Treinador da seleção ressaltou relação “leal e verdadeira” com o atleta, que responde a acusação de estupro, e disse que não cabe a ele opinar no momento
O técnico Tite concedeu entrevista na Granja Comary nesta segunda-feira, 3, durante a preparação da seleção brasileira para a Copa América e, naturalmente, teve de falar sobre as acusações de estupro contra seu principal jogador, Neymar. O treinador disse que conversou com o atleta e evitou fazer qualquer julgamento. Segundo Tite, Neymar segue normalmente na equipe que disputará amistoso contra o Catar, na próxima quarta-feira, 5, em Brasília.
“Sei da importância do assunto, tenho a real dimensão. E sei que ele é pessoal e tem um tempo para que as pessoas possam julgar os fatos. Eu não vou me permitir julgar os fatos”, afirmou Tite. “O que eu posso afirmar é que são três anos de convívio e que os assuntos que nós tratamos foram leais e verdadeiros. Eu não posso julgar, isso eu não faço.”
Tite ressaltou que não é a primeira vez em sua carreira que tem de lidar com problemas pessoais de atletas. “Foi assim durante minha carreira toda. Meu histórico me credencia. Situações diferentes e disciplinares acontecem. O Tite não vai engolir o Adenor, o cargo não vai me mudar. Pelo cargo, posso ter alguns repentes de vaidade, mas não sou burro e tenho tempo suficiente de rodagem para saber que meus valores estão consolidados.”
“Vou deixar que as pessoais responsáveis possam julgar, porque estou focado no meu trabalho e em uma seleção que representa o país. Acho que não temos os fatos totalmente claros. Só o tempo vai nos dar isso”, completou Tite. “Quero gastar minha energia no trabalho”, desabafou, questionado se soube do conteúdo das mensagens divulgadas por Neymar.
O coordenador de seleções da CBF, Edu Gaspar, revelou que buscou assessoria jurídica para tratar do caso. “No sábado de manhã, recebemos um delegado, passamos informações. A ideia central de ter a assessoria, por eu não entender os processos que devo cumprir, e deixar a assessoria jurídica ao atleta, para a CBF, e centralizar as informações. A partir daí, tentar resolver o caso o mais rápido possível. A ideia seria a assessoria estar aqui para resolver o caso o mais rápido possível, para que o atleta esteja com a cabeça tranquila para a Copa América.”
Questionado se Neymar é “imprescindível” para a seleção, o técnico disse que “tecnicamente, sim”. E não quis dizer sobre qual foi a reação do camisa 10 ao ter a braçadeira de capitão retirada após problemas disciplinares na França. “Isso eu não falo, pois é uma questão pessoal, minha e dele.” Em seguida, disse que conversou com Daniel Alves, o novo capitão, por meio de uma chamada de vídeo.
“Quando conversei com Neymar, eu não disse quem para quem eu iria colocar a braçadeira. No dia seguinte, eu liguei para o Daniel Alves, disse que queria resolver isso rápido, e depois conversar com ele pessoalmente. Porque no meu sonho ano passado, disputando a Copa e vencendo, era o Dani que ia levantar a taça. Ele me disse que sabia da responsabilidade, ele deu o ‘start’ por vídeo, e depois conversamos pessoalmente.”
A seleção fará dois amistosos, contra Catar, dia 5, em Brasília, e contra Honduras, dia 9, em Porto Alegre, antes da estreia na Copa América, dia 14, diante da Bolívia, em São Paulo.
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