Felipão, Tite e Carille: três gerações de uma mesma escola destrutiva
Santos e Grêmio deveriam seguir, abraçados, na zona de rebaixamento; para fechar, Rafinha é pateticamente expulso por se desentender com gandula
Santos e Grêmio iniciaram o jogo ocupando a zona de rebaixamento. De um lado, Fábio Carille, do outro Felipão. Qual a emoção de assistir essa tragédia anunciada? Já havia visto o Brasil, de Tite, vencer a Venezuela atuando de forma vergonhosa. Felipão, Tite e Carille são de gerações diferentes, mas da mesma escola, uma escola danosa, destrutiva e que não pode, de forma alguma, ser perpetuada. Santos x Grêmio é um exemplo de tudo de ruim que pode ser oferecido ao torcedor, que voltou aos estádios, paga caro, se desloca, faz PCR, enfim, se arrisca para ver um bom espetáculo.
Os estatísticos anunciaram que o tempo de bola parada era praticamente o mesmo que o de bola rolando. O torcedor deveria sair do estádio e ir a delegacia registrar queixa por propaganda enganosa. O time do professor Carille venceu no último minuto com auxílio do VAR, todos os ingredientes de um jogo pavoroso. No fim, os jogadores do Santos se abraçaram como se comemorassem um título, choravam. O locutor falava em heroísmo, duelo, batalha. Rafinha, o do shortinho levantado, foi expulso no fim do jogo após se desentender com um gandula. Patético.
Santos e Grêmio deveriam seguir, abraçados, na zona de rebaixamento. No meio do tumulto, Ferreirinha se dirigia ao vestiário, invisível. No time de Felipão, Ferreirinha é reserva. Entrou no segundo tempo e em menos de dez minutos deu duas canetas e um lençol. Foi uma espécie de grito de socorro: salvem o futebol!!!! Na noite anterior, um pequenino ponta também infernizou a vida do gigante Leandro Castan, na vitória de 1×0 do Sampaio Correia sobre o Vasco. Era Pimentinha.
Antigamente os diminutivos faziam a alegria da torcida…Mauricinho, Paulinho, Katinha, Djalminha, Robertinho. Ferreirinha e Pimentinha estão sendo soterrados pela mediocridade do tal futebol moderno, carregam uma poesia perdida no tempo, são resistência, representam a saudade de uma época que, perdendo ou ganhando, saíamos felizes do estádio.
Após o apito final, dei mais uma chance para os analistas de computadores, que inventaram a briga pela segunda bola e que o jogador entrou rasgando por dentro da defesa adversária com posicionamento corporal e finalização na bochecha da rede! Teve outro falando que o Uruguai espaçou as linhas no duelo contra a Argentina! Sem comentários…