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Quando Guga foi número 1 do tênis (e capa da PLACAR)

Em janeiro de 2001, principal revista de futebol do Brasil abriu uma exceção para destacar as conquistas do ídolo nacional Gustavo Kuerten

O que esse cara está fazendo na nossa capa? Assim, com bom humor, a principal publicação esportiva do Brasil explicou a exceção aberta em janeiro de 2001. “Sim, PLACAR é uma revista de futebol. Mas o craque do ano, temos que admitir, foi Guga”.

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O ano de 2000 terminou com o tenista catarinense Gustavo Kuerten no topo do mundo. Bicampeão de Roland Garros (seria tri em 2001), Guga tornou-se número 1 do tênis mundial ao vencer o americano Andre Agassi e conquistar o Masters Cup de Lisboa. O país vivia intensamente a Gugamania, que naturalmente não escapou de nossas páginas.

A capa com Guga foi vendida em apenas algumas partes do país (outra versão, com Romário, o Bola de Ouro da PLACAR de 2000, circulou no Rio de Janeiro e outras cidades), o que a torna uma verdadeira relíquia para os colecionadores. Na Carta ao Leitor, o diretor de redação Sérgio Xavier Filho explicou a novidade:

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“Além de mostrar as imagens do ano e contar os bastidores dos campeonatos, esta edição de janeiro traz uma novidade: Guga. Ué, mas a PLACAR não é uma revista só de futebol? É, mas a vida é feita de exceções, de concessões. Apaixonado pelo Avaí, Gustavo Kuerten merece todas as honras. Não só da tribo do tênis, mas de todo o meio esportivo nacional. Com toda a franqueza, Guga superou Ronaldinhos e Rivaldos, foi o ouro que não veio nas Olimpíadas. Para traçar o perfil do esportista número 1 do Brasil, convocamos um especialista, Álvaro Almeida, editor do site tenisnet.com.br. Escrever em nossas páginas não é exatamente uma novidade para Álvaro. Ele foi o redator-chefe da PLACAR no final dos anos 80 e agora é sócio da Tempestade, uma agência de notícias específica para internet.”

O blog #TBT PLACAR, que todas as quintas recupera um tesouro de nossos arquivos, recupera a reportagem de capa sobre Guga, o número 1:

O melhor do mundo (sem sombra de dúvida)

Esqueça por um momento Zidanes, Romários e Figos: o craque do ano foi este homem

Álvaro Almeida

O País do Futebol se rendeu ao tênis. E a proclamação foi feita justamente pelo Rei Pelé, ao receber da Fifa o título de Jogador do Século, em meio ao quiproquó com Maradona: “Quero dividir esse prêmio com o Guga, que é o melhor tenista do mundo no momento.” Nada mais justo. Em 2000, nenhum brasileiro foi tão longe no esporte mundial. O catarinense Gustavo Kuerten foi campeão pela segunda vez em Roland Garros; venceu seu primeiro torneio numa quadra dura, em Indianápolis; conquistou o título do Masters, o mundial que reúne apenas os oito melhores da temporada, batendo na semifinal e final os americanos Pete Sampras e Andre Agassi, craques que dominaram o tênis na década de 90; e, por merecimento absoluto, terminou o ano como o tenista número 1 do ranking, feito nunca antes alcançado por um sul-americano. Seu nome entrou para uma lista que inclui apenas monstros sagrados das quadras, como John McEnroe, Jimmy Connors, Bjorn Borg, Ivan Lendl, Sampras e Agassi. “Não acreditei quando li no jornal meu nome nesta lista”, confessou Guga.

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Frases como essa alicerçam a fama do maior ídolo do esporte brasileiro, bem-amado por crianças, adultos e velhinhos, em clubes sofisticados ou no boteco da esquina. Com uma postura franca, modesta e relaxada fora das quadras, Guga construiu uma imagem para lá de simpática. A paixão pelo surfe e o jeitão descontraído reforçaram essa impressão. Por trás desses estereótipos, existe, porém, um outro Guga ” que não desmente o primeiro. O Guga trabalhador. Um rapaz de apenas 22 anos, dotado de inteligência privilegiada, capaz de não se deixar influenciar pela fortuna, obstinado e altamente dedicado aos treinos. O melhor tenista do mundo não saca bem por dom divino nem tem aquele maravilhoso golpe de esquerda por inspiração. Ao contrário, tudo isso exigiu ” e exige ” muita transpiração.

