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O Comentarista do Futuro ícone blog O Comentarista do Futuro Ele volta no tempo para dar aos torcedores (alerta de!) spoilers do que ainda vai acontecer

Botafogo: A maior glória antes do ‘tapetinho’

Há 30 anos, no Maracanã, o clube batia o Peñarol e conquistava o único título continental de sua história, a Conmebol de 1993, e cronista foi até lá dar ‘spoilers’

O ovo era a Estrela Solitária, ao lado de arroz e feijão, no cardápio de muitos dos dias da preparação dos jogadores do Botafogo para a final de ontem, contra o Peñarol, do Uruguai, vencida nos pênaltis pelo Glorioso, após o 2 x 2 no tempo normal. Quem diria! A lendária camisa alvinegra, já vestida por mitos como Garrincha, Gerson, Amarildo, Jairzinho e tantos mais, ontem inspirava jogadores bem menos conhecidos, como Eliel, Sinval e o goleiro William Bacana. E foram eles, os “desacreditados”, que, forrados com a comidinha pobre de Marechal Hermes, ergueram a Taça desta Copa Conmebol, que, adianto a todos, no futuro será rebatizada de Copa Sul-Americana. E digo isso porque sou um comentarista do futuro, vindo de 2023, quando, garanto a vocês, queridos leitores e queridas leitoras de 1993, este ainda será o único título continental do clube e também a única competição sul-americana vencida por um time carioca no Maraca. Palmas eternas à geração “arroz, feijão e ovo” do Botafogo!

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A boa nova que trago do Amanhã é que as refeições dos atletas botafoguenses daqui a 30 anos estarão muito mais ricas: legumes, verduras e frutas variadas, além de carboidrato, claro, muito carboidrato, e proteína de primeira. Não apenas mas também por isso, em 2023, saibam, o Glorioso estará liderando o Brasileirão, com 7 pontos à frente do segundo colocado. E mandando seus jogos não mais no Maracanã e sim no seu futuro estádio, que será batizado de Nilton Santos (o inesquecível lateral) e terá grama sintética, daí o apelido: ‘Tapetinho’. Verdinho, verdinho… O que nos remete às cores que hoje faltam nos pratos servidos aos atletas na concentração.

Gramado artificial do estádio Nilton Santos, o 'tapetinho' - Vitor Silva/Botafogo
Gramado artificial do estádio Nilton Santos, o ‘tapetinho’ – Vitor Silva/Botafogo

Sim, serão muitas as transformações _ e as emoções _ nesses 30 anos que estão por vir, caro torcedor e cara torcedora botafoguense de 1993. A maior delas, revelo aqui, se dará ainda nesta década. Um título Brasileiro, mas manterei o ano em sigilo, para não estragar a festa (Nota da redação da Placar em 2023: conquista aconteceria dois anos depois, em 1995). O chato é que esse triunfo será um dos poucos capítulos felizes nas três décadas que se avizinham. O clube vai conseguir 5 estaduais (1997, 2006, 2010, 2013 e 2018) e nada mais. Pior: será rebaixado 3 vezes (2002, 2014 2 2020) para a série B do Brasileirão, numa gangorra tão incômoda quanto a dívida acumulada em suas combalidas finanças.

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O fundo do poço fará este mesmo grupo de atletas campeão na noite de ontem (remanescentes da equipe vice-campeã brasileira amo passado, na inesperada derrota para o Flamengo de Júnior) a escrever uma carta pública em 2021, em que rogará por uma valorização maior das divisões de base do clube, de onde veio a maioria dos jogadores desta geração campeã. Mas o alento só chegará em 2022, quando, aproveitando mudanças na legislação esportiva brasileira, o clube entregará a gestão de seu Futebol a um grupo internacional, a 777, uma das muitas SAFs (Sociedade Anônima de Futebol) que vão se espraiar pelo Brasil (outras forças nacionais seguirão o mesmo caminho) e o mundo, injetando muito dinheiro e também dúvidas no futuro do esporte. Com muito menos, Sinval, Eliel e William Bacana escreveram seu nome na história. Sem falar no lateral alvinegro Claudio Henrique, xará deste cronista que vos escreve. Definitivamente, “há coisas que só acontecem com o Botafogo!”.

PARA VER LANCES E GOLS DO JOGO

PARA VER O JOGO INTEIRO

FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 2 (3) X 2 (1) PEÑAROL (pênaltis)

Competição: Final da Copa Sul-Americana Conmebol de 1993
Data: 30 de setembro de 1993 (quinta-feira)
Estádio: Mário Filho (Maracanã)
Local: Rio de Janeiro, Brasil
Público: 45 mil (26.276 mil pagantes)
Renda: Cr$ 8.585.800,00
Árbitro: Francisco Lamolina (ARG)
Assistentes: Aníbal Hay e Osvaldo Carlomagno

BOTAFOGO: William, Perivaldo, André, Cláudio Henrique e Clei (Eliomar); Nélson, Suélio, Aléssio (Marcos Paulo) e Marcelo Costa; Sinval e Eliel. Técnico: Carlos Alberto Torres

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PEÑAROL: Rabajda, Tais, Gutierrez, De Los Santos e Da Silva; Dorta, Perdomo (Ferreyra), Batierra e Bengoechea (Rehnermann); Otero e Rodriguez. Técnico: Gregorio Elso Perez

Gols: Primeiro Tempo: Bengoechea, aos 35’; Segundo Tempo: Eliel, aos 7’; Sinval, aos 22’; e Otero, aos 45’

Gols nos pênaltis: Marcaram: Suélio, Perivaldo e André (BOT); e Da Silva (PEÑ); Perderam: Sinval (BOT); Ferreyra, Gutierrez e De Los Santos

Cartões amarelos: Cláudio Henrique e Nélson (Botafogo) e Bengoechea e Perdomo (Peñarol)

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