Como uma única partida destruiu o Barcelona por dentro: as lágrimas, demissões e o início do fim da era de ouro do clube catalão.
Em 14 de agosto de 2020, o mundo do futebol testemunhou uma das maiores goleadas da história da UEFA Champions League. O Bayern de Munique aplicou um impressionante 8 a 2 sobre o Barcelona, nas quartas de final da temporada 2019/20, em partida única disputada no Estádio da Luz, em Lisboa. O resultado não apenas eliminou o clube catalão da competição, mas também marcou o início de uma profunda crise institucional no Camp Nou.
Desde os primeiros minutos, o Bayern impôs um ritmo avassalador. Thomas Müller abriu o placar aos 4 minutos, e embora David Alaba tenha marcado contra, empatando a partida, os alemães retomaram o controle rapidamente. Gols de Perišić, Gnabry e novamente Müller colocaram o placar em 4 a 1 ainda no primeiro tempo. No segundo tempo, Suárez descontou para o Barcelona, mas Kimmich, Lewandowski e Coutinho (duas vezes) fecharam a goleada histórica.
O domínio do Bayern foi evidente em todos os aspectos do jogo. Com 26 finalizações contra apenas 7 do Barcelona, os bávaros demonstraram superioridade tática e física. A atuação de jogadores como Alphonso Davies, que protagonizou uma jogada espetacular no gol de Kimmich, evidenciou a diferença entre as equipes.
A derrota teve repercussões imediatas no Barcelona. Três dias após o jogo, o técnico Quique Setién foi demitido, seguido pelo diretor esportivo Éric Abidal. O zagueiro Gerard Piqué declarou que o clube precisava de mudanças estruturais profundas, refletindo o sentimento de muitos torcedores e analistas.
A goleada também impactou diretamente Lionel Messi, que manifestou o desejo de deixar o clube, alegando falta de competitividade e planejamento. Embora tenha permanecido por mais uma temporada, o episódio foi um marco na deterioração da relação entre o jogador e a diretoria.
Para o Bayern, a vitória consolidou o trabalho do técnico Hansi Flick, que havia assumido o comando da equipe em novembro de 2019. O triunfo sobre o Barcelona foi parte de uma campanha perfeita na Champions League, culminando no título após vencer o Paris Saint-Germain na final.
Jogadores como Lewandowski, Müller e Davies se destacaram ao longo da competição, e o estilo de jogo agressivo e eficiente do Bayern foi amplamente elogiado. A goleada sobre o Barcelona simbolizou a ascensão do clube alemão ao topo do futebol europeu.
A derrota por 8 a 2 foi um ponto de inflexão para o Barcelona. Nos anos seguintes, o clube enfrentou dificuldades financeiras, mudanças na diretoria e reformulações no elenco. A saída de Messi em 2021 para o Paris Saint-Germain foi um dos eventos mais significativos desse período de transição.
Apesar dos esforços para reconstruir a equipe, o Barcelona enfrentou eliminações precoces em competições europeias nas temporadas subsequentes. A derrota para o Bayern permanece como um lembrete das consequências de uma gestão inadequada e da necessidade de renovação constante no futebol de alto nível.
Em maio de 2024, Hansi Flick foi anunciado como novo técnico do Barcelona, assinando contrato até 2026. A contratação do treinador que outrora comandou a histórica goleada sobre o clube catalão simboliza uma tentativa de reestruturação e retorno à competitividade europeia.
A chegada de Flick foi recebida com otimismo por parte da torcida e da diretoria, que veem no técnico alemão a capacidade de implementar uma filosofia de jogo moderna e eficaz. O desafio agora é reconstruir a identidade do Barcelona e recolocá-lo entre os principais clubes do continente.
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