Jogadoras do River passam Natal presas em SP, acusadas de racismo
Candela Díaz, Camila Duarte, Juana Cángaro e Milagros Díaz foram detidas após ato de injúria racial em partida contra o Grêmio, no Canindé, e tiveram habeas corpus negado
Candela Díaz, Camila Duarte, Juana Cángaro e Milagros Díaz, as quatro jogadoras do River Plate acusadas de injúria racial contra gandulas na última semana, passaram o Natal detidas na Penitenciária Feminina de Sant’Ana, em São Paulo.
De acordo com informações do diário argentino Olé, o habeas corpus apresentado pela assessoria jurídica do River, representado pela advogada brasileira Thaís Sankari, foi negado pela Justiça. A decisão do juiz se baseia no código penal brasileiro, que e equipara os atos de injúria racial ao racismo, crime inafiançável e que prescreve no Brasil.
As jogadoras, portanto, podem receber uma pena de dois a cinco anos de prisão. A tendência, porém, é que Candela Díaz, Camila Duarte, Juana Cángaro e Milagros Díaz sejam liberadas nos próximos dias, ainda de acordo com o Olé.
O documento expedido pelo desembargador Alberto Anderson Filho, do Tribunal de Justiça de São Paulo, fundamentou o indeferimento do habeas corpus, pois “as denúncias dizem respeito a um crime grave, considerado atroz”, com “imagens de que circulam amplamente na imprensa, demonstrando claramente a conduta da acusada Candela Díaz [flagrada pelas câmeras imitando um macaco]”.
LAMENTÁVEL 😡 Veja o momento em que a jogadora Candela Díaz, do River Plate, imitou um macaco na partida contra o Grêmio, nesta sexta (20).#EsporteNaBand pic.twitter.com/bjJ15W9kGF
— Esporte Na Band (@esportenaband) December 21, 2024
A defesa das atletas argumenta que os atos racistas foram uma “retaliação” a um dos gandulas que teria tocado seus órgãos genitais durante uma discussão com as atletas na partida diante do Grêmio, no Canindé, no último dia 20. O River Plate emitiu nota de repúdio contra atos racistas, mas considera as prisões excessivas.
Como foi o ato de injúria racial das atletas do River
A partida entre Grêmio e River Plate, na última sexta-feira, 20, válida pela Brasil Ladies Cup, terminou de forma lamentável. Em confusão com seis expulsões da equipe argentina, e caso de racismo com o gandula, o Tricolor Gaúcho forçou paralisação e a equipe argentina foi eliminada WO (3 a 0) no estádio do Canindé.
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O encontro teve apenas 35 minutos de bola rolando. O River saiu na frente logo aos três minutos, com Julieta Romero. O empate gremista garantido por Maria ainda no primeiro tempo deu início a confusão com a equipe argentina.
Em meio a confusão, a jogadora argentina Candela Díaz imitou um macaco em direção a um gandula do Canindé. O time do Grêmio se retirou de campo e o jogo ficou cerca de 30 minutos paralisado.
Ao todo, foram seis jogadoras do River Plate expulsas e quatro levadas para a delegacia: Candela Díaz, Cángaro, Camila Duarte e Milagros Díaz.
River Plate manifiesta su más absoluto repudio ante los gestos discriminatorios ocurridos en el encuentro con Gremio por la Brasil Ladies Cup 2024. Comunica que ya está tomando las medidas disciplinarias correspondientes y seguirá trabajando para erradicar este tipo de conductas.
— River Plate Fútbol Femenino (@RiverPlateFem) December 21, 2024
“Na verdade as atletas da equipe adversária chamaram as meninas de macaca, de “negrita”. Houve o caso com o gandula, e as meninas não aceitaram, ele está aqui trabalhando”, disse Thaissan, técnica do Grêmio, ao SporTV no final do encontro.