O Brasil foi eliminado de forma precoce, neste sábado, 6, na Copa América 2024. A derrota nos pênaltis para o Uruguai foi resultado de 90 minutos de bola rolando em que as duas equipes entregaram muita vontade e pouco futebol. No meio deste cenário, o meio-campo da seleção brasileira se tornou o grande vilão, com pouca criatividade, movimentação, dinâmicas e quaisquer outros mecanismos com a bola no pé. A deficiência foi uma característica da equipe de Dorival ao longo de todo o torneio.

Em noites de clássicos, é comum que desiguais, naturalmente, se igualem. Se o Uruguai encantava, goleando e saindo como grande destaque do torneio, e o Brasil agonizava, em jogos ruins e pouca produtividade, tudo ficou nivelado quando a bola rolou.

Além dos planos táticos, o jogo gritava para a necessidade de competir. Aspecto esse que não faltou para nenhum dos lados, muito pelo contrário. No jogo, não faltaram divididas, faltas e pressão.

Por outro lado, todas essas valências superaram um importante ponto: o técnico. Assim, o meio-campo que não conseguiu trabalhar com a bola ficou ainda mais marcado como o problema crônico desta seleção brasileira.

Desde o primeiro minuto de Copa América, João Gomes, Bruno Guimarães e Lucas Paquetá foram destaques negativos. Bancados e mantidos por Dorival, aqueles que deveriam fazer o time girar falharam na missão.

Formada exclusivamente por jogadores de times da Premier League (Wolves, Newcastle e West Ham – nenhum deles do famoso big six), a trinca não engrenou. Isso junto a uma enorme dificuldade da equipe em realizar saídas de bola sob pressão, o Brasil se viu nulo de criatividade no setor central, o que obrigou o time a abusar de bolas esticadas, que em grande maioria foram interceptadas.

Em quatro jogos de Copa América, a seleção brasileira passou dois jogos em branco (Costa Rica e Uruguai). Na vitória contra o Paraguai e no empate com a Colômbia, apenas Paquetá participou de gols: foram dois, um de bola parada e uma assistência para Vini Jr. Muito pouco para o que se espera de todo o meio-campo canarinho.

Na mesma rotação baixa e inerte, Rodrygo, o camisa 10 da seleção, também compõe a ineficiência. Por essência um bom playmaker (termo em inglês para aquele jogador que cria jogadas no setor ofensivo), ele não entregou em campo o que se espera de uma referência técnica.

Titular absoluto na última temporada vencedora do Real Madrid, ele se viu encaixotado no estilo do time. Escalado centralizado na fase de grupos e pela esquerda contra o Uruguai, Rodrygo não justificou toda a expectativa e abusou de dribles errados e pouca precisão nos passes.

E entre tantos erros, a seleção brasileira também pôde colher frutos durante o torneio. Muito seguro, Éder Militão (apesar do pênalti desperdiçado) seguiu sendo incontestável com a bola rolando. Isso depois de uma temporada marcada pela recuperação de uma lesão no joelho esquerdo. O grande momento dele foi no jogo deste sábado, contra o Uruguai, em que ele não deu espaço para as investidas de Darwin Núñez, superando o atacante na força física e nas chegadas precisas. Com a bola, mostrou boa leitura para conduzir ou distribuir quando necessário.

Entre muitos pontos negativos e alguns poucos positivos, o Brasil se despede da Copa América de forma precoce e com um futuro nublado e com o questionamento de uma geração talentosa que ainda não mostrou até onde pode chegar.

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