Toda quinta-feira, um tesouro dos arquivos de nossas cinco décadas de história
Washington na capa da edição de 1328, de março de 2009
O noticiário esportivo nesta semana de Data Fifa foi tomado por uma bomba: o meia Oscar, do São Paulo, sofreu um quadro agudo de arritmia cardíaca durante exames físicos, na última terça-feira, 11, no CT do clube. O meio-campista desmaiou enquanto praticava teste na bicicleta ergométrica e foi levado em ambulância ao Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista.
Oscar encontra-se em recuperação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital e, segundo fontes próximas, deve optar pela aposentadoria após passagens de sucesso por Chelsea, seleção brasileira, e futebol chinês.
Há mais de 15 anos, o próprio São Paulo apresentava um goleador que conseguiu superar graves problemas cardíacos: Washington, o “Coração Valente”.
Washington, da Ponte Preta, comemorando gol no Brasileirão de 2001 – PLACAR
O centroavante, que despontou para o futebol nacional atuando pela Ponte Preta, época em que foi até convocado para a seleção brasileira, teve o entupimento de uma artéria que irriga o coração detectado pela primeira vez na Turquia, em 2002, ano em que defendia o Fenerbahce. Passou por cirurgias cardíacas e correu sério risco de ser proibido de atuar, mas acabaria se recuperando e fazendo história por Athletico-PR, Fluminense e clubes do Japão, antes de assinar com o São Paulo.
Washington, do Brasil, contra o Peru, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002, no Morumbi – (Renato Pizzutto/PLACAR)
Em reportagem de capa da edição de 1328, de março de 2009 (ler íntegra abaixo), os repórteres Tarso Augusto e Bernardo Itri esmiuçaram o quadro do atacante, que ainda convivia com graves questionamentos se poderia ou não seguir jogando. Ele persistiu, e só penduraria as chuteiras aos 36 anos, em 2o11, de volta ao Fluminense, clube pelo qual foi vice da Libertadores de 2008 e campeão brasileiro em 2010.
A trajetória de Washington é lembrada para sempre com um dos casos mais emblemáticos de superação no futebol. O blog #TBT PLACAR, que toda quinta-feira, 12, recupera um tesouro de nossos 55 anos de história, reproduz abaixo o texto de 2009:
Coração independente
A equipe médica que faz o check-up do São Paulo suspirou aliviada ao saber que não precisaria examinar Washington. Cardiopata e diabético, o atacante é uma polêmica ambulante: ele corre risco de vida em campo?
Tarso Augusto e Bernardo Itri
Terça e quarta-feira, 13 e 14 de janeiro de 2009. Como de praxe em início de temporada, todos os jogadores do São Paulo passam por bateria de exames no Hospital do Coração, clínica cardiológica na capital paulista. São submetidos a eletrocardiogramas, testes cardiorrespiratórios, ecocardiogramas e exames clínicos. Todos, menos um. Para alívio da equipe do HCor, Washington Stecanela Cerqueira, recém-contratado do Fluminense como grande reforço são-paulino para a disputa da Libertadores, não compareceu. E por que não compareceu? Não compareceu porque não passaria pelos exames, não seria liberado para jogar futebol pela equipe liderada por Nabil Ghorayeb, coordenador clínico do Sport Check-up do Hcor. Por trás da ausência de Washington, se esconde uma grande polêmica: após passar por duas cirurgias cardíacas, ele pode continuar jogando futebol? Washington corre risco de morrer em campo?
Essas perguntas continuam sem resposta desde 2003. Quando atuava pelo Fenerbahçe, da Turquia, o “Coração Valente” (nem é preciso justificar a alcunha…) passou quase uma semana à beira de um infarto fulminante por causa de uma obstrução de 90% na artéria coronária, que leva sangue para o músculo do coração. Operado imediatamente, ele voltou para o Brasil para se recuperar e tentar voltar aos gramados, desafiando todos os prognósticos médicos. Seis meses depois, submetido a uma nova bateria de exames e a uma junta médica liderada pelo cardiologista Constantino Constantini, foi proibido de jogar. “Não havia condições. A irrigação do coração não era suficiente e já havia um processo de reentupimento”, diz Constantini. Mas ainda existia luz no fim do túnel.
