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O Comentarista do Futuro ícone blog O Comentarista do Futuro Ele volta no tempo para dar aos torcedores (alerta de!) spoilers do que ainda vai acontecer

Trinta anos de altos e baixos do São Paulo

Título do tricolor paulista na Copa do Brasil de 2023 leva cronista a viajar até 29 de setembro de 1993, na conquista da Recopa Sul-Americana que deu início à 'gangorra'

Poucos clichês são tão batidos – e, como já se nota, redundantes – como o recorrente “a vida é feita de altos e baixos”. Normalmente costumamos nos lembrar dele muito mais nas fases de ‘baixos’, ou ouvirmos de alguém, numa tentativa de conforto e incentivo. Sou um Comentarista vindo do Futuro, creiam-me, e informo que deixei 2023 no dia seguinte a uma épica conquista da Copa do Brasil, protagonizada pelo São Paulo, e também às vésperas dos 30 anos desse triunfo de ontem do mesmo tricolor paulista, que arrebatou a Recopa Sul-Americana, superando o Cruzeiro nos pênaltis. E pouco importa que as duas partidas que decidiram a competição – criada há 5 anos pela Conmebol para pôr frente à frente os campeões da Libertadores da América e da Supercopa da Libertadores (que reúne equipes já campeãs do torneio continental) – não tenham atraído muita atenção e nem público aos estádios. Voltei ao passado para rever este jogo porque me interessa contar a vocês, queridos leitores e queridas leitoras de 1983, que as próximas três décadas serão uma ‘gangorra de emoções’ – para usar um clichê diferente.

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Tão doido este calendário brasileiro de 1993 – em 2023 ainda será, vale o registro, o ano em que o São Paulo disputou o maior número de partidas – que, como muitos sabem, a primeira partida da decisão, há três dias, no Morumbi, “pegou carona”, isto é, valeu também como rodada do Brasileirão (marcada anteriormente). Foi o jeito de resolver a falta de datas disponíveis. Mas a equipe do Morumbi não quis saber de senões e foi ao Mineirão para erguer mais uma taça, coroando a fase de ouro que vive neste início de década. Além do bicampeonato (em 2 anos consecutivos, 92 e 93) da Recopa Sul-Americana, teve o Brasileiro de 1991, o bi estadual de 1991/92 e, claro, as conquistas mais importantes: a Libertadores de 92 e 93 e a Copa Intercontinental (no futuro chamaremos de Mundial de Clubes) do ano passado. Pois saibam desde já (alerta de ‘spoiler’: um segundo triunfo na Copa Intercontinental se consuma ainda nesta temporada, podem anotar, em 12 de dezembro próximo. Mas nem tudo serão flores nos próximos 30 anos… Outro ‘clichêzinho’ básico.

Toninho Cerezo em disputa de bola durante a final no Mineirão - Ronaldo Guimarães/Placar
Toninho Cerezo em disputa de bola durante a final no Mineirão – Ronaldo Guimarães/Placar

Haverá sim, na história do clube, dois incômodos períodos de jejum de títulos expressivos, o maior deles durando 15 anos e encerrando-se final e justamente nessa futura Copa do Brasil de 2023, em que vai superar o Flamengo. Campeonatos estaduais até acontecerão, mais apenas 4 nesses 30 anos (1998, 2000, 2005 e depois somente em 2021), ressalvando-se que conquistas em torneios de estados, saibam, mesmo nos principais centros, como São Paulo, Rio e Minas, serão muito desidratadas em relevância e impacto no orgulho da torcida. Mas falemos dos momentos ‘altos’ da história futura dos são-paulinos: virá a terceira Libertadores – sim, podem festejar, em 2005, aguardem… – e, no mesmo ano, um terceiro Mundial de Clubes da Fifa (que então já será assim chamado). E ainda uma Copa Conmebol (1996), uma (Sul-Americana (2012) e mais 3 Brasileiros (um tri seguido, em 2006, 2007 e 2008). Não vai dar pra reclamar, né, torcedor e torcedora são-paulinos?

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Após a conquista de 2023, com a inédita Taça da Copa do Brasil, o São Paulo passará a se gabar de ser o clube que detém todos os títulos possíveis no Futebol nacional e Intercontinental. Mas vai ‘admitir’ e fazer maldosa gozação dizendo não possuir apenas um título que o rival Corinthians já terá conquistado: o de campeão da Série B. Mas isso é papo pra outra coluna, outra viagem… Parabéns, São Paulo! Só cuidado com a soberba. Voltarei ao Meu Tempo, 2023, dias antes de mais um confronto entre São Paulo e Corinthians. E o Futebol, a gente sabe, é feito de altos e baixos…

PARA VER LANCES E GOLS DAS DUAS PARTIDAS

FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 0 (2) x 0 (4) SÃO PAULO (PÊNALTIS)

Competição: Recopa Sul-Americana de 1993 (2ª partida da decisão)
Data: 29 de setembro de 1993
Estádio: Estádio Governador Magalhães Pinto (Mineirão)
Local: Belo Horizonte (MG)
Público: 20.018 pagantes
Renda: CR$ 7.616.400,00
Árbitro: Jorge Luis Nieves Parra (Uruguai)
Assistentes: Saul Feldman e Eduardo Rodrigues

CRUZEIRO: Sérgio; Paulo Roberto/capitão, Robson, Luizinho (Célio Lúcio) e Nonato; Ademir, Rogério Lage, Boiadeiro e Luís Fernando; Macedo (Careca) e Ronaldo. Técnico: Carlos Alberto Silva

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SÃO PAULO: Zetti; Cafu, Válber, Ronaldão/cap. e André Luiz; Gilmar, Dinho, Toninho Cerezo e Juninho; Palhinha (Catê) e Valdeir (Jamelli). Técnico: Telê Santana

Pênaltis: Paulo Roberto (perdeu); Dinho (gol);
Ronaldo (perdeu); Cafu (gol); Luís Fernando (gol); Válber (gol); Ademir (gol); e Ronaldão (gol)

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