da enorme euforia local pela retomada do país desde a chegada do técnico Néstor Lorenzo, em junho de 2022, aplaudido por diversas vezes pela maior parte dos jornalistas sempre que se posiciona para conceder entrevistas, antes e depois dos jogos. A atitude também gera reprovação de representantes da Conmebol.

O ex-zagueiro argentino de 58 anos comanda um período visto como mágico no país, ausente da Copa do Mundo do Catar. Com ele, são 23 jogos de invencibilidade, com 17 vitórias e seis empates, um aproveitamento de 82,6% com direito a triunfos sobre adversários de peso como Brasil, Alemanha e Espanha.

“Hoje a imprensa colombiana vive um momento inusitado. Para a grande maioria é a primeira vez que veem uma seleção absolutamente favorita ao título e se deixaram contagiar por isso. Mais do que como jornalistas, mas como colombianos que são”, avalia o jornalista Julian Collazos, do página de Instagram Noticiero 90 Minutos y Tu Barco.

“Os jornalistas também encontram no futebol uma mudança de ambiente com a realidade do país. Embora esta tarefa não deva ser tão perceptível e manter as proporções e critérios de objetividade no seu trabalho como repórteres, o atual momento da seleção imbuiu-os de um otimismo que lhes permite analisar mais do que com o coração, fazem-no com a cabeça”, completa.

LEIA MAIS:

Lorenzo estava no Melgar, do Peru, vivendo sua primeira experiência como técnico quando foi chamado para assumir. Ele havia trabalhado com José Pekerman na própria seleção principal entre 2014 e 2018.

Durante a partida em Phoenix, representantes da Conmebol precisaram em diversos momentos conversar com os jornalistas para contê-los por condutas consideradas inadequadas como cantar alto o hino nacional do país e extravasar nas comemorações nos gols.

O tom da entidade chegou a subir com a possibilidade de reter credenciais. “Se estão aqui, se comportem como jornalistas. Se querem manter este tipo de conduta podem se juntar aos torcedores”, disse eles uma funcionária presente na tribuna da imprensa do State Farm Stadium.

Néstor Lorenzo segue invicto no comando da Colômbia - Omar Vega/Getty Images via AFP
Néstor Lorenzo segue invicto no comando da Colômbia – Omar Vega/Getty Images via AFP

No caminho para a entrevista de Lorenzo no Bank of America Stadium, um dos jornalistas abordados por PLACAR disse: “é o técnico da moda”. Perguntando se uma derrota mudaria esse cenário, ele respondeu: “Néstor nunca vai perder”.

Dentro de campo, a façanha de fato tem muito peso: são três vitórias e um empate, com 11 gols marcados e somente dois sofridos.

James, por sua vez, tem um gol e cinco assistências diretas para companheiros balançarem as redes. A comparação é com o feito do único título do torneio de 2001, disputado na Colômbia.

A trajetória daquele ano terminou com 100% de aproveitamento: seis vitórias, 11 gols marcados e nenhum sofrido. O atacante Aristizábal foi o artilheiro, com seis gols.

Para fazer parte da nossa comunidade, acompanhe a PLACAR nas mídias sociais. Siga o canal no WhatsApp e fique por dentro das últimas notícias.

Publicidade