“Eles me disseram que havia uma chance. Aí eu falei que a gente ia com ela até o fim”, diz Washington. O jogador encarou uma nova cirurgia para a colocação de outros dois stents, espécie de “bobe de cabelo” metálico, colocado dentro da veia para evitar seu fechamento. Passou por uma recuperação de seis meses e, ao fim do período, por nova bateria de exames. Para Constantino Constantini, o atleta estava pronto para voltar ao futebol. Mas deveria controlar muito de perto o colesterol, a diabetes e a saúde do seu sistema circulatório. Traduzindo: Constantini acredita que com uma série de exames regulares conseguirá detectar antecipadamente qualquer problema que possa acontecer com Washington.
Check-up completo
Antes de assinar contrato com o São Paulo, além de todos os testes feitos pelo resto do elenco, Washington realizou, particularmente, outros cinco tipos de exames cardiovasculares. “Ele fez cateterismo, ultrassom intracoronariano, análise da reserva de fluxo coronariano, cintilografia e uma tomografia intracoronariana, que é uma das tecnologias mais modernas de diagnóstico cardiovascular do mundo”, diz Constantini. Como não havia indícios de obstrução do sistema circulatório de Washington, ele foi autorizado a continuar jogando, como tem acontecido ano a ano, desde 2004.
Segundo cardiologistas consultados por PLACAR, no entanto, isso não quer dizer que o Coração Valente esteja livre de riscos. O entupimento das artérias não é necessariamente gradativo. Uma placa de gordura acumulada na parede de um vaso sanguíneo, que não tenha aparecido nos exames, pode romper a qualquer momento e entupir uma artéria rapidamente, antes que um novo exame detecte o problema. Nesse caso, ele pode sofrer um infarto ou uma arritmia cardíaca – e até morrer. Qual a chance real de isso acontecer?
“É maior que a de uma pessoa normal, sem doença coronariana. Mas é impossível estimar a extensão desse risco”, diz o cardiologista Daniel Kopiler, do Instituto Nacional do Coração, no Rio de Janeiro. Para fazer essa avaliação, seria necessário saber o que acontece com outros atletas na mesma condição. Só que Washington é provavelmente uma das únicas pessoas do mundo que disputam competições esportivas de alto nível com diabetes e três stents instalados no coração. “Em todos os congressos de cardiologia em que o caso do Washington é debatido, há muita polêmica. Não se chega a uma conclusão sobre se ele deve, ou não, atuar”, afirma Nabil Ghorayeb, do HCor.
“Não poderia falar se eu o autorizaria a jogar ou não por uma questão de ética. A decisão do médico dele é soberana.” A equipe de Ghorayeb, porém, tem uma posição clara nos congressos: diz que ele não deveria jogar. “Eu sou um cara muito sério. Nunca brinco com um paciente. Trato como se fosse meu pai, minha mãe, meu filho. Quem diz que o Washington não pode jogar futebol não tem conhecimento científico para isso”, afirma Constantino Constantini.
O que a medicina sabe é que, em não-atletas, a atividade física regular diminui as chances de problemas no coração. Pessoas com doença coronariana e bom preparo físico têm menos chances de problemas no coração que pessoas sem doença coronariana e com vida sedentária. Mas disputar uma Copa Libertadores, por exemplo, não representa um exercício qualquer… “Além de o esforço físico ser muito intenso, no jogo a situação é diferente de um teste porque existe a pressão do resultado. Isso aumenta o estresse e, consequentemente, os riscos”, diz Daniel Kopiler.
Ou seja: toda vez que faz ou perde um gol (picos de emoção numa partida de futebol), o corpo e a cabeça de Washington são submetidos a uma espécie de provação – a boa notícia é que ele suportou os dois extremos no ano passado, quando marcou um gol decisivo nos acréscimos contra o São Paulo e, dias depois, perdeu um pênalti na decisão da mesma Copa Libertadores num Maracanã lotado. Além do risco de morte súbita, pelos medicamentos que toma (entre eles anticoagulante, para afinar o sangue e evitar entupimento das artérias), o artilheiro correria “riscos paralelos” num jogo de futebol. Um corte profundo ou mesmo um choque poderiam lhe causar uma hemorragia das mais sérias.
Quando não existem dados científicos suficientes para orientar a decisão dos médicos, como no caso de Washington, eles costumam seguir os chamados “consensos”, recomendações gerais criadas por um conjunto de especialistas. E é aí que a polêmica aumenta. O consenso aplicado por médicos dos Estados Unidos e da Europa contraindica a prática de esportes de alta intensidade – como é o caso do futebol – por pessoas com doenças coronarianas. Equipes dos hospitais brasileiros de referência na cardiologia também seguem essas recomendações. Por isso, Washington seria sumariamente vetado para o futebol em qualquer parte do planeta, segundo fontes no HCor, onde os demais jogadores do São Paulo fizeram os testes.
