Veja números e curiosidades da carreira de Cruyff
Craque da seleção holandesa e de Barcelona e Ajax
O holandês Johan Cruyff morreu em março, mas deixou fatos marcantes em sua carreira vitoriosa.
Começou sua carreira no Ajax e, nesse clube, participou do ataque mais positivo em uma edição do Campeonato Holandês, em 1966/1967, com 122 gols.
No Ajax, venceu 80% das partidas que disputou como jogador na Liga Holandesa. Nas ligas que jogou, fez 20 ou mais gols em seis ligas seguidas.
Foi o segundo maior artilheiro da história do Ajax em jogos oficiais, com 270 gols, oito gols atrás de Piet-van-Reenen. Considerando os gols em jogos amistosos, é o maior artilheiro da história do clube, com 366 gols.
Estreou na seleção em 1966, com 19 anos e quatro meses. Pelo time holandês, fez 33 gols em 48 jogos. Foram oito gols em amistosos, dez em Eliminatórias para a Copa e três gols em Copas do Mundo. Disputou ainda uma fase final de Eurocopa, mas sem gols.
Na seleção holandesa, sempre foi titular e nunca foi substituído. Foi expulso em apenas uma ocasião, no seu segundo jogo pela Laranja Mecânica. Entre 1970 e 1974, período em que a Laranja Mecânica foi montada, fez 29 jogos e perdeu apenas uma, justamente a final do Mundial, contra a Alemanha.
Apenas em seu último ano pela seleção (1977) e no ano de 1970 (quando a Holanda não foi para a Copa do México) não marcou gols.
CURIOSIDADES DE CRUYFF
– Integrou
o time que fez mais gols numa Liga Eredivisie, holandesa, (Ajax 1966-67, com
122 gols) e depois treinou a equipe que é a segunda mais goleadora numa única
temporada da Liga Eredivisie (1985-86, com 120 tentos)
– Venceu
80% dos jogos que disputou na Liga Eredivisie: é o maior percentual de
aproveitamento de qualquer jogador com mais de 75 partidas.
– Fez
20 gols ou mais em seis Ligas consecutivas com a camisa do Ajax, clube onde começou
a treinar aos sete anos e, registrado aos 10 e passou a competir oficialmente
desde os 13 quando abandonou os estudos para se dedicar exclusivamente ao
futebol.
– Anotou
quatro gols na vitória do Ajax 12 a 1 frente ao Vitesse em 19 de maio de 1972, até
hoje a maior goleada na história da Eredivisie, Liga Holandesa.
– Com
20 anos e 26 dias se converteu no máximo artilheiro da Eredivisie 1966-67 com
33 tentos, até hoje é o quinto jogador mais jovem a conseguir tal fato.
– Considerando
gols marcados em competições oficiais, é o segundo maior artilheiro da história
do Ajax com 270 gols, atrás apenas de Piet-van-Reenen, com
278 gols, que atuou entre os anos de 1920 e 1940. Considerando as partidas
amistosas, se torna o maior artilheiro da história do clube holandês com 366
gols.
– Marcou
61 gols em 184 partidos com a camisa do Barcelona somando todas as competições.
NA SELEÇÃO
– Deu
uma assistência e fez 33 gols em 48 partidas como jogador internacional com a ‘Laranja’
da Holanda vestindo seu magro corpo.
– O
técnico que o convocou pela primeira vez foi o alemão Georg Keßler.
– Sua
estreia aconteceu em 7 de setembro de 1966 com 19 anos e 4 meses e 13 dias
(Hungria 2 a 2).
– Foram
16 amistosos, com 8 gols marcados e 12 partidas pelas Eliminatórias para a Copa
do Mundo, com 10 tentos. Atuou apenas em uma Copa do Mundo, em 1974, com 3
gols em 7 jogos disputados.
– Duas
partidas pela Eurocopa, em 1976, quando a Holanda acabou em terceiro lugar, sem
marcar gols.
– Sempre
começou como titular e nunca foi substituído.
– Anotou
um gol na estreia, mas foi expulso no segundo jogo (contra Tchecoslováquia)
convertendo-se assim no primeiro holandês expulso na história.
– Mas,
foi sua única expulsão com a seleção (6 cartões amarelos), a qual defendeu
durante 4.283 minutos.
– Entre
1970 e 1974, Holanda só perdeu uma das 29 partidas nas que atuou Cruyff: justamente
a final da Copa do Mundo de 1974 contra Alemanha Ocidental, por 2 a 1, em 7 de
julho, em Munique.
– Naquela
Copa, marcou três gols, deu três assistências e foi o jogador que mais
situações de gol gerou em toda a competição, que deu mais dribles, 34, e também
quem mais passes deu, ao todo 136, no último terço do campo, área de ataque,
durante a Copa.