Guga é um dos tenistas que mais ralam nos treinamentos. “Sampras não treina um quarto do que ele treina”, afirma o comentarista Paulo Cleto, ex-capitão do Brasil na Copa Davis. Disciplinado, ele assimila rápido uma orientação, jamais reclama da intensidade do trabalho e se sente motivado com a cobrança. Enquanto em dia de jogo a maioria dos tenistas só faz um aquecimento de meia hora antes de entrar na quadra, Guga faz dois: um pela manhã, de 40 minutos, e outro igualmente longo momentos antes da partida. E não é aquela coisa de bater uma bolinha relaxada, não. É aquecimento intenso. Outros talentos já naufragaram pela falta de dedicação. O chileno Marcelo Ríos, por exemplo, canhoto talentosíssimo, chegou a beliscar o topo do ranking em 1998, mas sua auto-suficiência não lhe permitiu que mantivesse o nível. Em 2000, terminou na 36ª posição.

Mesmo depois de se consagrar o melhor do mundo com a conquista do Masters de Lisboa, Guga tirou apenas 15 dias de férias e, às vésperas do Natal, já estava treinando, oito horas por dia, na academia de seu treinador, Larri Passos, em Camboriú, a 70 quilômetros de Florianópolis. A seu lado, um pequeno séquito de jogadores que se espelham no número 1, entre eles o brasileiro André Sá e o israelense Harel Levy, 58º do ranking. A rotina é dura: três horas de trabalho na quadra pela manhã, a partir das 8h, mais duas horas de musculação à tarde, outras duas de quadra e uma hora de piscina para relaxar. “Treinar com mais jogadores é muito legal, porque um motiva o outro”, diz Guga. Na verdade, desde garoto, quando começou a ser seriamente orientado por Larri, aos 14 anos, ele demonstrou que queria aproveitar cada minuto em quadra para aprimorar algo, enquanto a maioria dos seus colegas treinava por obrigação. Quando garoto, era tão determinado a corrigir uma deficiência, sua esquerda, que exagerou: o golpe ficou tão perfeito que ele passou a confiar demais nele e a fugir da direita. Hoje ele já alterna esquerda e direita com igual eficiência. Teve a felicidade de encontrar um técnico que se enquadrou perfeitamente ao seu perfil: o casamento Guga-Larri é a união do disciplinado com o disciplinador.

Guga durante a Copa Davis de Tênis de 2000 - Ricardo Corrêa/PLACAR
Guga durante a Copa Davis de Tênis de 2000 – Ricardo Corrêa/PLACAR

Logo cedo, Guga mostrou que seria especial. Como juvenil, foi campeão em 1993 da Sunshine Cup, nos Estados Unidos, espécie de Mundial por equipes, ao lado do também catarinense Márcio Carlsson. No ano seguinte, chegou à final de 18 anos do Orange Bowl, mais tradicional torneio da categoria, mas acabou superado pelo equatoriano Nicolás Lapentti. Com o amigo Lapentti, seria campeão juvenil de duplas em Roland Garros ainda em 1994. No ano seguinte, Guga voltou a jogar em Paris. Na quadra ao lado, o australiano Mark Philippoussis desferia seus potentes saques. O curioso é que todos os agentes, caçadores de novos talentos, se acotovelavam para ver o canhão da terra do canguru e ninguém deu bola para o brasileiro. Azar deles.