Clubes lavam as mãos
Ano passado, quando foi para o Fluminense, o processo foi semelhante. Washington fechou contrato depois de uma bateria de exames realizada por Constantino Constantini. O presidente do clube, Roberto Horcades, médico cardiologista, fez questão de apresentar o jogador não nas Laranjeiras e sim no hospital de Constantini, no Paraná. Na ocasião, deixou a tarefa de responder perguntas sobre a saúde de Washington para o colega. Quando foi eleito para a presidência do Fluminense, em 2004, meses após a morte por problema no coração do jogador Serginho, do São Caetano, Horcades descartara a contratação de Washington.
O jogador acabou indo para o Japão, onde seu problema não foi impedimento para jogar – os clubes japoneses não exigem exames minuciosos para contratar um atleta. Três anos depois, às vésperas de disputar uma Libertadores depois de 23 anos, Horcades mudou de idéia. “Fui mal interpretado. Nunca disse que ele não poderia jogar. Se é possível trazê-lo, vamos examiná-lo de cabeça para baixo, de trás para a frente, para liberá-lo”, disse, no fim de 2007, quando negociava a contratação do camisa 9. Horcades não examinou ninguém de “cabeça para baixo”. Deixou a tarefa para o médico de Washington.
Washington pelo Urawa Red Diamonds, contra o Milan, no Mundial de Clubes de 2007
E agora, no São Paulo? Acontecerá algo com o clube se Washington tiver problemas cardíacos? Tanto o São Paulo como seus médicos poderiam ser responsabilizados e obrigados a pagar indenização à família do jogador. “Se o médico permitir que ele jogue e acontecer algum problema, eventualmente pode sofrer um processo na Justiça comum e no Conselho Regional de Medicina”, diz Reinaldo Ayer, da comissão de ética do Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
Um dirigente do São Paulo, que preferiu não se identificar, admite a responsabilidade do clube. “Claro que temos, e não apenas em relação ao Washington. É uma questão ética”, diz. O clube o contratou por um ano porque considera segura a avaliação de Constantini e não incluiu nenhuma cláusula especial no documento. Recentemente, às vésperas da estreia na Libertadores, os médicos do São Paulo recorreram ao HCor e não a Costantini para saber que remédio ministrar ao gripado Washington. Tudo com ele tem que ser feito com muito cuidado. Os médicos do clube também levam desfibriladores, que são usados na emergência de um ataque cardíaco, para os jogos. “Fazemos isso há cinco anos. Não é por causa do Washington”, diz José Sanchez, médico do São Paulo.
Gilmar Rinaldi, ex-goleiro do São Paulo e empresário de Washington, sabe como é complicado convencer alguém que está no auge da carreira a parar de jogar. Mas pede a quem o avalia mais rigor do que o normal. “Sou leigo e sempre pedi ao Constantini, ao Fluminense e ao São Paulo até mais controle do que o necessário.” Alheio à polêmica, Washington nem pensa em parar de jogar e mostra confiança total na sua saúde. “Estou mais garantido que os outros, porque sou constantemente monitorado, fazendo regularmente os exames mais modernos que existem. Estou tranquilo.”
Coração persistente
Com apenas 21 anos, no terceiro ano como profissional, no Caxias (RS), Washington passou por sua primeira cirurgia – no tornozelo. Era setembro de 1996. Durante a recuperação, uma novidade. “No mês que fiquei engessado, emagreci 10 quilos, tinha muita vontade de urinar e muita sede”, diz. Eram os sintomas da diabetes, diagnosticada em seguida. Washington não desanimou. “O médico explicou que eu não precisaria parar de jogar. Era só cuidar da doença. Passei a tomar insulina, como faço até hoje.”
Sua carreira começou a decolar três anos depois, no Paraná Clube. Mas ele teve duas fraturas seguidas na mesma perna. Mais um sinal para parar? Que nada… Do Paraná para a Ponte Preta, onde foi artilheiro do Paulista e da Copa do Brasil de 2001. Daí a ser convocado para a seleção dirigida por Leão foi um pulo. E dali para a Europa. Mas o que era para ser o início de uma bem-sucedida carreira internacional, no Fenerbahçe, da Turquia, acabou se tornando um calvário…
“Treinei dois dias sentindo uma queimação no peito. Sábado jogamos, fiz gol, mas a queimação continuava. Domingo descansamos; no treino de segunda ela voltou e na terça apareceu uma dor no braço. Aí conversei com o médico”, diz Washington, sobre a semana em que ficou à beira de ter um infarto. Em menos de 10 minutos, o teste ergométrico marcado para a manhã seguinte mostrou anomalias no batimento cardíaco. Quando sua esposa chegou ao hospital ele já estava na sala de cirurgia, fazendo um cateterismo. O médico turco recomendou uma angioplastia e a aplicação de um stent na artéria coronária. Quando perguntou ao médico se poderia voltar a jogar, Washington ficou sem resposta. “Tentei levar a vida normalmente. Claro que não é fácil. Mas não fiquei deprimido. E não chorei. Não ainda”, diz.
