Bia Zaneratto: ‘Queremos ganhar a Copa pela Marta’
Aos 29 anos, artilheira do Palmeiras fará sua primeira Copa como titular, caso volte 100% de lesão – e diz que é possível conquistar a inédita taça
Com a seleção brasileira, Bia Zaneratto já ganhou a Copa América de 2018 e a de 2022. Atuando por clubes, venceu a Libertadores em 2010 (pelo Santos) e em 2022 (pelo Palmeiras). É considerada a principal jogadora do Verdão atualmente e sabe que o maior desafio da carreira é levar o Brasil à conquista da Copa do Mundo feminina – em sua quarta participação pelo escrete em Mundiais.
Como a seleção chega a este Mundial? Forte. Estamos no caminho certo, preparadas para brigar pelo título inédito. Essa reta final com os dois últimos amistosos deu ainda mais esperança para nós. Há mais motivação para ir em busca da tão sonhada taça.
A vitória sobre a Alemanha e o empate com a Inglaterra aumentaram a confiança? Foi muito importante ter esses dois amistosos de grande qualidade, com grandes equipes. Ficamos motivadas e a Pia Sundhage, técnica o Brasil] também gostou bastante da resposta que demos em campo [empate por 1 a 1 com as inglesas, seguido de derrota nos pênaltis na Finalíssima, e vitória por 2 a 1 sobre as alemãs].
E quais são as principais adversárias do Brasil pelo título? Creio que os Estados Unidos, que estão sempre brigando. A Alemanha também vem muito forte, a França… São grandes seleções que, com certeza, vão dar muito trabalho. Acho que há muito equilíbrio.
De que forma a mescla de idades que há hoje na seleção pode fortalecer o grupo? Fico muito feliz de fazer parte desses dois ciclos, de estar agora no meio do caminho junto com essa geração que vem mostrando cada vez mais sua força. Isso tem dado muito certo, e a gente espera que agora, nesse momento crucial que é a Copa, possamos cada vez mais estar unidas. Estamos focadas no mesmo objetivo: conquistar esse título tão sonhado.
Como você chega fisicamente? E mentalmente? Mais madura. Vivi vários momentos para que hoje estivesse na melhor fase da carreira. Vai ser a Copa mais vista da história. Pela repercussão que vem tendo, pela visibilidade que vem ganhando, sabemos que todos os olhares vão estar voltados para a competição.
O Mundial de 2019 foi um divisor de águas para o futebol feminino. O que vislumbra para o de 2023?
Um marco de modo geral, no mundo todo. Acho que agora o mundo olha para o futebol feminino de outra forma. Somos muito mais reconhecidas do que naquela época. Sair na rua e as pessoas saberem quem você é mostra que todos estão vendo e gostando.
Qual é a importância de ainda contar com a Marta no grupo? Acima de tudo, ela tem um coração gigantesco, é humana. Não à toa foi por seis vezes eleita a melhor do mundo. É por tudo o que faz dentro de campo, pela forma como abraça a equipe e como agrega para que a modalidade esteja unida. Nesse momento, o grupo precisa muito dela e, mais do que isso, acho que todas nós vamos fazer de tudo para tentar conquistar essa Copa por ela. A Marta já falou por diversas vezes que trocaria todos os títulos individuais por um Mundial. A gente fala muito sobre isso, sobre presenteá-la e coroar a carreira brilhante dela com essa taça.