Na transição para o profissionalismo, em 1995, Guga passou a integrar a equipe brasileira da Copa Davis. Era mais para ganhar experiência: não jogava. E a tradição manda que os veteranos peguem no pé dos novatos. Eles têm que pagar dívidas com exercícios físicos, carregar as sacolas e ouvir toda a sorte de piadinhas. Carlsson sempre reclamava. Guga entrava logo no espírito da gozação. Se oferecia para o trabalho pesado, ria das brincadeiras e, assim, logo deixou de ser o alvo dos mais velhos. Na convocação seguinte, tratou de comprar um livro de piadas e, à noite, decorava algumas no quarto para cair nas graças de Luiz Mattar, Fernando Meligeni, Jaime Oncins e Fernando Roese. “O Guga sempre soube se ambientar e fazer amigos”, diz o companheiro de duplas Oncins. Sua primeira participação decisiva na Davis foi em 1997, ainda antes de explodir para o mundo. O Brasil enfrentava a Áustria, do Rei do Saibro Thomas Muster. Por isso, fugiu do saibro e montou uma quadra de carpete em São Paulo. Guga estava nervoso. Não se ajustava ao piso e temia pelo resultado contra Markus Hipfl. A vitória foi dramática, de virada, com 7/6, 7/6 e 7/5 nos três últimos sets O garoto de 20 anos dava sinais de que estava prestes a brilhar.

Três meses depois, Guga chegava a Roland Garros com o ranking 66, praticamente sem experiência no circuito profissional. O primeiro adversário, o tcheco Slava Dosedel, estava machucado. O segundo, o sueco Jonas Bjorkman, não assustava. O terceiro, bem, esse era o Rei do Saibro Muster, com 40 títulos na terra, campeão de Roland Garros em 1995. De novo, cinco sets, com direito a virada no último. Guga ainda era um desconhecido. Entrava e saía do acanhado hotel Montblanc, no Boulevard Victor Hugo, praticamente sem ser notado. Toda noite, caminhava quatro quarteirões rua acima ao lado de Larri para comer uma massa ” seu prato preferido ” na pizzaria Victoria, escolha apropriada para um futuro campeão. Na seqüência, bateu o ucraniano Andrei Medvedev, num jogo interrompido por falta de luz no começo do quinto e decisivo set. Como um garoto de 20 anos, prestes a estar entre os oito melhores de um Grand Slam, dorme numa noite dessas?

Guga dormiu, com a ajuda de seus CDs de Bob Marley e outros ícones do reggae, os preferidos de um bom surfista. Nas quartas-de-final, liquidou com o russo Yevgeny Kafelnikov, campeão do ano anterior; na semifinal, arrasou um desconhecido, o belga Filip Dewulf; e, na final, pegou pela frente o espanhol Sergi Bruguera, vencedor de 1993 e 1994. Antes do jogo, o lendário sueco Bjorn Borg, seis vezes campeão em Roland Garros, dizia: “Kuerten é bom, mas já foi longe demais.” Guga não ouviu, venceu e ainda recebeu a taça das mãos do próprio Borg.

O brasileiro Gustavo Kuerten ergue o troféu de campeão de Roland Garros, em 2000, na França
Gustavo Kuerten ergue o troféu de campeão de Roland Garros, em 2000, na França – Acervo/PLACAR

Nos camarotes, despontava também pela primeira vez para o mundo a alegria de sua família: o irmão Rafael, três anos mais velho, a mãe Alice e a avó Olga. Os Kuerten são simples e muito unidos. Reflexo da perda do pai, Aldo, em 1985, vítima de ataque cardíaco na cadeira de juiz de uma partida de tênis infantil. “Quando nos reunimos, sentimos muito a presença dele”, diz Guga. Fazem o possível para que a fama mude suas vidas o mínimo possível. Ainda hoje, vivem no bairro de classe média Itacorubi, em Florianópolis, caminho da Lagoa da Conceição. Com amplo jardim e piscina em um terreno inclinado, a casa é confortável, mas não ostenta. Na garagem, sim, brilham o Cherokee de Dona Alice, o BMW de Rafael e o Audi A3 de Guga.

