Marta, Mia Hamm, Prinz, Akers… 15 craques históricas da Copa feminina
As oito edições já concluídas dos mundiais não seriam as mesmas sem o brilho de alguns nomes de peso desde 1991; conheça mais
Matéria publicada no guia da Copa do Mundo feminina da PLACAR de julho
Pioneiras, artilheiras, recordistas… as oito edições já concluídas do Mundial feminino, definitivamente, não seriam as mesmas sem o brilho de nomes como Marta, Mia Hamm, Abby Wambach, Birgit Prinz, Homare Sawa, Hege Riise e tantas outras. PLACAR conta um pouco dos feitos de algumas delas, mas já deixa claro: Marta Vieira da Silva, a Marta, é a maioral – com ou sem taça.
A competição começa oficialmente nesta quinta-feira, 20, com o confronto entre Nova Zelândia e Noruega, às 4h (de Brasília), pouco depois da cerimônia de abertura no estádio Eden Park, em Auckland.
O Brasil está no grupo F ao lado de França, Jamaica e Panamá e estreia na segunda, 24, diante das panamenhas.
MARTA (BRASIL)
Atacante, em atividade
Atua desde 2000
5 Copas: 20 jogos, 17 gols
nenhum título
Foi tardio, só em 17 de setembro de 2021 e após mais de duas décadas de carreira como profissional, que a CBF reconheceu pela primeira vez os números oficiais de sua Rainha: 116 gols em 171 jogos. Faltavam registros antigos, justificava a entidade. Puro protocolo só para dizer aquilo que todos já sabiam: Marta Vieira da Silva é a maior artilheira da história da seleção brasileira – entre homens e mulheres. Não é Pelé. Não é Neymar.
Sem comparações, mas ninguém balançou mais as redes do que ela com a amarelinha. A conta atualizada é de 122 gols em 182 partidas. Marta é uma máquina de bater recordes. Maior artilheira da história das Copas (também entre homens e mulheres), com 17 gols. Maior vencedora de prêmios individuais de melhor do mundo – seis vezes, cinco de forma consecutiva. Maior nome de sua geração. Falta a ela, somente, o maior título de todos: o da Copa do Mundo.
Vice-campeã em 2007, ela tentará, como Messi no Catar, fazer justiça à própria história. Curiosamente, na maior edição de todos os tempos. Mesmo que não consiga, algo é certo: ela seguirá a maioral. A Marta o que é de Marta.
MIA HAMM (EUA)
Atacante, aposentada
Atuou de 1987 a 2004
4 Copas: 23 jogos, 8 gols
2 títulos (1991 e 1999)
Considerada por anos como a melhor jogadora americana de todos os tempos, Hamm estreou pela seleção em 1987, com 15 anos. Conquistou dois títulos mundiais e dois ouros olímpicos. Foi eleita a melhor do mundo em duas oportunidades: 2001 e 2002. Até 2013, detinha o recorde de gols por uma seleção, 158 em 276 jogos. Aposentou-se em 2004, aos 32 anos.
BIRGIT PRINZ (ALEMANHA)
Atacante, aposentada
Atuou de 1992 a 2011
5 Copas: 24 jogos, 14 gols
2 títulos (2003 e 2007)
Principal rival de Marta nas disputas do prêmio de melhor do mundo, tendo vencido o troféu em duas de cinco ocasiões, estreou por seu país aos 16 anos, em 1994. Levou a seleção a dois títulos mundiais, anotando nada menos que 14 de seus 128 gols. Faturou ainda cinco Eurocopas, além de três medalhas de bronze em Olimpíadas.
ABBY WAMBACH (EUA)
Atacante, aposentada
Atuou de 2002 a 2015
5 Copas: 25 jogos, 14 gols
1 título (2015)
Melhor do mundo em 2012, Wambach também é parte do orgulho norte-americano. Disputou quatro Mundiais, três deles como principal artilheira da seleção, mas só conquistou o sonhado título na última participação, em 2015, quase no último ato de sua carreira. Aposentou-se com 184 gols em 255 jogos, a segunda maior artilheira de todas as seleções – e como uma grande carrasca do Brasil
SISSI (BRASIL)
Meia-atacante, aposentada
Atuou de 1995 a 2009
2 Copas: 9 jogos, 7 gols
nenhum título
Considerada uma das pioneiras da modalidade no país. Atuou por anos como amadora até o início da era profissional, em 1995, ano em que jogou seu primeiro Mundial. O ápice veio só em 1999, nos Estados Unidos. A camisa 10 marcou sete gols naquela Copa, terminando como artilheira e segunda melhor jogadora da competição, em que o Brasil ficou em terceiro lugar.
SUN WEN (CHINA)
Atacante, aposentada
Atuou de 1989 a 2006
4 Copas: 20 jogos, 11 gols
nenhum título
Referência no país, a atacante bateu por duas vezes na trave na tentativa de conquistar um grande título. Em 1999, conduziu a seleção até a decisão do Mundial, mas acabou sucumbindo para os Estados Unidos, nos pênaltis. Terminou como a melhor jogadora e artilheira, com sete gols, ao lado de Sissi. Marcou 106 vezes em 152 jogos.