O Fenerbahçe não pagou mais seus salários, e Washington recorreu à Fifa, que fez o time lhe conceder seus direitos federativos e pagar uma multa de cerca de 500 000 dólares. Mas ele não queria dinheiro, queria voltar a jogar. Foi aí que Oswaldo Alvarez, o Vadão, ex-técnico de Washington na Ponte Preta, o indicou para o Atlético-PR, time que comandava na época.
Washington, pelo Atlhetico, comemorando gol diante do Botafogo, pelo Campeonato Brasileiro de 2004, na Arena da Baixada – PLACAR
Seis meses depois da primeira cirurgia, Washington foi submetido a uma nova bateria de exames e à análise da junta médica chefiada por Constantino Constantini, que vetou o jogador. “Foi ali que o mundo desabou para mim. Chorei pra caramba”, diz. Chorou tanto que os médicos propuseram uma nova cirurgia, um fiapo de esperança a que o jogador se agarrou. Após seis meses de trabalhos físicos e acompanhamento médico, ele faria uma nova bateria de exames. “Estava tão ansioso que não dormi nem com a anestesia que me deram no exame. Quando vi da mesa cirúrgica os médicos se abraçarem, entendi que voltaria a jogar e comecei a chorar de novo.”
Washington renasceria para o futebol num clássico contra o Paraná, em 8 de fevereiro de 2004. Sem que o jogador soubesse, a equipe médica do Atlético manteve um médico especialista em reanimação cardíaca na beira do gramado. Não foi necessário. O coração do jogador aguentou não apenas o esforço como a emoção de fazer um gol na reestreia. “Me ajoelhei no centro do gramado, levantei os braços para o céu e todos os jogadores do time me abraçaram. Até a torcida adversária se emocionou naquele dia.” Nascia ali, ou renascia ali, o Coração Valente…
O coração do valente
Washington é um exemplo raro de atleta que disputa competições de alto nível com diabetes e doença cardíaca
A 1ª cirurgia
Em 2003, na Turquia, a artéria coronária, que leva sangue para o músculo do coração, estava 90% entupida. Os médicos aplicaram no local do entupimento um stent, tubo metálico (abaixo, parece um “bobe de cabelo”) que previne o fechamento do vaso.
A 2ª cirurgia
No ano seguinte, o stent estava começando a fechar de novo. Então foram colocados dois novos stents, com um medicamento que reduz a chance de eles fecharem para 5%. Um foi para o mesmo vaso anterior, o outro para um ramo secundário.
Manutenção
Para diminuir o risco de futuros problemas, Washington faz exames de sangue de dois em dois meses, para controlar o colesterol, e exames cardiovasculares pelo menos uma vez por ano, para monitorar o surgimento de eventuais entupimentos em seu sistema circulatório.
O começo
Em 1996, ele descobriu ter diabetes. Seu pâncreas não produz insulina. Assim, a concentração de açúcar no sangue aumenta, danifica a parede dos vasos e aumenta o risco de problemas cardíacos.