A cidade de 200 mil habitantes se acostumou a ver suas celebridades andando pacatamente pelas ruas. É assim com o governador Espiridião Amin, que reluz a careca diariamente em caminhadas pela Beira-Mar Norte, a avenida mais nobre de Floripa. Nela está o posto de gasolina adquirido pela família Kuerten e os dois QGs preferidos de Guga: o bar Café Cancún e o apartamento comprado no prédio ao lado, ideal para reunir os amigos ” e namorar. Guga freqüenta o bar de bermuda e chinelo e não paga nada. É do tipo que esquece de levar dinheiro à praia e fica pedindo um trocado aos amigos para tomar uma cerveja. Dinheiro não é uma prioridade na vida de Guga. Ele nem se abala por já ter faturado 8,9 milhões de dólares somente em prêmios e outros tantos com patrocinadores.

Guga tem, isto sim, uma preocupação assistencial, fruto da convivência com o irmão Guilherme, 21 anos, que tem paralisia cerebral e microcefalia. Dona Alice é assistente social e vice-presidente da Apae em Santa Catarina. Dirige também a fundação que leva o nome de Guga e que levanta fundos para instituições e projetos com crianças carentes e/ou especiais. Seus contratos também prevêem que os patrocinadores doem 200 dólares a cada vitória sua. Só em 2000 foram 63, ou 18 mil dólares em doações. Guilherme é também o guardião dos troféus de Guga. Mas quem ganhou a atenção da mídia foi sua avó, Dona Olga, 79 anos, presente nas principais vitórias do neto e apontada como grande incentivadora e crítica de suas atuações. Dona Olga não teve muito o que criticar em 2000. O jogo de Guga evoluiu barbaramente, fazendo com que deixasse de ser um especialista em saibro ” onde tem mais tempo para realizar movimentos amplos nos golpes ” para se tornar igualmente eficiente nas quadras sintéticas, pisos emborrachados, construídos sobre o cimento ou tablados de madeira.

Para ser o número 1, precisava necessariamente conquistar pontos e títulos em grandes torneios nas quadras chamadas “duras” e nas cobertas, onde não estava habituado a jogar. De quebra, ainda se tornou bicampeão em Roland Garros, numa memorável vitória sobre o sueco Magnus Norman, onde somente o quarto e decisivo set durou 1 hora e 36 minutos e seu adversário salvou 11 match points, o ponto da vitória: “Aprendi que as decisões em cinco sets são jogos de sobrevivência”, afirma Guga. Se em 1997, ele ainda não estava tecnicamente e fisicamente pronto, e mesmo assim ganhou, agora era um jogador completo. Além da fortaleza mental, tinha adquirido uma visão tática mais acurada.

Gustavo Kuerten - Guga

Faltavam, porém, as conquistas fora do saibro. E a maior veio de maneira indiscutível, em Lisboa. Alguns dias antes, Guga lamentou muito ter sido eliminado na semifinal do torneio de Paris por Philippoussis. Algo tinha mudado na cabeça do brasileiro naquele torneio. E foi justamente na terceira rodada, na vitória sobre o australiano Patrick Rafter, até então uma pedra no tênis de Guga. Exímio jogador de pisos rápidos, onde os pontos são decididos em poucas trocas de bola e a tática mais eficiente é o avanço à rede logo depois do saque, Rafter já o havia batido três vezes em 2000. Acuado, Guga não se soltava, não arriscava, não atacava ” e perdia. Em Paris, toujours Paris, foi diferente. Guga conseguiu achar o tempo certo da devolução do saque e, assim, contra-atacar. Guga venceu a dificuldade em mudar rapidamente a empunhadura (a maneira certa de segurar a raquete) para responder o saque de direita ou esquerda. “Senti naquele jogo que podia ganhar de qualquer um”, diria a amigos mais tarde.

Provou isso em Lisboa. “Senti uma confiança incomum, podia bater de qualquer lugar. Era algo até sobrenatural.” Guga não é excessivamente religioso, nem supersticioso, mas acredita que existam forças superiores. Seu grande desafio é provar que pode permanecer anos entre os melhores. “Sei que 2001 será muito mais difícil. Mas é apenas mais uma experiência nova.” Para quem tem a estrutura de Guga, é um peso que dá para carregar.

