Ídolo do PSG estrelou edição especial da revista, "Brasileiros pelo Mundo", e abriu sua intimidade na Cidade Luz ao repórter PVC
“Com a força da paixão”. Foi assim que PLACAR destacou o início da história de Raí na França, pelo Paris Saint-Germain, então um clube emergente da Europa, bem longe da condição de finalista e favorito ao título do Mundial de Clubes dehoje.
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Raí é apontado por muitos torcedores como o maior ídolo da história do PSG (condição que já começa a ser ameaçada por Marquinhos, atual campeão do time). Seu início na Cidade Luz, no entanto, foi claudicante.
Ainda lutando para se adaptar à nova realidade, o ídolo do São Paulo concedeu uma longa entrevista à edição especial Brasileiros pelo Mundo, de março de 1994. PLACAR pegou carona com o craque, que disse estar vivendo um sonho.
Edição 1092, de março de 1994
Dizia a matéria escrita por Paulo Vinicius Coelho, o PVC:
Assim que pisou o chão do aeroporto de Paris, o meia Raí arregalou os olhos. Cada detalhe da Cidade Luz o enchia de entusiasmo e encantamento. Afinal, a chance de jogar na Europa era a sua maior ambição profissional em 1993. […] Membro de uma família de cultura elevada para os padrões do futebol brasileiro, Raí alimentava muitos sonhos em sua chegada à Europa. Conhecer os lugares onde aconteceram tantos fatos históricos, aprender novos hábitos, destacar-se em sua carreira internacionalmente.
Raí lendo um livro em Paris – Nelson Coelho/PLACAR
No início de sua passagem pelo PSG, Valdo, seu companheiro de clube na França e dono da camisa 10, explicou o começo abaixo da crítica do compatriota: “Raí está passando por um período de adaptação. Eu também sofri o mesmo problema”.
A má fase não pareceu afetar muito o jogador na primeira temporada:
“O futebol aqui é muito corrido, mas o Paris Saint Germain joga em um ritmo um pouco mais cadenciado. Por isso, confio que logo estarei adaptado.”
Raí atuando pelo Paris Saint Germain – Nelson Coelho/PLACAR
O que mais impressionava Raí era a diferença no tratamento que ele recebia no Brasil comparado a França:
“Os passeios do meia brasileiro ganharam na França um novo meio de transporte: o metrô… ‘Estou a 20 quilômetros de Paris e muitas vezes prefiro deixar o carro em um estacionamento e ir para lá de metrô. É muito diferente de São Paulo, onde nunca conseguiria fazer isso’.”
Raí passeando pelos metrôs de Paris – Nelson Coelho/PLACAR
Para se adaptar, o PSG ofereceu aulas de francês para aprender a nova língua, com aulas diárias na Escola Berlitz. As aulas eram seguidas pelo craque e sua mulher, Cristina, todas as tardes, ajudando profundamente a adaptação ao novo idioma. “Já havia feito um curso particular no Brasil durante seis meses e o estudo facilitou muito a adaptação”,
“O frio faz com que todos aqui frequentem muitas cafeterias”, conta Raí. Por isso, sua família acostumou-se a andar pelos cafés de Paris, Saint-Germain-en-Laye e Croissy-sur-Seine, um pequeno município a 20 quilômetros da capital francesa, onde mora. Essa é uma das diferenças que pretende impor em sua vida na França. “No início, procurava mais pelos pontos turísticos”, conta o craque. “Agora pretendo começar a andar pela cidade, frequentando lugares aonde vão os franceses.”
Trinta e um anos depois, e aposentado desde 2000, Raí segue vivendo na França. Em recente entrevista à PLACAR, comentou as homenagens que recebe em Paris — de músicas em restaurantes à reverência nas ruas. “Me chamam de capitão. É um símbolo que marcou uma época”, afirmou, emocionado ao mostrar um quarto temático com fotos da sua passagem no clube.
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