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Criptomoedas: Justiça determina bloqueio de R$ 7,8 milhões de Willian

Pedido foi feito por Mayke, lateral do Palmeiras, uma das vítimas do golpe, ao lado de Gustavo Scarpa

Novos desdobramentos das denúncias de golpe com criptomoedas envolvendo ex-companheiros de Palmeiras foram revelados nesta quarta-feira, 12. A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de 7,83 milhões de reais de contas bancárias e bens do atacante Willian “Bigode”, atualmente no Athlético-PR, e de sua mulher, Loisy. A ação foi um pedido do lateral-direito Mayke, do Palmeiras.

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A decisão, tomada pelo juiz da 14ª Vara Cível de São Paulo, Christopher Alexander Roisin, foi publicada pelo Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A informação foi divulgada pelo site da ESPN.

Mayke foi, junto do meia Gustavo Scarpa, atualmente no Nottingham Forest, um dos jogadores envolvidos no esquema de criptomoeda da Xland, empresa indicada pela corretora WLJC, que tem Willian entre os proprietários.

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Relembre o caso

De acordo com o divulgado em março, em reportagem da TV Globo, as empresas envolvidas prometiam um retorno de 3,5% a 5% ao mês do que foi investido. Scarpa aportou 6,3 milhões de reais, enquanto Mayke colocou mais de 4,5 milhões de reais. Porém, os atletas não conseguiram resgatar o dinheiro, procurando a Justiça para rescindir o contrato e reaver os valores.

Assim, Gustavo Scarpa e Mayke abriram uma ação judicial contra a Xland, a WLJC e a Soluções Tecnologia Eireli.  À época, Willian “Bigode”, então no Fluminense informou que “também se sente vítima da Xland, já que, somando os rendimentos com o capital aportado, teve um prejuízo de aproximadamente 17 milhões de reais com a Xland, uma vez que solicitou o resgate dos valores em novembro de 2022 a até hoje não recebeu qualquer quantia.”

Além disso, consta que a relação contratual envolvendo Mayke e Scarpa foi feita diretamente com a Xland “sendo todos os valores investidos transferidos diretamente para as contas da empresa”, concluiu a nota de Willian.

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Os atletas foram apresentados à Xland em junho de 2020 por intermédio de Willian. Para convencer Scarpa a investir, a empresa disse possuir como garantia 2,1 bilhões de reais em pedras de alexandrita, um mineral extremamente valioso, além de chácares e terrenos.

Ao Fantástico, Gabriel Nascimento, o sócio da Xland, alegou também ser uma vítima da FTX, corretora americana de criptomoedas que faliu em novembro do ano passado. O empresário disse estar na fila de credores da empresa e que pagaria suas dívidas. Monteiro se comprometeu a enviar ao Fantástico documentos que comprovassem sua ligação com a FTX, mas não cumpriu o combinado.

“Cadê os seguros das pedras preciosas? Cadê tudo aquilo? Tudo patifaria. Eu me meti com estelionatários. Jamais imaginei passar por isso na minha vida”, chegou a desabar Scarpa em uma das mensagens exibidas pela TV Globo. Outro empresário envolvido no caso é Marçal Siqueira, que se apresenta como coach em desenvolvimento humano e gestão financeira, e quem apresentou a empresa a Willian.

Marçal, que recebia comissões a cada novo cliente que captava para a Xland, chegou a viajar até a sede da Xland, em Rio Branco (AC), para cobrar a devolução do dinheiro.

O meia do Nottingham Forest escancarou seu arrependimento em ter acreditado na empresa. “Sempre via as pessoas burras que caíam em pirâmide, essas coisas de estelionatários. E me ver numa situação dessa, para mim, está sendo horrível”, disse. “Estou me sentindo burro, mano. Burro! Que investimento no mundo que dá 5% no mês? Que dá 3% no mês?”

A reportagem do Fantástico mostrou como a amizade entre Scarpa e Willian foi abalada pelas denúncias. O jogador do Nottingham Forest chegou a ironizar uma fala do atacante sobre fazer orações para recuperar o dinheiro: ‘Tô precisando orar mais’, escreveu no Instagram.

Scarpa ironiza fala de Willian
Scarpa ironiza fala de Willian
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