Usain Bolt, agora, diz que abandonará o atletismo em 2017
Em 2013 ele chegou a garantir que abandonaria as pistas depois da Olimpíada de 2016, no Rio
Um dos maiores nomes do atletismo em todos os tempos, Usain Bolt já tem data marcada para deixar o esporte, mesmo aos 28 anos de idade apenas. Neste sábado, o jamaicano garantiu que vai se aposentar em 2017, depois de participar do Mundial. A competição em Londres será a última da carreira do multicampeão. Esta não é a primeira vez que Bolt anuncia uma data para encerrar a carreira. Em 2013 ele chegou a garantir que abandonaria as pistas depois da Olimpíada de 2016, no Rio, mas foi convencido pelos patrocinadores a repensar. Desta vez, no entanto, o jamaicano garantiu que seus parceiros e até o treinador já foram informados da decisão.
“Esse era o plano inicial (aposentar após a Olimpíada), mas meu patrocinador pediu para eu continuar por mais um ano, por 2017 e Londres. Mas eu vou fazer apenas um evento, os 100m”, revelou em entrevista ao jornal britânico Daily Mail. “Eu já discuti isso com meu técnico. Eu posso me concentrar nisso, e aí me aposentar com um momento vencedor.”
Bolt escreveu seu nome no atletismo como homem mais veloz da história. São dele os recordes mundiais dos 100m (9s58) e dos 200m (19s19), além de ter participado da equipe jamaicana que estabeleceu o recorde no revezamento 4×100, com 36s84. Mesmo com tempos tão impressionantes, ele garante que pode superar estas marcas. “Você ficaria surpreso se falasse com meu técnico, as coisas que ele diria.”
“Eu me lembro da primeira vez que quebrei o recorde mundial, em Nova York. Eu disse ‘nossa, deve ter sido a corrida perfeita’. Ele disse ‘não’. Então, eu pensei ter corrido a prova perfeita em Berlim, ele disse ‘não’ de novo. Técnicos veem coisas que a gente não vê. Ele acha que ainda há espaço para melhora”, disse o jamaicano. Apesar de se ver capaz de reviver seus melhores momentos e até superá-los, Bolt teme por seu legado. Ele admitiu que a decisão de parar tão cedo – fará 31 anos em 2017 – está diretamente ligada ao desejo de ser lembrado apenas como um grande vencedor. Como alguns dos maiores esportistas da história, o velocista quer parar no auge.
“A motivação pode ficar difícil. Eu discuti isso com o meu técnico, conseguimos encontrar coisas diferentes para me manter motivado. Mas o que me conduz é o desejo de proteger meu legado. Precisa de apenas um campeonato para as pessoas começarem a escrever ‘bem, ele não é tão bom agora’. Eu tenho que proteger meu legado e garantir que isso nunca aconteça”. Bolt tem sofrido com lesões desde o ano passado e chegou a ficar seis meses afastado das pistas por conta de um problema no pé. Sua volta estava marcada para este fim de semana, em uma prova na Jamaica, mas ele não esconde que o projeto é estar em forma para o Mundial deste ano em Pequim, que começa em agosto.
(Com Estadão Conteúdo)