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Irmãos abandonam advocacia para faturar alto com camisas de futebol

Paixão pelo futebol e uma ideia brilhante mudaram a vida dos holandeses Bob e Tijmen Zonderwij, fundadores da MatchwornShirt

Publicado por: Da Redação em 10/05/2025 às 08:30 - Atualizado em 10/05/2025 às 09:45
Irmãos abandonam advocacia para faturar alto com camisas de futebol
Bob e Tijmen: irmãos trocaram advocacia pela paixão pelo futebol / MatchWornShirts

Até pouco tempo atrás, os irmãos holandeses Bob e Tijmen Zonderwij levavam uma vida tão confortável quanto monótona como advogados em Amsterdã. Entre audiências e leituras de contrato, os jogos do Ajax, time do coração da família, eram a melhor válvula de escape da dupla. Eis que um contratempo envolvendo a paixão pelo futebol mudou o rumo de suas carreiras. Bob e Tijmen tiveram a ideia de presentear o pai com uma camisa autografada pelo ídolo alvirrubro Davy Klaassen.

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Vasculharam a internet, lojas físicas e até tentaram a sorte em um leilão anual do clube, mas saíram de mãos abanando. Notaram, então, que havia um nicho de mercado e decidiram trocar de atividade. Deu muito certo: só no ano passado, venderam mais de 50.000 uniformes assinados por estrelas do futebol.

Os irmãos Zonderwijk fundaram em 2017 a MatchwornShirt, uma plataforma de leilões que, como o nome em inglês já diz, oferece camisas usadas em jogos profissionais – suadas, portanto. “Elas não são lavadas, podem ter um pouco de mau cheiro, mas carregam a emoção do jogo”, brinca Bob, em entrevista à PLACAR. Há quem pague verdadeiras fortunas pelos itens úmidos e autografados. Uma camisa do Paris Saint-Germain usada por Lionel Messi em 2023, por exemplo, foi vendida por 55.000 euros (equivalente a mais de 360.000 reais).

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“Essa foi realmente especial. O PSG usou uma edição limitada comemorando o Ano Novo Lunar, com os nomes dos jogadores escritos em mandarim, e o modelo foi arrematado por um fã da China”, conta o holandês, que compara camisas a obras de arte. “São compradas como presente, decoração ou só por apego a um jogador específico. Nem todos os compradores são milionários, há desde empresários bem-sucedidos a meros colecionadores que juntam suas economias para isso.”

Hoje a empresa trabalha em parceria com mais de 300 clubes de 35 países, incluindo potências europeias como o Milan, Liverpool, Arsenal e PSG, e cinco clubes no Brasil (Botafogo, Santos, Inter, Cruzeiro e Bahia). São cerca de 100 funcionários somando o escritório principal na Holanda e as representações em Inglaterra, Turquia, Austrália e Brasil. Em meio a itens caríssimos, há também um punhado de achados, a preços bastante acessíveis, para quem vasculhar bem o site. A camisa do Tricolor baiano usada por Erick Pulga no título estadual sobre o Vitória, por exemplo, tinha um lance máximo de 207 reais quatro dias antes do fim do leilão (a de Everton Ribeiro estava em 526 reais).

Naturalmente, convencer os clubes a disponibilizar seus uniformes e fechar uma parceria comercial não foi tarefa simples. “O vestiário é um ambiente quase intocável, teve de ser passo a passo. Fizemos incansáveis visitas, e fomos conseguindo acesso com uma receita simples: ser honesto e cumprir as promessas”, diz Tijman. O primeiro contrato foi assinado com o Twente, atualmente na segunda divisão holandesa.  O aspecto beneficente do modelo de negócios foi um fator crucial.

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A MatchWornShirt já ajudou a destinar dezenas de milhões de euros em projetos sociais, de caridade e assistência para vítimas de desastres naturais. “Existem diferentes acordos, mas, em geral, cerca de 75% da receita líquida de cada leilão é revertida para o clube parceiro. A ideia de doar parte dos lucros do leilão sempre foi uma parte fundamental do que queremos fazer”, explica Bob. “Alguns clubes dedicam a maior parte à caridade, outros decidem ficar com uma quantia específica. A escolha, em última instância, é do clube, mas sempre tentamos caminhar nessa direção.”

Os irmãos explicam que as camisas leiloadas geralmente são usadas no primeiro tempo das partidas, separadas cuidadosamente em parceria com os roupeiros para depois serem assinadas pelos atletas, e ainda passam por uma cuidadosa verificação de autenticidade antes de ir a leilão. A pedido do Real Madrid, que demonstrou preocupação com a presença de traços de DNA de suas estrelas nas camisas, a empresa passou a “lavar” os uniformes sem água, com a desinfecção por UV-C (raio ultravioleta C), que usa a luz para quebrar os compostos químicos em microrganismos. “Essa técnica limpa o DNA, mas aumenta o cheiro”, diverte-se Bob.

Para Tijmen, a melhor camisa leiloada na plataforma foi a usada pelo brasileiro Antony, hoje no Betis, então no Ajax, em um clássico contra o Feyenoord. “A camisa foi tirada dele por um torcedor durante a comemoração para ser devolvida mais tarde e leiloada para um hospital infantil local. Isso resume muito do que somos e acreditamos”.

Já Bob sofreu em se desfazer das camisas da seleção holandesa na derrota para a Argentina na última Copa do Mundo no Catar. “Tudo naquele jogo foi tão dramático e memorável… e eu também adoro tudo o que chega do América do México, com seus belos designs e estampas exclusivas.” Ironicamente, os irmãos ainda perseguem a sonhada camisa do Ajax assinada por Davi Klaassen. “Ainda não encontramos esse presente, mas temos certeza de que os astros vão se alinhar um dia”.

 

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