Números de rebaixado: Cuca vai mal no Atlético-MG e dívidas viram destaque
Treinador retornou ao Galo para recolocar o time no caminho das vitórias, mas viu eliminação, sequência ruim e pressão na diretoria virarem empecilhos
Em setembro de 2021, o Atlético Mineiro era líder do Campeonato Brasileiro, semifinalista da Copa do Brasil e vivia série invicta, jogando bom futebol. Atualmente, cerca de um ano depois, o cenário é diferente, apesar de algumas semelhanças.
Assine #PLACAR por apenas R$ 9,90/mês. Não perca!
Cuca, treinador do ano estrelado, chegou a sair por vontade própria, mas voltou para substituir Turco Mohamed, aposta que não agradou muitos atleticanos. Do time-base de 2021, a maior parte continua, mas algumas baixas pontuais são determinantes nos resultados, como a lesão de Guilherme Arana, a queda de rendimento de Hulk e a instabilidade dos meio-campistas.
Sétimo colocado do Campeonato Brasileiro, o Atlético Mineiro já se contenta com um ano sem títulos de expressão (venceu apenas o Campeonato Mineiro e a Supercopa do Brasil). Entretanto, o lado alvinegro de Belo Horizonte teme que a má fase culmine em uma posição que não leve a equipe à Libertadores de 2023.
Um outro Cuca
Na contramão da esperança, os resultados e rendimento, inclusive, pioraram desde que Cuca retornou. O treinador esteve à frente do Galo em dez jogos e é dono de um retrospecto de equipe rebaixada: foram quatro derrotas, quatro empates e duas derrotas, aproveitamento de 33,3% dos pontos, inferior ao do Avaí – 17º colocado no Campeonato Brasileiro.
O técnico ainda estava à beira do campo quando o Atlético foi eliminado pelo Palmeiras, nas quartas de final da Libertadores, mesmo com dois jogadores a mais durante parte do confronto decisivo.
Como base de comparação, as últimas passagens de Cuca pelo Atlético Mineiro terminaram com números relevantes e taças. Entre 2011 e 2013, o Galo conquistou dois campeonatos mineiros e a inédita Libertadores, desempenhando bom futebol e potencializando nomes como Ronaldinho Gaúcho, Bernard e Diego Tardelli. Já na de 2021 foi a mais encantadora e vitoriosa: título estadual, do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil.
O final das duas, porém, são o calo da relação entre a torcida e o treinador. Em 2013, durante a disputa do Mundial de Clubes, após perder para o Raja Casablanca nas semifinais, a saída de Cuca foi confirmada.
Na época, o ex-presidente do Galo, Alexandre Kalil (atualmente candidato ao governo de Minas Gerais), afirmou que o profissional já havia avisado que não seguiria. Da mesma forma, no fim de 2021, o técnico decidiu não dar continuidade ao trabalho, alegando foco na vida pessoal.
Em entrevista coletiva após a derrota para o Avaí, no último sábado, 17, Cuca não descartou a saída. Por outro lado, reafirmou que deseja “fazer dar certo” a campanha nesta temporada. “O Atlético está também para virar uma SAF. Se os números continuam ruim como estão, é natural que nem me queiram. A gente tem que ser muito prático e realista. Só que eu não vou ficar com esses números aqui. Vou mexer o doce, vou fazer virar custe o que custar.”
Crise política e financeira
Se dentro de campo as coisas pararam de funcionar para o Atlético Mineiro, a crise financeira, que já era um dos problemas, só ficou mais evidente. A dívida, maior do Brasil, já chega à casa dos 1,1 bilhão, e obriga o clube a buscar novos empréstimos. Para sanar parte dos débitos, o Galo chegou a vender 49,9% do Diamond Mall, shopping de Belo Horizonte, por 340 milhões.
Sem grandes premiações por desempenho nas competições, o Atlético segue com um dos elencos mais caros do país e depende da ajuda dos “mecenas” Ricardo Guimarães, Renato Salvador, Rubens Menin e Rafael Menin. Nesse sentido, o que é consenso dentro do clube é a necessidade de equilibrar custos, o que pode implicar na montagem do elenco. Em fase final de construção da Arena MRV, o Galo pode sofrer mais impacto caso não dispute a Libertadores de 2023.
Tendo em vista a situação ruim, a diretoria atleticana passou a ser cobrada quanto ao planejamento do futebol. Nas redes sociais, diversos torcedores questionam as contratações e gestão do esporte. Além disso, o alvinegro vive momento de possível transição para uma SAF (sociedade anônima do futebol), o que pode ser a salvação para os cofres do clube.
Assine o Amazon Prime e garanta 30 dias grátis de acesso ao Prime Video e outras vantagens