Publicidade
Publicidade

Santos aposta em dribles de Soteldo contra o Corinthians, lanterna no fundamento

Principais dribladores do campeonato não registram média superior a quatro dribles por partida há três edições; clubes tomam medidas na base para o resgate do artifício

Santos e Corinthians se enfrentam nesta quarta-feira, 21, às 20h, na Vila Belmiro, em duelo direto para abrir distância das últimas posições do Brasileirão 2023. O grande reforço santista para o clássico válido pela 11ª rodada é o retorno de Yeferson Soteldo, que estava defendendo a seleção venezuelana na recente Data Fifa. O baixinho santista é o segundo jogador com mais dribles no campeonato e terá pela frente justamente a equipe mas deficiente no quesito.

Publicidade

O camisa 10 não participou dos treinamentos de preparação visando o rival, mas o técnico Odair Hellmann conta com o meia-atacante para o seu grupo titular. Soteldo é o segundo maior driblador do Brasileirão com 3,4 lances por partida, segundo dados do SofaScore, especialista em estatísticas.

A lista com os cinco atletas com maior média de dribles no Brasileirão de 2023 ainda conta com o líder Jhon Arias, do Fluminense, com quatro por jogo, Dudu (3,4), do Palmeiras; Palacios (3,3), do Goiás; e Vítor Jacaré (3), do Bahia. Os dados abrangem as primeiras dez rodadas.

Publicidade

Na contramão do Peixe, o Corinthians não tem dribladores entre os dez primeiros e, como equipe, está na última posição da liga nacional. Ao todo, soma uma média de 9,8 dribles por partida. Wesley é o líder da equipe no quesito, com 2,2 por rodada, ocupando apenas a 23ª colocação entre os atletas. O alvinegro da Vila, como time, está em terceiro, com 13,9 dribles, atrás somente de Inter (14) e Fluminense (14,6).

Onde estão os dribladores?

Carente de jogadores marcados pelo fundamento, o futebol brasileiro, ao longo dos anos, passou a se destacar cada vez menos no artifício. Se na final da Copa do Mundo de 1970, diante da Itália, Clodoaldo aplicou quatro dribles seguidos em apenas um lance, nas últimas três edições do Campeonato Brasileiro os principais dribladores têm dificuldade em ter média semelhante em uma partida completa.

Para efeito de comparação, a média do líder do ranking no momento atual desta edição do Brasileiro supera os últimos vencedores do fundamento. Em 2022, Jeffinho (3,2) venceu a disputa atuando pelo Botafogo e, em 2021, o primeiro colocado foi Fernandinho (3,1), defendendo a Chapecoense.

Publicidade

“Precisamos incentivar que essa ação técnica interaja cada vez mais com as ações táticas para produzir os resultados. O drible como uma ferramenta para conseguir seus objetivos, sejam eles defensivos ou ofensivos, é uma característica que o futebol brasileiro sempre teve e não pode abrir mão. Essa sempre foi uma preocupação muito grande que tive. Conseguimos implementar o ‘Lapidar’ no Grêmio, o ‘DNA Alvinegro’ no Atlético-MG, também o mesmo projeto no Bahia e demos início no Juventude e agora estamos executando na Ferroviária”, analisa Júnior Chávare, diretor-executivo da Ferroviária, responsável pela revelação de grandes nomes do futebol brasileiro, como Anthony, Everton Cebolinha, Arthur e Militão, entre outros.

Vinicius Júnior e Rodrygo, do Real Madrid, dançando -
Driblam e bailam: Vinicius Júnior e Rodrygo, referências no quesito

Dentre os atacantes da seleção brasileira, dois dos principais dribladores são Vinicius Júnior e Rodrygo, que atuam juntos pelo Real Madrid. Com média ainda menor do que as registradas no Campeonato Brasileiro, ambos formam o pódio dos maiores dribladores da La Liga. Enquanto o ex-Flamengo é o primeiro, com média de 3,3 dribles bem-sucedidos por jogo, a cria do Santos é o terceiro, com média de 2,3.

“A nossa formação se inicia no futsal, que desenvolve bastante a habilidade do drible. Os times sub-09, sub-11 e sub-13 já começam a integração com o campo. É preciso também a valorização dos jogadores que tenham essa característica e incentivá-los a utilizá-la dentro de campo, de forma produtiva. O drible é o ponto de desequilíbrio dentro do futebol”, destaca Marcelo Paz, presidente do Fortaleza.

Com foco na formação de novos talentos, alguns dos principais clubes do país também têm adotado medidas para incentivar a tomada de decisão, o drible e o improviso dos atletas. Além do Fortaleza, o Palmeiras, por exemplo, anunciou em janeiro deste ano a retirada da grama de um dos campos do centro de treinamento onde atuam os garotos da base, para que pudessem desenvolver maior repertório técnico em um piso de terra.

E não são só os clubes que buscam o resgate do drible. O X1 Brazil, competição de um contra um, proporciona aos fãs o fundamento em estado puro e vem fazendo muito sucesso. No último evento, em Fortaleza, 12.000 pessoas lotaram a arena local.

Com berço nos campos de várzea do Recife, o X1 Brazil Combate agora será disputado no Geraldão, na capital pernambucana, no próximo dia 30. Daniel Coringa, considerado o melhor jogador de um contra um do país, defenderá seu posto contra Bolt. Coringa venceu o título no Ceará aplicando cinco dribles – o duelo terminou somente com 11 minutos, por conta de uma lesão do adversário Kaká. Já o desafiante Bolt conseguiu oito dribles em seu último confronto.

 

Publicidade