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Zanardi dá ‘sinais de interação com o ambiente’, três meses após acidente

Ex-piloto italiano apresentou melhora, mas deve ser submetido a uma nova cirurgia de reconstrução do crânio e da face

O atleta italiano Alessandro Zanardi, ex-piloto de Fórmula 1 e Fórmula Indy e campeão paralímpico de ciclismo, segue internado em terapia semi-intensiva, mais de três meses depois do grave acidente durante uma etapa esportiva na Toscana, em 19 de junho. Em boletim divulgado nesta quinta-feira, 24, o Hospital San Raffaele, de Milão, informou que o ídolo local apresenta quadro de evolução, com “sinais transitórios e iniciais de interação com o ambiente.”

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“Há vários dias, Alex Zanardi tem sido submetido a sessões de reabilitação cognitiva e motora, com administração de estímulos visuais e acústicos aos quais o paciente responde com sinais transitórios e iniciais de interação com o ambiente”, informaram os médicos.

Zanardi, de 53 anos, foi submetido a uma cirurgia de reconstrução do crânio e da face, áreas mais atingidas no acidente ocorrido na cidade de Pienza, na região da Toscana. Na ocasião, o atleta biamputado perdeu o controle da sua bicicleta de mão em uma descida em curva; acabou entrando na contramão e chocou-se de frente com um caminhão.

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O hospital informou ainda que Zanardi terá de passar por uma nova cirurgia facial, “prevista para as próximas semanas” e evitou dar qualquer previsão de recuperação. “Apesar dos progressos significativos, os médicos enfatizam que, dada a persistência de uma situação clínica global complexa, é muito cedo para oferecer um prognóstico.”

Dias depois do acidente, o médico responsável por atendê-lo, o neurocirurgião Giuseppe Oliveri, afirmou, em entrevista ao diário La Gazzetta dello Sport, que a lesão sofrida por Zanardi foi “menos grave” que a de Michael Schumacher, cujo estado de saúde é mantido em segredo pela família desde o gravíssimo acidente sofrido pelo maior campeão da Fórmula 1, em uma pista de esqui, em novembro de 2013, nos Alpes Franceses. Oliveri explicou que, ao contrário do alemão, Zanardi não sofreu uma lesão axonal difusa, no qual o cérebro se move em várias direções e se choca contra a parede intracraniana com violência, causando danos em todo o córtex cerebral.

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“O dano axonal parece ter sido evitado, mas é muito cedo para um resultado conclusivo. O cérebro é um órgão móvel dentro de uma caixa rígida. Esse trauma também pode danificar áreas distantes do local do impacto (…) Por enquanto, o fato de o paciente estar estável é a primeira boa notícia. O máximo que podemos fazer agora é esperar”, afirmou o médico, na ocasião. 

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Zanardi estreou na Fórmula 1 em 1991, sem grande sucesso por Jordan, Minardi e Lotus. Se tornaria uma estrela do automobilismo nos Estados Unidos, ao conquistar os títulos da Indy em 1997 e 1998 pela Ganassi, antes de retornar à F1 para uma passagem apagada pela Williams.

Em 2001, de volta à Indy, Zanardi sofreu um chocante acidente que mudou sua vida na etapa da Alemanha, em Lausitzring: após rodar e bater no muro, ficou parado no meio da pista e foi atingido em cheio pelo carro do canandense Alex Tagliani. Suas duas pernas tiveram de ser amputadas acima do joelho. 

O italiano, então, iniciou uma belíssima história de superação, tornando-se uma estrela do ciclismo paralímpico, com diversos títulos de maratonas importantes como Nova York, Veneza e Roma, além de quatro medalhas de ouro e duas de prata em Jogos Paralímpicos, em Londres-2012 e Rio-2016.

 

Zanardi, medalha de ouro na categoria H4 da prova de estrada, em Londres
Zanardi, medalha de ouro na categoria H4 da prova de estrada, em Londres Getty Images/VEJA

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