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Trânsito, atraso e rivalidade: um Colômbia x Chile à paulistana

Duelo na Arena Corinthians teve elementos que o torcedor de São Paulo está acostumado – o que é não é bom para a Copa América

Assistir a um jogo de futebol numa sexta-feira, às 20h, na Arena Corinthians, não é das tarefas mais fáceis. Materializar essa vontade exige do torcedor se deslocar até o bairro de Itaquera (distante cerca de 20 quilômetros do centro de São Paulo) no horário de pico da maior metrópole da América do Sul. Colombianos e chilenos sofreram na pele os problemas que os paulistanos conhecem bem quando as partidas acontecem neste horário. Graças ao trânsito congestionado, o jogo começou 20 minutos atrasado, ainda sem a presença completa da torcida, porque a delegação do Chile chegou muito depois do previsto – apenas mais um dos erros de organização da Copa América. Com uma cara que São Paulo conhece muito bem, o jogo terminou com o placar de 0 a 0. O Chile ganhou por 5 a 4 nos pênaltis e se classificou para as semifinais.

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Tabela completa da Copa América 2019

Se por terra a seleção do Chile, que tinha escolta policial para abrir caminho, não conseguiu chegar no horário, a situação de quem se deslocou de metrô foi igualmente ruim. Apesar da maior rapidez para levar a torcida até à Arena Corinthians, as plataformas estavam caóticas. A entrada para pegar o trem expresso, que liga a estação da Luz direto ao ponto mais próximo do campo, era feita por escadas estreitas e a multidão se acotovelava para conseguir um lugar. Dentro do transporte, chilenos, colombianos e até alguns brasileiros aguçavam a rivalidade que seria vista no gramado momentos depois.

A “briga” de torcidas nas arquibancadas relembrou momentos que ficaram apenas na memória do paulistano apaixonado por futebol. Os jogos clássicos que dividiam o estádio meio a meio entre os torcedores das equipes envolvidas – a realidade atual é que os jogos só podem ter os aficionados do time da casa por determinação do Ministério Público. Colombianos e chilenos deram um clima de clássico desde o lado de fora, mas não foram presenteados com um jogo igualmente pulsante dentro de campo. O Chile até marcou duas vezes, mas viu os gols serem anulados pelo VAR.

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Depois do Brasil e Peru com casa cheia, o público foi alto na Arena Corinthians mais uma vez: foram 41 692 pagantes e outras 2 370 pessoas que não tiveram que comprar ingresso – a renda, para a alegria da Conmebol esbarrou nos 9 milhões de reais. O atraso no início até foi bom para que a partida começasse com o estádio quase lotado. E era de se esperar que estivesse cheio. Tirando os argentinos, chilenos e colombianos foram os visitantes que mais compraram ingressos da Copa América, de acordo com dados do Comitê Organizador Local.

O zagueiro Yerry Mina protagonizou uma rivalidade à parte. O colombiano jogou no Palmeiras e era vaiado pelos corintianos presentes no estádio a cada bola que recebia. Quando errava o passe, o barulho era ainda maior. Durante o primeiro tempo, um grupo de palmeirenses gritou o nome de Mina e recebeu outra vaia. Os rivais responderam com uma velha provocação: “sem mundial”. Na disputa de pênaltis, Mina recebeu o “carinho” dos corintianos, e mesmo assim converteu sua cobrança (e fez sua tradicional dancinha).

O Chile está classificado para a semifinal da Copa América. Espera o vencedor do duelo entre Uruguai e Peru neste sábado, na Arena Fonte Nova, em Salvador. A próxima partida acontece na próxima quarta-feira, às 21h30, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.

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