Sport inicia reuniões para se tornar SAF
Clube pernambucano pretende buscar autorização dos conselheiros ainda em 2023
O Sport Club do Recife deve seguir os passos de Cruzeiro, Vasco, Botafogo e Bahia e ser a mais próxima Sociedade Anônima de Futebol do país. Na última segunda-feira, 13, o clube pernambucano promoveu um encontro na Ilha do Retiro junto ao Conselho Deliberativo para esclarecimentos e dúvidas mais profundas do que pretende implementar sobre a constituição da lei da SAF.
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A iniciativa partiu do presidente Yuri Romão, que vê o modelo como uma das prioridades da sua gestão para os dois próximos anos. O tradicional clube de Recife foi rebaixado à Série do Brasileirão em 2021 e não conseguiu o acesso na temporada passada.
A apresentação contou com a palestra de Rodolfo Riechert, CEO da Genial Investimentos, plataforma de serviços financeiros que tem como meta mostrar a visão do investidor sobre as SAFs, e do advogado especialista em direito desportivo Rodrigo Monteiro de Castro, coidealizador da Lei da SAF, de autoria do Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco.
“Eu entendo que um clube do Nordeste só vai conseguir nivelar a competitividade ao lado de um investidor. E esse encontro é uma preocupação que temos de levar transparência para o nosso Conselho. O objetivo foi de fornecer informações sobre a lei da SAF com grandes especialistas da área, de uma forma correta e responsável, mas também com enriquecimento de dados”, explica o presidente Yuri Romão.
Essa foi a primeira vez que esse tipo de debate aconteceu junto aos conselheiros do clube, que elogiaram o nível técnico do encontro e tiveram a oportunidade de fazer perguntas aos especialistas. A mesa foi presidida pelo vice-presidente do Conselho, André Fernandes.
“A lei da SAF deve ser compreendida como uma solução, não obrigatória, para os problemas estruturais dos clubes brasileiros. Ela medirá o tamanho do sonho ou da perspectiva de cada clube: quem quiser permanecer em crise e numa permanente gangorra financeira, ficará sob o modelo associativo; quem quiser voltar a ser grande, haverá de seguir algum caminho previsto na nova Lei”, aponta o advogado Rodrigo Monteiro de Castro.
Durante a apresentação, foram realizadas demonstrações de como surgiu a lei da SAF, as questões jurídicas, processos e diferenciações de modelos que variam de clube para clube. Também foram demonstrados os investimentos do mercado do futebol, exploração de novos produtos, formação de novos ídolos e receitas, além de demonstrativos de como o futebol pode ser indutor do entretenimento, e de como seria a visão dos investidores sobre o projeto.
“O potencial do mercado brasileiro de futebol é enorme. Mas não podemos continuar com o clube sendo o único ente não-privado, vendo a receita sendo dividida entre todos e a ele restar a dívida. Formação de novos talentos, novas receitas com exploração do entretenimento e de novos produtos mostram que esse é o caminho. Para isso, o ambiente profissional dentro dos clubes precisa ser cultivado”, opina Rodolfo Riechert, CEO da Genial Investimentos.
Este encontro junto ao Conselho Deliberativo é uma extensão dos planos do presidente Yuri Romão em obter o máximo de conhecimento possível com especialistas no assunto. Em janeiro deste ano, o mandatário do Leão enviou uma comitiva com seus vice-presidentes para conhecer as instalações e os profissionais de Cruzeiro e Coritiba, com objetivo de trocar informações sobre reestruturação, com pilares para a Sociedade Anônima do Futebol e profissionalização. Um dos próximos passos é visitar o Athletico Paranaense, segundo revelou Romão.
De acordo com Yuri Romão, o Sport quer fazer todo o processo com calma, mas sem perder tempo. E estabelece qual é a prioridade em relação à SAF.
“Eu gostaria que para o ano de 2023, já pudéssemos ter pelo menos a autorização do Conselho, e até por isso estamos levando todo o tipo de informação e conhecimento. Precisamos fazer tudo isso com muita cautela e responsabilidade, mas também estar adiantados. Não podemos ser omissos e perder tempo. O Sport tem tudo: patrimônio, tradição, torcida e história. Mas temos que avançar e tomar uma decisão, e isso será feito de forma coletiva”, acrescenta.