Uefa pune Chelsea, Barcelona e outros clubes por violar Fair Play

A Primeira Câmara do Corpo de Controle Financeiro de Clubes da Uefa (CFCB), presidida por Sunil Gulati, anunciou nessa sexta-feira, 4, uma série de multas a clubes europeus por descumprimento das normas de Fair Play Financeiro. 

O CFCB concluiu que Chelsea e Aston Villa FC (Inglaterra), Barcelona (Espanha), Roma (Itália), Lyon (França) e Porto (Portugal), entre outras equipes menores, violaram as normas. 

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Os clubes agora terão de pagar um montante incondicional (fixo) e mais um montante condicional caso o clube descumpra metas estipuladas pela Uefa especificamente para cada equipe. A maior punição foi para o Chelsea: 31 milhões de euros incondicionais (equivalente a quase 200 milhões de reais).

O Barcelona, por sua vez, tem de pagar 15 milhões de euros (96 milhões de reais).  As multas totais dos gigantes europeus podem chegar a 80 milhões de euros e 60 milhões de euros, respectivamente.

O Lyon, multado em 12,5 milhões de euros incondicionais, ainda concordou em não disputar as competições europeias (está classificado para a Liga Europa), caso seja efetivamente rebaixado pelas autoridades francesas. O clube, que tem novo dono após John Textor vender sua parte, busca um recurso para evitar o descenso.

Valor das multas

Chelsea: € 31 milhões incondicionais/ € 80 milhões condicionais

Barcelona: € 15 milhões incondicionais/ € 60 milhões condicionais

Lyon: €12,5 milhões / € 50 milhões condicionais

Aston Villa: € 11 milhões incondicionais / € 20 milhões condicionais

Roma: € 3 milhões incondicionais

Hajduk Split: €0,3 milhões incondicionais / €  1,2 milhões condicionais

Porto: €0,75 milhões incondicionais/ € 4,25 milhões condicionais

Panathinaikos: € 0,4 milhões incondicionais

Besiktas: € 0,9 milhões incondicionais

Bodo Glimt: € 0,5 milhão incondicionais

Sarajevo: € 0,25 milhão incondicionais

Wisla Cracóvia: € 20.000 euros

O grupo da Uefa dedicou atenção especial às transações envolvendo a venda de ativos tangíveis ou intangíveis, trocas de jogadores e transferências de jogadores entre partes relacionadas.

Todos os clubes concordaram em seguir metas anuais provisórias e aplicar medidas financeiras e esportivas condicionais caso essas metas não sejam cumpridas. Em casos mais graves, as punições podem chegar à proibição de contratações e até exclusão do campeonato (leia mais abaixo). 

Leia aqui o comunicado da Uefa que detalha cada punição

O que é o fair play financeiro?

O fair play financeiro envolve um conjunto de regras destinadas a controlar as finanças dos clubes. A ideia principal é que um clube não pode gastar mais do que arrecada e deve evitar problemas de dívida e atrasos salariais. O economista Cesar Grafietti, que apresentou um projeto similar à CBF, não implementado na época, explica que estas regras procuram manter os clubes financeiramente saudáveis.

Um exemplo é o controle dos gastos com um percentual da receita, onde há um teto para gastos com salários, encargos e contratações. Além disso, é necessário controlar os prejuízos, estabelecendo um limite máximo que os clubes precisam manter para operar de maneira saudável.

Onde já existe a aplicação do fair play financeiro?

As principais ligas europeias têm suas próprias regras de controle financeiro. Veja alguns exemplos:

La Liga: Limite de gastos com salários de atletas e comissão técnica a 70% das receitas orçadas. Débita líquida não pode superar receitas, e saldo entre contratações e vendas deve ser menor que 100 milhões de euros.

Premier League: Limitações de prejuízos acumulados em até 105 milhões de libras, com aporte de até 90 milhões de libras de acionistas.

UEFA: limite de 60 milhões de euros em prejuízos acumulados por três temporadas; regras mudaram significamente em 2022, prevendo um teto de 70% das receitas para salários, encargos e outros custos.

Quais as punições pelo não cumprimento?

Os sistemas de fair play financeiro nas ligas europeias também preveem sanções rigorosas para clubes que não cumprem as regras. Por exemplo, na Espanha, os clubes podem ser impedidos de registrar novos atletas. Na Uefa, a punição pode ser até a suspensão de competições.