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Futebol Europeu

Na torcida pelo Tottenham, Gomes relembra final e cobra ambição

Em entrevista exclusiva, ex-goleiro dos Spurs recordou vice contra United e opinou sobre o que falta para consolidação do clube

Publicado por: Guilherme Azevedo em 21/05/2025 às 06:00 - Atualizado em 21/05/2025 às 15:00
Na torcida pelo Tottenham, Gomes relembra final e cobra ambição
Gomes fez 135 jogos pelo Tottenham - Divulgação / Instagram

Durante esta semana, não há outro assunto possível no lado branco do norte de Londres. A expectativa de todo torcedor do Tottenham é desentalar o grito de campeão na final da Liga Europa, contra o Manchester United, nesta quarta-feira, 21, no Estádio San Mamés, em Bilbao, na Espanha.

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A decisão representa a chance do Tottenham quebrar o jejum de 41 anos sem vencer um título europeu, além de botar fim nos 17 anos sem qualquer troféu. Por outro lado, também evoca a lembrança de “quases”, que curiosamente ocorreram também contra rivais domésticos (três em Copas da Liga e um em Champions League).

Um desses vices foi contra o próprio Manchester United, na edição de 2008/09 da Copa da Liga Inglesa. Em entrevista exclusiva à PLACAR, o ex-goleiro brasileiro Heurelho Gomes, titular dos Spurs no vice e ídolo do clube, relembrou aquela decisão, que terminou em 0 a 0 e com título dos Diabos Vermelhos nos pênaltis.

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“Cara, foi uma final em que superamos as expectativas. Nem o próprio torcedor esperava como foi. O Manchester United era uma equipe muito forte e mesmo assim fizemos um jogo igual. O Ben Foster (goleiro dos United) foi o melhor em campo”, contou o ex-jogador com outras passagens de sucesso, por Cruzeiro, PSV e seleção brasileira.

Tottenham ficou com o vice da Copa da Liga em 2009 - Divulgação / Instagram

Tottenham ficou com o vice da Copa da Liga em 2009 – Divulgação / Instagram

“Equilibramos, tivemos oportunidade de ganhar de Cristiano Ronaldo, Carlos Tévez, Paul Scholes e companhia. Mas futebol é assim, quem não faz leva e acabamos perdendo nas penalidades.”

O Tottenham, naquela decisão, teve a chance de conquistar o segundo título consecutivo do campeonato. No entanto, a “batida na trave” manteve o troféu da Copa da Liga do ano anterior (2007/08) como o último do clube até aqui.

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Fim de jejum ou revanche?

Gomes, hoje, é dono de uma incorporadora imobiliária nas cidades catarinenses de Itapema e Porto Belo, faz trabalhos pastorais e agencia atletas. E apesar de não se imaginar num cargo de diretor ou treinador, afirma acompanhar o futebol inglês com frequência.

Desse modo, opinou de forma contrária sobre a possibilidade de “vingança” dos londrinos sobre o United. Para o goleiro não-europeu com mais jogos na história dos Spurs (135), a partida contra o gigante inglês deve ser vista mais como uma oportunidade de encerrar o jejum.

“Tivemos a final de 2009, mas hoje vejo mais como uma chance de vencer um rival. O United não vive aquela grande fase, mas está sempre em finais. Não acho que seja só uma revanche daquele jogo, mas sim uma oportunidade de voltar a vencer”, concluiu.

Heurelho, que em 2008 chegou à Inglaterra visando novos desafios após brilhar no holandês PSV, também relatou uma percepção da torcida britânica na cobrança de títulos. Corroborando com a sua ideia do valor de bater um adversário do mesmo país, ele afirmou ter percebido que, muitas vezes, a pressão por um sucesso nacional era maior do que por feitos na Taça da Uefa (hoje Liga Europa).

A ambição do Tottenham

O brasileiro, por outro lado, confidenciou ousadia em suas metas desde a chegada à capital inglesa, 18 anos atrás. “Na minha primeira coletiva, chegando do PSV, falei que queria continuar ganhando e o pessoal riu de mim. Aquilo foi um choque, porque fui com uma mentalidade e o clube ainda estava querendo voltar a crescer.”

De fato, a realidade dos Spurs ainda era outra e o elenco passava longe de ser badalado. Porém, também foi naquela temporada que os jovens Luka Modric e Gareth Bale passaram a se destacar, elevando posteriormente o patamar esportivo e financeiro do clube.

Gomes e Gareth Bale pelos Spurs - Divulgação / Instagram

Gomes e Gareth Bale pelos Spurs – Divulgação / Instagram

O ex-goleiro fez questão de lembrar de ambos os talentos como dois dos melhores com quem já jogou. E sobre o croata, apontou admiração desde os primeiros treinos: “Na época usávamos muita ligação direta e força nos duelos. Aí chegou o Modric e ele vinha na área buscar para achar um passe de três dedos. Ele sempre foi muito diferent, ali começou mudar a mentalidade do time”.

Mas Gomes, repetindo um discurso já utilizado por José Mourinho, Antonio Conte e até pelo atual comandante Ange Postecoglou, considera que ainda falta certa ganância e planejamento estratégico para o Tottenham se consolidar nas grandes brigas.

“Eu percebi uma certa falta de ambição, sim. Talvez até quem está ali dentro ainda não tenha plena noção da grandeza. Poxa, o clube tem uma torcida maravilhosa, que enche o estádio, tem uma estrutura fantástica. Na época em que chegaram à final da Champions (2018/19), parecia que iam dar um salto, mas ainda falta alguma coisa.”

E continuou: “E é difícil explicar. Talvez ninguém saiba exatamente o que é, porque o time pode fazer uma temporada boa, mas logo depois viver uma muito difícil. Falta constância para se manter no patamar dos grandes, brigando por títulos. Acho que precisa de uma visão mais clara. Que tipo de jogo vai adotar? Qual o plano a longo prazo? Porque vivem trocando de treinador, mudando o estilo, e isso pesa.”

Seleção brasileira e mais

Natural de João Pinheiro, cidade do interior mineiro, Heurelho Gomes iniciou a trajetória profissional no Democrata de Sete Lagoas. Depois, contratado pela categoria de base do Cruzeiro, galgou espaço entre os profissionais da Raposa.

Pela equipe celeste, foi titular do 2003 mágico, que terminou com título do Campeonato Mineiro, da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro. O destaque chamou a atenção do futebol europeu e também da seleção brasileira.

Pela canarinho, Gomes fez 11 partidas e se fez presente nas convocações das Copas das Confederações de 2005 e 2009 e da Copa do Mundo de 2010. O goleiro esteve ao lado de uma geração badalada, com Ronaldo, Ronaldinho, Adriano e Kaká.

Contudo, reconhece que a atual seleção tem, sim, potencial para voltar às glórias. “Na minha época, a seleção tinha muitos craques, mas tínhamos um objetivo comum de sucesso. Hoje o Brasil tem uma safra maravilhosa em termos de talento, mas talvez esteja faltando esse compromisso coletivo. E isso é algo que precisa vir do treinador. Eu acredito que o Ancelotti, com toda a experiência que tem, pode resgatar isso.”

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