Títulos de Guga

1997 – Roland Garros
1998 – Stuttgart e Mallorca
1999 – Monte Carlo e Roma
2000 – Santiago, Hamburgo, Roland Garros, Indianápolis e Lisboa (Masters)

Prêmios (em dólares)

1995 – 69,5 mil
1996 – 70,3 mil
1997 – 1,5 milhão
1998 – 732,8 mil
1999 – 1,7 milhão
2000 – 4,7 milhões
Total – 8,9 milhões

Ano /Vitórias /Derrotas / Aproveitamento (%)

1995 – 19 /16 /54,2
1996 – 40 /22 /64,5
1997 – 44 /26 /62,8
1998 – 41/25/ 62,1
1999 – 50/25/66,6
2000 – 63/22/74,1

Evolução no ranking
1995 – 187
1986 – 88
1997 – 14
1998 – 23
1999 – 5
2000 – 1

Lista de tarefas (para 2001?)

Guga não precisa fazer mais nada para entrar para a história como o maior tenista brasileiro de todos os tempos. Mas objetivos ambiciosos ainda não faltam:
[- Ganhar uma Copa Davis: O Brasil já chegou quatro vezes à semifinal. Com Guga, tem a melhor chance de sua história. Com uma tabela favorável e Oncins em forma nas duplas, dá para sonhar.
– Ganhar Roland Garros pela terceira vez: Só três tenistas conseguiram a façanha na era profissional: Borg (seis vezes), Ivan Lendl e Mats Wilander (três cada).
– Ganhar um Grand Slam fora da França: O tênis está cheio de feras do saibro que só ganharam Grand Slam em Roland Garros. Guga foge desse “clube” ganhando na Austrália, em Wimbledon ou no Aberto dos EUA.
– Terminar o ano em primeiro novamente: Desde 1973, seis tenistas conseguiram terminar dois anos seguidos liderando o ranking da ATP. Só fera: Connors, Borg, McEnroe, Lendl, Edberg e Sampras.

Quando Guga jogou em Roland Garros em 1995, os caçadores de talentos se acotovelavam na quadra ao lado, para ver o australiano Philippoussis. Azar o deles

“Kuerten é bom, mas já foi longe demais”, disse o lendário Bjorn Borg durante o torneio de Roland Garros de 1997. Guga não ouviu, foi campeão e ainda recebeu a taça das mãos do próprio Borg

Ri melhor quem Larri por último

Criticado por muita gente que nem sabe dar um “backhand” (e até por alguns que sabem), Larri Passos saboreia sua vitória pessoal. O gaúcho de 42 anos é um técnico linha-dura. Embora tenha uma relação afetiva com Guga por tê-lo treinado desde garoto, ele está mais para Emerson Leão que para Joel Santana. Larri, a propósito, gosta muito de futebol, a ponto de viajar até Porto Alegre, às vésperas do Masters de Lisboa, para ver seu Internacional empatar com o Cruzeiro pela Copa João Havelange.

Como se não bastasse, desceu ao vestiário para participar da preleção. Em outra ocasião, nas Olimpíadas de Sydney, ganhou de um jornalista gaúcho um CD com hinos e gols do Colorado. Atormentou tanto Guga que o jogador pediu um exemplar com o hino do Avaí, seu time do coração. Larri aproveitou a deixa: “Só se for um single, com o hino e o único gol que o Jacaré (ex-ídolo do Avaí) fez.” Larri também é um solteirão que gosta de se vangloriar das namoradas.

Em quadra, porém, Larri é sério e exigente. Com muito trabalho, tem aprimorado a devolução de saque do jogador e seu jogo junto à rede. Tem demonstrado também que pode evoluir como técnico, percorrendo o circuito, tanto quanto seu pupilo. Chegou a ser convidado pela federação americana para dar uma palestra.

E adiantou: “Acho que um dos motivos de os EUA não estarem produzindo novos jogadores é a falta de jogo no saibro. Afinal, o saibro possibilita que o jogador trabalhe mais os pontos e se torne mentalmente mais forte.” Guga é um exemplo disso.
A conta bancária de Larri também evoluiu, mas quanto ele ganha ” uma porcentagem sobre os prêmios ” é o segredo mais bem guardado da parceria.

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