Zé Roberto aceita treinar Jaqueline sozinho para evitar aposentadoria da atleta
Com sistema de ranking da Confederação, ela ficou sem clube para jogar no Brasil
Duas medalhas de ouro olímpicas e três pódios no Campeonato Mundial de vôlei, além de cinco títulos do Grand Prix, não são o bastante para que a ponteira Jaqueline, que retornou ao país nesta terça-feira, defina seu futuro dentro de quadra. Titular da seleção, ela está sem clube para defender e pensa em deixar as quadras para cuidar da família. Mas se depender do técnico da seleção, José Roberto Guimarães, ela não vai parar de treinar – ele se propõe a treiná-la sozinho – e estará na equipe na Olimpíada do Rio em 2016.
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“Vou dar treino, não tem problema, já falei para ela. Temos de ajudar de alguma maneira. Vamos ter de mudar o planejamento, mas tenho quase certeza que ela vai arranjar um time. É uma jogadora importante, com grande experiência e faz parte de todo o plano para a Olimpíada de 2016”, disse Guimarães. “Acredito que alguns clubes estejam se mexendo para levar a Jaqueline e isso deve se resolver nessa semana ou na próxima.”
Casada com o jogador Murilo, Jaqueline se afastou do vôlei em 2013 para ser mãe. Arthur, primeiro filho do casal, nasceu em dezembro e desde então ela busca uma equipe no país. O principal empecilho para seu retorno à Superliga é o ranqueamento de atletas criado pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), em que cada jogadora recebe uma pontuação por desempenho em quadra e os times têm de montar seus elencos respeitando um limite de pontos. Jaqueline vale sete pontos e desde a temporada 2013/2014 da Superliga cada clube pode ter no máximo duas atletas deste nível, o mais alto do ranqueamento
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“Cansei de ficar reclamando da mesma coisa. Não tenho clube, ninguém está me ajudando. Se não for jogar, vou cuidar do meu filho e da minha família, e torcer pelas meninas. Ficar batendo palma para cada uma… e é isso. Vida que segue”, disse Jaqueline. E, mesmo sem jogar este ano, ela foi convocada pelo técnico da seleção, foi campeã do Grand Prix e uma das melhores da equipe que neste fim de semana conquistou a medalha de bronze do Mundial da Itália.
“Espero que a CBV mude este ranqueamento, porque prejudica as jogadoras, que estão saindo do país porque quase não há equipes que podem pagar. E as que podem já estão com o limite de jogadoras. Agora não tenho onde jogar. É complicado”, afirmou a atleta.
(Com agência Gazeta Press)