Fluminense de Diniz revê Cruzeiro 4 anos após iniciar caos na Raposa
Em 2019, confronto foi o 2º da série de 11 jogos sem vencer que culminaria na queda do time mineiro. Hoje, em boa fase, equipe celebra retorno ao Mineirão
BELO HORIZONTE – Retorno ao Mineirão, arquibancadas cheias e grande fase na elite nacional. Esse é o cenário que todo torcedor do Cruzeiro desenha para o jogo contra o Fluminense, nesta quarta-feira, 10, às 21h30, pela quinta rodada do Brasileirão 2023. O otimismo azul, no entanto, tem um duro adversário, que brilha na temporada, é considerado uma sensação e tem o histórico a seu favor.
Uma dessas memórias do retrospecto é especialmente dolorida para qualquer cruzeirense: há quase exatos quatro anos, o Fluminense, que tinha Fernando Diniz em primeira passagem, batia o Cruzeiro, por 4 a 1, no Maracanã, pela quinta rodada do Brasileirão de 2019. Esse foi o segundo jogo de uma série de 11 partidas sem vencer na competição, determinante no dolorido rebaixamento.
Desde então, 1453 dias se passaram e o Cruzeiro viveu grande parte deles na Série B, até conquistar a volta à elite, no fim de 2022. Nesta quarta-feira, também pela quinta rodada como em 2019, a Raposa reencontra o Fluminense do mesmo Fernando Diniz e busca escrever a história de outra maneira.
Desta vez, o time retorna ao Mineirão – estádio em que não atua desde novembro de 2022 em razão de desentendimentos entre a diretoria e a administradora Minas Arena – e chega embalado pelas quatro vitórias consecutivas no início do trabalho do técnico português Pepa. Curiosamente, o duelo pode consolidar a boa fase, diferente do que aconteceu no duelo de 2019.
O Fluminense de Diniz: antes e depois
Do lado tricolor, também há pontos para se agarrar. Hoje nas graças da torcida, Diniz era o treinador à época. Extremamente contestado, dava início a um trabalho que foi interrompido poucos meses depois. Após quatro anos, com experiências em São Paulo, Santos e Vasco, Diniz é um dos grandes responsáveis pelo bom futebol apresentado no clube das Laranjeiras.
Para aquele embate realizado no Rio de Janeiro, em uma noite de sábado há quatro anos, Diniz foi a campo com Agenor, Gilberto, Nino, Matheus Ferraz, Caio Henrique; Allan, Daniel, Ganso; Luciano, Yony González e Léo Arthur. Os escolhidos para entrar durante a partida foram Marcos Paulo, João Pedro e Igor Julião.
Desses jogadores, seguem no clube apenas Nino e Ganso. O zagueiro, atualmente capitão, começava sua história no Fluminense e o meia, idolatrado nos tempos atuais, fazia seu 14º jogo com a camisa do carioca após experiência de pouco sucesso na Europa.
Entre os atletas do Flu naquele dia, também vale a lembrança para Gilberto, hoje no Benfica, Caio Henrique, destaque do Monaco e João Pedro, vendido recentemente do Watford para o Brighton, por mais de 180 milhões de reais.
Valioso e rebaixado Cruzeiro
O Cruzeiro iniciou 2019 como um dos grandes favoritos aos principais títulos. Campeão do Mineiro e de fase de grupos avassaladora na Libertadores, o time tinha um valioso – e caro – elenco, composto por nomes como Fábio (hoje no Fluminense), Dedé, Rodriguinho e Fred.
O status, que era de atual vencedor da Copa do Brasil, também movia a torcida, a ponto de fazer passar despercebida a má administração financeira da gestão de Wagner Pires de Sá e Itair Machado, mais tarde denunciados por crime lavagem de dinheiro nas contas do clube. O rombo no caixa foi tamanho a ponto da Raposa entrar em recuperação judicial.
Mano Menezes, o treinador celeste na ocasião, escalou o time com Rafael, Orejuela, Dedé, Léo, Egídio; Henrique, Lucas Romero, Rodriguinho, Robinho; Pedro Rocha e Fred. Saíram do banco Marquinhos Gabriel, David e Sassá.
A goleada foi o segundo jogo de uma série negativa no Brasileirão e apenas um dos momentos de sofrimento para o Cruzeiro em 2019. Ao fim da temporada, grande parte dos jogadores deixou o clube e hoje, quatro anos depois, nenhum dos atletas que atuaram na ocasião fazem parte do plantel.