Ganso no Santos: idolatria, farpas com torcida e saída polêmica
Meia do Fluminense viveu noite marcante na Vila Belmiro: fez gol, comemorou como nos tempos de Peixe, foi vaiado e deixou o campo com a camisa alvinegra
Paulo Henrique Ganso foi o personagem central de Santos 2 x 2 Fluminense, realizado na última segunda-feira, 1º, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro. O meia do Tricolor foi vaiado durante toda a partida pela torcida santista, marcou um dos gols – comemorando como um maestro, relembrando os tempos de Peixe -, cogitou um dia retornar e, ao trocar a camiseta com Ângelo, deixou o gramado com a camisa alvinegra, vestido da forma que despontou para o futebol.
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O jogador ainda precisou “se explicar” para torcedores do Fluminense, irritados com a atitude de vestir a camisa do Santos. Ganso conversou com os tricolores e disse: “Tenho história aqui”. O meia terminou a conversa sugerindo que a diretoria do time carioca renovasse o contrato com ele.
PH foi revelado no Peixe, onde brilhou para o mundo pela primeira vez. O fim da jornada, no entanto, ainda faz torcedores guardarem mágoas.
Relembre a passagem e a polêmica saída de Ganso no Santos
Depois de idas e voltas das categorias de base, Ganso começou a deslanchar como profissional em 2009. Ao lado de Neymar, consolidou seu espaço e brilhou, de fato, em 2010, quando conquistou o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil, encantando o país. Foi centro de um clamor popular para ser convocado para a Copa do Mundo da África do Sul, mas acabou apenas na “lista reserva” de sete nomes do técnico Dunga. Durante a paralisação pelo Mundial, foi submetido a uma artroscopia no joelho, o segundo procedimento de sua carreira (o primeiro havia sido em 2007).
Paulo Henrique tinha multa rescisória milionária, fixada em 50 milhões de euros. Até por isso, investidas do futebol estrangeiro, como a do Lyon, em 2010, por 15 milhões de euros, não eram nem debatidas. Nas quatro linhas, o rendimento passou a não ser mais o mesmo, e novas lesões, com procedimentos cirúrgicos, foram impedimentos para uma explosão ao lado de Neymar, que dia após dia era mais realidade.
Ele recusou um plano de carreira do Santos, e os primeiros atritos públicos entre clube e jogador passaram a acontecer. Ganso, em 2011, admitiu que ficava triste e se julgava subvalorizado no Peixe. E mesmo afastado constantemente por problemas físicos, tinha respiros de craque, o que foi essencial para a conquista da Libertadores daquele ano.
A partir de então, tudo começou a ruir. No Mundial de Clubes, Ganso admitiu que vendeu 10% de seus direitos econômicos para o Grupo DIS, por 5 milhões de reais, aumentando a tensão. Mesmo assim, brilhou no início de 2012, mas a necessidade de uma nova artroscopia foi o “início do fim”. Recusou uma nova tentativa de renovação santista e rebateu o presidente santista da época, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, afirmando que o dirigente o jogava contra a torcida.
Depois de novos problemas musculares e reuniões fracassadas, Ganso abandonou tratamentos no Santos, se reuniu com o São Paulo e foi à Vila Belmiro para assinar a rescisão com o Peixe. A saída inflamou a torcida, que passou a chamar o antigo “maestro” de “mercenário”.
Reencontros futuros foram marcado por vaias a cada vez que Ganso tocou na bola. Na última segunda, não foi diferente. E mesmo com todo o clima tenso, em entrevista à Globo, dentro de campo, PH disse: “Sempre fui muito feliz aqui, marquei a minha história, conquistei muitos títulos. Agradeço o carinho de todos, apesar de que, quando jogo contra, o pessoal me xinga. Mas eu sei que eles têm um carinho por mim, e eu também tenho pelo clube”. E finalizou: “Quem sabe um dia, mais para a frente, a gente possa voltar aí e se reencontrar”.
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