No sobe-e-desce do coração
A biografia de Washington é como o gráfico do eletrocardiograma: cheia de tropeços e voltas por cima
1975
Nasce Washington Stecanela Cerqueira, no dia 1º de abril, em Brasília
1990
Com 15 anos entra para o time juvenil do Caxias do Sul
1994
Estreia no futebol profissional, pelo Caxias do Sul
1996
Temporada complicada: lesão no tornozelo o leva à primeira cirurgia. Enquanto se recupera, surge a diabetes
1997
Emprestado ao Internacional, vence o Gauchão na reserva e volta para o Caxias em seis meses
1998
Emprestado para a Ponte Preta, disputa a segunda divisão do Paulista. O time não sobe e ele é devolvido ao Caxias
1999
Contratado pelo Paraná Clube, faz 8 gols no campeonato estadual e fica bem na foto com 10 gols no Brasileiro
2000
Começa a temporada com o azar de quebrar a mesma perna duas vezes seguidas. Apesar disso, a Ponte Preta o contrata
2001
Artilheiro do Paulista, com 16 gols, e da Copa do Brasil, com 11, ajudando a Ponte a chegar à semifinal dos dois torneios
É convocado para a seleção de Leão, na Copa das Confederações. Faz 3 gols em dois jogos. No Brasileiro, é vice-artilheiro, com 18 gols
2002
Depois de 13 gols no Torneio Rio-São Paulo, é vendido por 4 milhões de dólares ao Fenerbahçe, da Turquia
Em novembro, detecta entupimento numa artéria que irriga o coração. Realiza a primeira cirurgia cardíaca e, desenganado pelos médicos turcos, volta ao Brasil
2003
Faz acordo verbal com o Atlético Paranaense para voltar a jogar e realiza uma segunda cirurgia cardíaca
2004
Depois de seis meses sendo monitorado por uma junta médica, volta a jogar e faz um gol na estreia pelo Atlético. Termina o estadual como artilheiro
No Brasileiro, joga 38 das 44 partidas do Atlético e lidera a artilharia, com 34 gols, recorde numa edição do torneio
2005
Vai para o futebol japonês, onde passa três anos: dois no Verdy Tokyo e um no Urawa Reds
2006
Artilheiro da Liga Japonesa, com 26 gols pelo Urawa
2008
De volta ao Brasil, disputa a temporada pelo Fluminense. Erra sua cobrança na disputa por pênaltis, na final da Libertadores, que o time deixa escapar. No Brasileiro, é um dos artilheiros, com 21 gols
25/1/09
Estreia no São Paulo com 2 gols contra a Portuguesa
Washington, pelo Fluminense, em partido pelo Campeonato Brasileiro de 2010 – (Renato Pizzutto/PLACAR)
Paciente atleta
Para se manter em condições de jogo, Washington tem rotina espartana
Medição de glicose
Todo dia, quando acorda, Washington precisa medir a concentração de glicose no sangue. “É um saco, bota saco nisso”, diz.
Insulina
Como não produz insulina, ele precisa tomar pelo menos uma dose dela por dia. É isso que mantém a glicose em concentrações normais.
Ácido acetil salicílico
O medicamento ajuda a “afinar” o sangue e diminui a chance de entupimento dos vasos. Ele toma também clopidrogel, outro remédio para o sangue.
Exames cardiovasculares
Uma vez por ano Washington faz exames que são como diferentes tipos de “raio-X” do seu sistema circulatório. Eles mostram se o sangue está correndo livremente em seus vasos.
No mesmo time
Paralelo ao caso de Washington, vários jogadores tiveram problemas cardíacos recentemente. Alguns, curáveis. Outros levaram a mortes
SAI MÚSCULO, ENTRA GORDURA
Problema: Displasia arritmogênica
O tecido muscular é substituído por outro fibro-gorduroso. Isso causa uma disfunção na atividade elétrica e de funcionamento do coração.
PUERTA
Morreu em 2007, dias após uma parada cardíaca num jogo pelo Sevilla
DIEGO
Diagnosticado ao chegar ao Barueri, no começo do ano. Está afastado
PEÇA DE REPOSIÇÃO
Problema: Válvula aórtica defeituosa
A válvula pode obstruir a passagem de sangue na artéria. Com o bloqueio total do vaso, podem ocorrer paradas cardíacas e, em seguida, a morte. A substituição por uma válvula artificial é uma das soluções para o caso.
KANU
Realizou uma operação, ficou um ano parado e hoje joga no Portsmouth
CORAÇÃO GRANDE
Problema: Cardiomiopatia hipertrófica
O músculo cardíaco fica maior do que o normal, interrompendo a passagem do sangue. No seu início é difícil de diagnosticar, já que nos exames fica semelhante ao coração normal de atleta.
FEHÉR
Sofreu uma parada cardíaca que culminou com sua morte, em 2004, jogando pelo Benfica
SERGINHO
Caso mais famoso no Brasil. Morreu em pleno Morumbi, também em 2004
FOE
Faleceu durante um jogo de sua seleção (Camarões) na Copa das Confederações de 2003
“GRIPE” NO CORAÇÃO
Problema: Miocardite
É uma inflamação cardíaca que pode atingir qualquer pessoa. Assim como a gripe, pode-se contraí-la facilmente quando a imunidade está baixa. Causa arritmias e, após algum tempo sem atividades físicas, pode desaparecer.
FABRÍCIO CARVALHO
Diagnosticado em 2005, só voltou a jogar em 2007. Agora está jogando na Portuguesa
WILLIAM
Também parou por dois anos – de 2004 a 2006. Atualmente está no Vitória, emprestado