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Torcedores homossexuais que vão à Copa na Rússia relatam ameaças

Representantes da Pride in Football relatam intimidações anônimas antes do início da Copa do Mundo

A Rússia garante que os torcedores homossexuais se sentirão à vontade no país durante a Copa do Mundo, apesar de ameaças que alguns têm recebido. Membros da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais) estão preocupados com a segurança durante a competição, em um país conhecido por ter uma legislação que condena a “propaganda homossexual” e com vários casos de violência.

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Em 2013, o Parlamento aprovou uma lei que castiga com multas e prisão a “propaganda homossexual” dirigida a menores, uma expressão confusa que, na verdade, proíbe o ativismo a favor dos direitos da comunidade LGBT. Alguns militantes foram acusados de compartilhar informações sobre seus direitos nas redes sociais ou acabaram presos por exibirem bandeiras arco-íris durante manifestações. No ano passado, homossexuais da Chechênia, uma república russa de maioria muçulmana, no Cáucaso, relataram casos de sequestros e tortura por parte das forças de segurança.

Di Cunningham, presidente da Pride in Football, organização que reúne vários grupos de torcedores homossexuais no Reino Unido, afirma que, após ter dado uma entrevista à imprensa russa, recebeu mensagens anônimas ameaçadoras, incitando-o a não viajar para o país durante a Copa. Em uma das mensagens, um anônimo ameaça agredir os torcedores gays que viajarem para a Rússia, além de enviar uma foto de um homem tatuado segurando uma faca. Em outra, o autor que diz ser advogado, afirma que a organização “sodomita” está na mira da polícia russa e que seria melhor não viajar para o país. “Quero apoiar minha equipe e garantir uma presença LGBT, mesmo que seja mínima. É um país hostil a esta comunidade”, disse Di Cunningham.

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Um estudante de direito que trabalha para a organização e confessou que seus amigos e familiares prefeririam que ficasse em casa, porque estão preocupados com sua segurança na Rússia, pois, além de ser gay, é nativo da Inglaterra, país com o qual a Rússia mantém relações diplomáticas tensas desde o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal em março, em Londres. “Quero sentir o clima, a excitação de ir para uma Copa e, claro, quero torcer pela Inglaterra”, garante o jovem de 25 anos.

A Pride in Football repassou as ameaças recebidas à Fifa. As autoridades russas abriram uma investigação para encontrar os autores das mensagens.

 

 

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