Dorival volta ao Flamengo depois de ser descartado; o que mudou?
Quase quatro anos depois, técnico fez somente 34 jogos somados os trabalhos por Ceará e Athletico-PR; nova aposta levanta desconfianças e incertezas
O anúncio do retorno de Dorival Júnior ao Flamengo ecoou como um dèjá-vu (já visto, em francês) para torcedores rubro-negros. E com razão: esta será a terceira vez em que o treinador assume o clube da Gávea e, semelhantemente como foi na passagem no final de 2018, há desconfianças de sobra e quase nenhuma certeza sobre a nova aposta da diretoria.
Assine #PLACAR digital no app por apenas R$ 6,90/mês. Não perca!
Quase quatro anos depois do distanciamento entre as partes, o cenário parece ainda mais duvidoso. Há pouco ara analisar o que de fato mudou de lá para cá. Desde de que foi preterido pela atual gestão do clube, esteve à frente somente do Athlético-PR, em 2020, e ficou um ano e sete meses parado até ser anunciado pelo Ceará neste ano. Foram só 16 e 18 jogos, respectivamente.
Aos 60 anos e com sete títulos na carreira, Dorival comandou o Flamengo em duas ocasiões: 2012 e, a última vez, em 2018, quando foi contratado na reta final do Campeonato Brasileiro para o lugar de Maurício Barbieri.
À época, o clube havia sido eliminado dos mata-matas da Copa do Brasil e Libertadores e disputava, embora distante da liderança, o título nacional com o Palmeiras.
Dorival ficou no cargo por cerca de três meses e conquistou o vice-campeonato. Ao todo, 12 jogos, três empates, duas derrotas e sete vitórias. Um saldo positivo também defensivamente, pois não foi vazado em oito jogos, além de três jogos de invencibilidade.
Ainda assim, o técnico não permaneceu para a temporada seguinte. Por opção do recém empossado, e atualmente no cargo, presidente Rodolfo Landim, Dorival foi substituído por Abel Braga.
Um ano separou a demissão do técnico no Rubro-Negro carioca e o anúncio no Athlético-PR. Neste intervalo, Dorival ficou afastado do futebol para tratar de um câncer na próstata, o qual foi submetido a cirurgia para a retirada do tumor.
A passagem pelo Athlético-PR durou oito meses. Conquistou o Campeonato Paranaense, mas foi alvo de críticas. Dorival esteve à frente da equipe em 16 jogos, nove vitórias, três empates e quatro derrotas. Um saldo de 56,2% de aproveitamento.
Apesar das vitórias na Libertadores e do bom desempenho no estadual, a campanha no Brasileirão desandava. O técnico acabou derrubado depois de uma sequência de quatro derrotas para Santos, Fluminense, Palmeiras e São Paulo, a três pontos da zona de rebaixamento, e foi demitido em agosto de 2020.
Antes de ser anunciado pelo Ceará, no final de março deste ano, Dorival deu nova pausa do futebol por um ano e sete meses. A retomada, porém, foi bastante consistente. O treinador deixou o clube com 61% de aproveitamento em 19 jogos, 11 vitórias, quatro empates e três derrotas. Em 12ª lugar no Brasileirão e nas oitavas de final da Sul-americanas.
Na competição continental, o Vozão foi líder invicto do grupo G, com seis vitórias em seis jogos, 17 gols marcados e a melhor defesa (1 gol sofrido), uma campanha histórica para o clube nordestino.
Agora, ele terá um novo desafio: recuperar a confiança e a boa fase do Flamengo, principalmente no Campeonato Brasileiro, mas também para as oitavas da Copa do Brasil e Libertadores.
O primeiro compromisso do técnico nesta retomada é neste sábado, 11, às 21h (de Brasília), diante do Internacional.