Jogador da equipe paranaense teve que se refugiar no vestiário do São Paulo para se proteger de uma possível agressão
Insatisfeitos com a derrota para o São Paulo, a quinta consecutiva no Campeonato Brasileiro, torcedores do Coritiba invadiram o vestiário do clube paranaense para cobrar explicações dos jogadores neste domingo. Segundo informação do jornal A Gazeta do Povo, o grupo invadiu o local pelo estacionamento por onde as delegações acessam o Couto Pereira e danificaram alguns carros.
Ainda segundo a publicação, o meia Thiago Galhardo teve que se abrigar no vestiário do visitante, onde estava o time do São Paulo, por cerca de 15 minutos. Já o zagueiro Juninho teve que voltar ao gramado. Apesar do susto, os torcedores não tiveram contato direto com os jogadores, que teriam chegado apenas na área destinada ao aquecimento.
“Esse clima nunca é bom. É a segunda vez que isso acontece esse ano. Eu acho essa manifestação nunca é boa”, disse o treinador do Coritiba, Ney Franco. Na sétima rodada do Brasileirão, após a derrota para o Flamengo, os torcedores também invadiram o vestiário. Na ocasião, houve apenas uma conversa, sem ameaças de agressão. O resultado contra o São Paulo manteve o Coritiba com 33 pontos, na 17ª colocação no Campeonato Brasileiro. O clube é a primeira equipe na zona de rebaixamento para a Série B e está a apenas um ponto do Avaí, 16º colocado.
Ceni – A invasão ao vestiário do Coritiba revoltou até mesmo o goleiro adversário, Rogério Ceni. O capitão do São Paulo, que é paranaense de Pato Branco, lamentou que Thiago Galhardo tenha sido obrigado a se esconder no vestiário do time paulista para fugir de uma possível agressão.
“Você vê que no jogo de hoje os jogadores do Coritiba correram e lutaram até o fim, mas no futebol um tem que ganhar e o outro tem que perder. É natural do futebol. Isso que aconteceu, para mim, é caso de parar o futebol. Porque aconteceu hoje com o Coritiba e amanhã vai acontecer com outro time”, disse o atleta de 42 anos e que irá se aposentar ao fim desta temporada.
“Não é de direito de um torcedor fazer isso. Aliás, torcedor, como diz a palavra, vem ao estádio vibrar, torcer, trazer a família. É uma vergonha para o futebol brasileiro”, completou Rogério Ceni. O Couto Pereira já foi palco de graves cenas de violência: em 2009, quando o Coritiba foi rebaixado para a Série B do Brasileiro, a torcida invadiu o campo e o estádio foi interditado.
(com Estadão Conteúdo)