FORMIGA (BRASIL)
Volante, em atividade
Atua desde 1993
7 Copas: 27 jogos, 2 gols
nenhum título
Uma lenda, uma colecionadora de recordes. É a jogadora que mais atuou em Mundiais – sete vezes –, além de ter estado presente em sete Olimpíadas. Também é a mais velha a entrar em campo em uma Copa do Mundo – tinha 41 anos no evento de 2019 – e a marcar um gol, na edição de 2015, com 37 anos, três meses e seis dias. Conquistou o vice-campeonato em 2007.
CHRISTINE SINCLAIR (CANADÁ)
Atacante, em atividade
Atua desde 2001
5 Copas: 21 jogos, 10 gols
nenhum título
Maior goleadora entre seleções da história do futebol feminino, atualmente com 190 gols, Sinclair disputará a sexta e provável última Copa da carreira. Em Tóquio, conduziu o Canadá ao inédito ouro olímpico na modalidade e preferiu adiar o adeus do país que defende desde 2001. No último ano, recebeu honraria da Fifa pela marca histórica.
NADINE ANGERER (ALEMANHA)
Goleira, aposentada
Atuou de 1995 a 2021
5 Copas: 17 jogos, 10 gols sofridos
2 títulos (2003 e 2007)
Estreou pela seleção em 1996, mas precisou esperar longos anos na reserva de Silke Rottenberg. Virou titular só no Mundial de 2007, e logo fez história ao terminar o torneio sem sofrer nenhum gol, incluindo a defesa de um pênalti batido por Marta na final. Virou capitã após a aposentadoria de Birgit Prinz. Conquistou ainda três Euros, sendo uma como camisa 1.
MEGAN RAPINOE (EUA)
Atacante, em atividade
Atua desde 2006
3 Copas: 17 jogos, 9 gols
2 títulos (2015 e 2019)
Campeã olímpica em 2012 e das Copas de 2015 e 2019, além de melhor do mundo em 2019, Rapinoe conseguiu fazer de seus feitos fora dos gramados algo comparável à sua performance com a bola nos pés. Ativista na luta por causas sociais e defesa da comunidade LGBTQIA+, fará sua despedida em Mundiais. Há quatro anos, foi artilheira e Bola de Ouro.
HOMARE SAWA (JAPÃO)
Meia-atacante, aposentada
Atuou de 1991 a 2015
6 Copas: 24 jogos, 8 gols
1 título (2011)
Protagonista no título mundial conquistado pelo Japão em 2011, Sawa é a maior lenda da modalidade no país. Eleita a craque daquela Copa, da qual foi também a artilheira, com cinco gols, ganhou ainda o prêmio de melhor do mundo um ano depois, desbancando Marta e Wambach – até hoje, é a única asiática a alcançar o feito. Marcou 83 gols em 205 jogos pela seleção.
HOPE SOLO (EUA)
Goleira, aposentada
Atuou de 1999 a 2016
3 Copas: 17 jogos, 12 gols sofridos
1 título (2015)
Campeã mundial em 2015, Solo teve carreira estelar, mas controversa por polêmicas extracampo. Foi convocada pela primeira vez em 2000, com 19 anos, e virou titular cinco anos depois. Eleita a melhor goleira da Copa de 2011, levou também a Bola de Bronze daquela competição. Pelo país, conquistou dois títulos olímpicos, em 2008 e 2012.
CARLI LLOYD (EUA)
Meia-atacante, em atividade
Atua desde 1999
4 Copas: 25 jogos, 10 gols
2 títulos (2015 e 2019)
Camisa 10 de chute potente, Lloyd é um dos nomes de peso da história da modalidade. Duas vezes eleita melhor do mundo, marcou “o gol que Pelé não fez” na final da Copa de 2015, diante do Japão, selando uma atuação de gala naquela decisão. Aposentou-se da seleção em 2021, após os Jogos Olímpicos, com 134 gols marcados em 316 partidas.
MICHELLE AKERS (EUA)
Meia-atacante, aposentada
Atuou de 1985 a 2000
3 Copas: 13 jogos, 12 gols
2 títulos (1991 e 1999)
Considerada pela Fifa, em 2000, como a melhor jogadora do século XX – prêmio que dividiu com a chinesa Sun Wen –, marcou dez gols logo na primeira Copa da história, em 1991, conduzindo os Estados Unidos ao título. Ainda faturou o Mundial de 1999 e uma Olimpíada. É a quarta maior artilheira de Copas, com 12 gols. Fez 105 pela seleção.
HEGE RIISE (NORUEGA)
Meia, aposentada
Atuou de 1989 a 2006
4 Copas: 22 jogos, 9 gols
1 título (1995)
Estreou pelo país em 1990, com 20 anos. De participação tímida no primeiro Mundial, em 1991, virou peça fundamental para o festejado título da Copa de 1995, com cinco gols, e terminou eleita a melhor jogadora do torneio. Ainda faturou o ouro olímpico em 2000. Aposentou-se da seleção quatro anos depois, com 58 gols em 188 jogos.