– Apesar
de provocar o pênalti que originou o único gol da Holanda na final contra
Alemanha Ocidental, logo aos 2 minutos do primeiro tempo, não chutou ao gol
nenhuma vez em toda a partida final.
– Converteu
mais gols como capitão da Holanda que qualquer outro jogador, 23 em 33
partidas.
– Negou-se
a disputar a Copa do Mundo de 1978 na Argentina, alegando à Federação Holandesa,
motivos políticos (Argentina era governada por uma ditadura militar). Um mês
antes, no entanto, ele afirmara que sua família tinha sofrido uma situação de
seqüestro que o obrigava a estar junto com ela. A terceira versão e mais crível
era que ele tinha assinado um contrato com a marca esportiva Puma que o proibia
de utilizar, em qualquer circunstância, roupas de ‘outra’ marca concorrente: e
a Seleção holandesa vestia ‘essa’ outra marca que era ‘Adidas’… É conhecida a
briga dos irmãos, donos da Adidas, e que levou um deles a se separar e criar a Puma.
– Quanto
ao uso da marca Adidas, registra-se fato curioso que aconteceu durante a Copa
do Mundo de 1974. Cruyff já possuía o patrocínio pessoal da Puma, e para não
fazer “propaganda de graça” para a concorrente, Adidas, se recusou a usar a
camisa laranja, da seleção holandesa, com três listras, que saíam
do ombro e iam até a ponta das mangas para diferenciar a marca Adidas. Por
conta disso, ele era o único jogador cuja a camisa possuía apenas duas listras.
– Atuou
amistosamente, numa ocasião, pela Seleção da Catalunha (1976).
ANO A ANO PELA SELEÇÃO
1967 – 9 jogos, 2 gols
1968 – 4 jogos, 1 gol
1969 – 1 jogos, 1 gol
1970 – 3 jogos, 0 gol
1971 – 2 jogos, 4 gols
1972 – 5 jogos, 6 gols
1973 – 4 jogos, 4 gols
1974 – 14 jogos, 8 gols
1975 – 3 jogos, 5 gols
1976 – 3 jogos, 2 gols
1977 – 2 jogos, 0 gol
O
rebelde
Johan Cruyff nem sempre foi bem entendido por todos.
Muitas vezes, especialmente na Holanda o interpretaram mal, tanto que a própria
torcida do Ajax o acusou mais de uma vez de ser ‘dinheirista’, discutia seus contratos, como o melhor advogado do
planeta, e posteriormente de ‘desbocado’
porque, quando recebia uma crítica, ele não ficava calado e respondia.
Nunca foi uma figura fácil. Sempre gostou de falar o
que pensava. Não era diplomático nem queria sê-lo. Ele sabia que só seduzia
dentro de campo, então se permitia fora dele ser como sentia que tinha que ser,
temperamental e corajoso. Dentro do campo esse modo de pensar, o levava a criar
situações como a do pênalti em dois toques que este ano, Messi repetiu com Luis
Suárez no Barcelona.
Quando um jogador não o convencia, ainda na época em
que era atleta, ele não desistia até conseguir tirá-lo do time. O caso mais
relevante foi o do goleiro Jan Van Beveren, do PSV Eindhoven que não foi à Copa
de 1974 porque Cruyff não o queria no gol da Seleção. Este tipo de fato pode
ser interpretado de muitos modos, bons –“queria
o melhor para seu time” – ou ruins – “era
dedo-duro”, pois buscava convencer a comissão técnica de suas opiniões.
Mas, todos aqueles que bem o conheceram sabem que
era uma grande pessoa. Alguém que se diferenciava da maioria. O que,
normalmente, significa ser melhor. Mas, nem sempre é uma vantagem…
Nota:
Criou a ‘Johan Cruyff Foundation’, que ajuda crianças deficientes e a ‘Cruyff
Academics International’, que através do ‘Johan Cruyff Institute’, ‘Johan
Cruyff University’ e ‘Johan Cruyff College’, oferecem programas acadêmicos
relacionados com a administração esportiva na Espanha, Holanda, Suécia, Peru e
México, com o objetivo de profissionalizar o esporte.
Outras
frases
“A Alemanha não ganhou a Copa do Mundo. Nós a
perdemos”, após a final do Mundial de 1974.
“Se você tem de ser atropelado, é melhor que
seja por uma Ferrari” já como treinador, após o Barcelona perder para o
São Paulo, o Mundial Interclubes em 1992.
“Sou Johan Cruyff. Em minha vida, tive dois
grandes vícios: fumar e jogar futebol. O futebol me deu tudo. Por outro lado,
fumar quase me tirou tudo”, depoimento dado durante propaganda que
passou a estrelar após sofrer operação de coração em 1991.