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Vilão em 2021, Luan teve força da família e de Abel para superar trauma

Autor de pênalti que eliminou o Palmeiras no Mundial do ano passado, o zagueiro é um dos pilares defensivos do bicampeão da Libertadores

ABU DHABI Se havia um palmeirense feliz da vida na última terça-feira, 8, no gramado do estádio Al Nahyan, em Abu Dhabi, depois da estreia do campeão da Libertadores no Mundial de Clubes, era o zagueiro Luan. Segundo as estatísticas do site SofaScore, o camisa 13 foi o defensor mais efetivo do Palmeiras na vitória por 2 a 0 sobre o Al Ahly, com seis interceptações, três desarmes, dois chutes bloqueados, três de quatro duelos aéreos ganhos (75% de aproveitamento), 57 de 66 passes certos (ou seja, 86%) e nenhum drible sofrido.

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“Foi o jogo mais feliz da minha vida”, disse o defensor, logo depois da estreia. “Não parei de olhar para meus pais na arquibancada, que vieram me assistir”. Segundo ele, o apoio da sua família foi fundamental para manter a sua cabeça erguida.

De um ano para o outro, dá para dizer que foi uma bela história de superação. No Mundial de Clubes passado, Luan foi o protagonista do lance que acabaria causando a eliminação precoce do Palmeiras. Aos 8 minutos do segundo tempo, puxou González, do Tigres, dentro da área, sem ter necessidade. Pênalti, que o francês Gignac bateu firme, eliminando o Verdão.

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“Recebi ameaças à minha família, fotos dos meus filhos dizendo que sabiam onde estudavam. Claro que isso tudo mexe com a cabeça, mas tive que trabalhar e superar: não desistir, trabalhar calado, dar a volta por cima e colher os frutos de um trabalho bem feito. O Luan que cometeu um pênalti naquele dia não é melhor e nem pior do que o que está aqui hoje, mas que bom que continuou a trabalhar e seguir em frente”, afirmou.

O zagueiro já tinha vivido dias de inferno astral depois da decisão da Supercopa do Brasil, em 2021, em Brasília, ao errar uma cobrança na disputa de pênaltis. “Naquele dia, o Abel me abraçou, sem dizer uma palavra, e me estendeu a mão, não me tirando do time”, disse Luan em entrevista à ESPN Brasil, no início deste mês. “Depois, batemos um papo de 30 minutos, conversando. Eu só tenho a agradecer pelo fato de ele ter feito o meu jogo evoluir. Não tenho dúvida de que se tivesse trabalhado com ele mais novo,  eu alcançaria voos maiores”.

Luan virou homem de confiança de Abel -
Luan virou homem de confiança de Abel –

Tanta aplicação por parte de Luan merece o respeito dos companheiros, a começar pelo paraguaio Gustavo Gómez, seu parceiro na zaga. “Luan jogou bem porque trabalha muito”, disse o capitão alviverde a PLACAR. “Estamos muito felizes pelo seu ótimo rendimento, e ele será fundamental para enfrentarmos um time tão forte como o Chelsea”. A bola rola para a final a partir das 13h30 (de Brasília) deste sábado, 12.

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Se no futuro imediato a conquista do Mundial, no estádio Mohammed Bin Zayed, depois de uma final consagradora, é o sonho mais próximo de Luan, para mais tarde, ele projeta uma nova trajetória no futebol. “Abel me fez ver o jogo de outra maneira, e despertou um desejo dentro de mim que eu jamais imaginaria: ser técnico de futebol. No final deste ano, vou fazer o curso da CBF, para tirar licença de treinador”.

Casco duro para aguentar as críticas, coragem e esforço para se superar, Luan já demonstrou que tem.

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