Publicidade
Publicidade

Cuca chega ao Corinthians e detalha acusação de estupro: ‘Não sou bandido’

Treinador falou abertamente sobre caso ocorrido em 1987 na Suíça e minimizou protestos de parte da torcida: "Não é maior que minha vontade de estar aqui"

Cuca foi apresentado nesta sexta-feira, 20, como novo treinador do Corinthians no CT Joaquim Grava. O assunto principal da entrevista coletiva foi a acusação de estupro contra uma adolescente na Suíça, em 1987, um caso que gerou a ele e outros três companheiros de Grêmio uma condenação jamais cumprida. Alvo de protestos do lado de fora do CT e nas redes sociais, Cuca falou abertamente sobre o tema, alegou inocência e se disse preparado para superar a rejeição de parte dos torcedores.

Publicidade

“Estou energizado, tenho certeza que vou fazer um bom trabalho aqui. Não sou bandido, por favor não façam isso, vocês me conhecem. Essa minoria[ que está protestando] faz barulho e vai continuar fazendo. mas não faz mal. Eu disse ao presidente Duílio [Monteiro Alves]: ‘se tiver arrependido, pode me mandar embora’. Mas eu não vou, vim aqui para vencer”, afirmou Cuca.

Em 1987, o então jovem atacante do Grêmio e mais três colegas, Eduardo, Fernando e Henrique, foram detidos em Berna, acusados de terem tido relações sexuais com Sandra Pfaffli, de 13 anos, na concentração do clube gaúcho, que excursionava pela Europa. Um mês e meio depois, o quarteto acabaria liberado para retornar ao Brasil; dois anos depois, Cuca foi condenado a 15 meses de detenção, mas jamais cumpriu a pena, que prescreveu, pois o Brasil não extradita seus cidadãos.

Publicidade

Nesta sexta, Cuca abriu a entrevista coletiva tocando no tema. “É um tema delicado, pessoal meu, mas faço questão de falar e tentar ser o mais aberto possível. É um tema que ocorreu há 37 anos. Eu era emprestado pelo Juventude ao Grêmio e tenho muito vaga lembrança de tudo que aconteceu, porque faz muito tempo. Eu tinha 23 anos, íamos jogar uma partida, subiu uma menina pro quarto, um quarto duplo, destes em L. Essa foi minha participação neste caso, eu sou totalmemnte inocente, eu não fiz nada”, disse Cuca.

Duílio, Cuca e Alessandro na apresentação do técnico do Corinthians
Duílio, Cuca e Alessandro na apresentação do técnico do Corinthians

“As pessoas falam que houve estupro, eu acho que houve ato sexual a um vulnerável, acho que essa foi a pena. Ouvimos inverdades, que chegam a ofender. Vou fazer 60 anos, tenho duas filhas de 32 e 34 anos, elas não eram nascidas. Eu já era casado com a Rejane (…) respeitei e respeito todas as mulheres, nunca encostei um dedo indevidamente em uma mulher. Vocês me conhecem de todos os clubes, estive em muitos clubes, e nunca isso foi me perguntado. Não é só o Cuca que não falou disso. As leis eram as mesmas e meu erro foi não ter me defendido. Primeiro que eu não tinha dinheiro, segundo que eu nem sabia. Ficamos por lá para averiguação e ela disse que eu não estava, e eu juro por Nossa Senhora que eu não estava, como que eu posso ser culpado?”, prosseguiu.

Cuca disse compreender os protestos de parte da torcida, mas ressaltou sua vontade de vencer em Itaquera. “Eu sei que o mundo mudou, que a gente vive um mundo melhor, a mulher tem uma autodefesa muito melhor e eu quero ser parte disso, sou pai, marido, avô. Por isso que eu estou aqui, 53% da torcida é feminina, tem a causa ‘Respeita as Minas”. Os protestos são passíveis, dentro de tudo que é lido é falado é passível. Mas por que que eu devo uma desculpa para a sociedade se eu não fiz nada?” questionou. “Do fundo do meu coração, pode ter protesto, o que for, não vai ser maior do que minha vontade de estar aqui… Eu sinto que aqui posso desenvolver meu trabalho, era o único grande de São Paulo onde eu não havia trabalhado.”

Publicidade

O caso de polícia foi tema de outras perguntas durante a coletiva e Cuca manteve o mesmo tom sereno. “Quem sabe meu erro foi não ter falado mais do tema. Hoje é um assunto inexistente, não tem processo, eu fui atrás e não tem nada. Meu erro foi não ter falado em 1997, 2007, 2017… mas isso também não foi levado a mim”, disse. “Eu vou passar por cima de protestos. Claro que se não tiver é muito melhor. Hoje eu sou Corinthians. A melhor coisa que um homem pode ter é saúde e paz e eu durmo tranquilo, graças a Deus.”

“Não tenho orgulho de passar por isso, não é fácil para mim, tenho minhas filhas e mãe ouvindo sobre esse tema. Se eu pudesse não estar no quarto, eu não estaria, mas eu estava lá. O quarto era um L, eu não sei o que aconteceu. Minha parte é essa. O mais importante não é a palavra da mulher? Ela nunca disse que eu estava lá”, prosseguiu Cuca. “Não vou ficar em casa me escondendo, não sou culpado de nada. Meu erro foi não ir a julgamento, eu nem sabia, acho que soube depois de um ano que teve um julgamento. Dois anos depois eu estava jogando na Espanha, no Valladolid, então não é verdade que eu fiquei no Brasil.

O treinador reafirmou diversas vezes o seu desejo de conquistar títulos pelo único clube grande de São Paulo onde não havia trabalhado. “Meu contrato vai até dezembro, não tem multa, não tem nada, nem para mim nem para eles. Não me prendo ao dinheiro, pelo contrário, venho pelo desafio que é dirigir o Corinthians e fazer o time jogar.”

 

 

 

 

 

Publicidade