A máquina dos 100 gols
Esse talvez tenha sido o melhor time brasileiro dos últimos 20 anos. Contudo, o pouco tempo que durou e a derrota na Copa do Brasil tirou um pouco nesse time de destaque. Conhecido como o time dos cem gols, pela marca de 102 gols marcados no Campeonato Paulista, naquela que seria a maior campanha de um time no Campeonato Paulista profissional, aquele time do Palmeiras encantou muita gente.
Os destaques daquele time eram muitos. O goleiro Velloso trazia segurança atrás, com boas defesas e um ótimo desempenho. Tinha no banco ainda Marcos, aquele que seria pentacampeão mundial com o Brasil e ídolo do time.
Nas laterais, dois craques. Cafu na direita, com velocidade, precisão e muitos gols, enquanto na esquerda, recém-chegado do Vitória, Júnior iniciava seu trabalho no clube, pelo qual conquistaria muito, com velocidade e precisão.
No miolo de zaga, dois jogadores chamados de “pesado”, mas muito qualificados. Sandro Brum estava de um lado, enquanto o técnico Cléber jogava do outro, e tornava-se zagueiro-artilheiro do torneio, com sete gols.
No meio de campo, a pegada de Amaral com a força e qualidade de Flávio Conceição, que além de marcar marcava muitos gols com sua finalização perfeita. Do meio para frente, ainda mais craques comporiam o elenco. No meio de campo, Djalminha, habilidosíssimo e Rivaldo, um craque completa. Já no ataque, o time tinha Müller e Luizão. Um já consagrado, jogando muito futebol. O outro, recém-surgido do Guarani, era artilheiro nato.
O time ainda tinha no banco jogadores como Elivélton, Paulo Isidoro, Galeano e Alex Alves, que completavam com maestria, comandados por Vanderlei Luxemburgo.
Naquele Paulista, tudo deu certo para o Verdão. A campanha começava com 6 x 1 na Ferroviária, no Palestra Itália, e 7 x 1 no Novorizontino, em Novo Horizonte. Daí em diante, as goleadas eram comuns. 4 x 1 no Juventus (São Paulo), 8 x 0 no Botafogo (Ribeirão Preto), 4 x 1 no Rio Branco (São Paulo), 6 x 0 no América de SJRP (São Paulo), 6 x 0 no Santos (Santos), 4 x 0 no XV de Jaú (São Paulo), 5 x 1 na Ferroviária (Araraquara), 4 x 0 no Novorizontino (São Paulo), 5 x 0 no União São João (São Paulo), 5 x 1 no Juventus (fora de casa) e 4 x 0 no Botafogo (São Paulo).
Foram 30 jogos, com 27 vitórias, dois empates e apenas uma derrota, com 102 gols pró e 19 gols contra. 83 pontos, 28 a mais que o vice-campeão, São Paulo. Os empates foram contra União São João (0 x 0 em Araras) e Corinthians (2 x 2 como mandante) e a derrota para o Guarani (0 x 1 em Campinas).
Na Copa do Brasil, o Palmeiras enfrentou o Sergipe na segunda rodada e eliminou o adversário com 8 x 0 fora de casa. Contra o Atlético-MG, nas oitavas, venceu o Atlético-MG, em Minas, por 2 x 1 e em São Paulo, por 5 x 0. Nas quartas, contra o Paraná, vitória por 2 x 0 em São Paulo e 3 x 1 em Curitiba. Contra o Grêmio, na semifinal, vitória por 3 x 1 em São Paulo e derrota por 2 x 1 em Porto Alegre. Na final, após empate sem gols no Mineirão, uma derrota por 2 x 1, de virada, no Palestra Itália e sem Müller, que não renovou o contrato, o time foi vice.
No segundo semestre, o time jogou a Copa Conmebol e o Campeonato Brasileiro. E na primeira fase da Conmebol, o Palmeiras sofreu o que estava acostumado a aplicar. Derrota por 5 x 1 para o Bragantino, em Bragança. No jogo da volta, em São Paulo, vitória por 3 x 0, mas faltou um gol para levar o jogo para os pênaltis.
No Brasileiro, já um pouco modificado, o time fez uma grande campanha na primeira fase. Em 23 jogos, foram 12 vitórias, sete empates e apenas quatro derrotas. O time que menos perdeu. Foram 42 gols marcados (melhor ataque) e 20 sofridos. A equipe ficou em terceiro, atrás do Guarani pelo número de vitórias e do Cruzeiro por um ponto.
Nas quartas, o rival era o Grêmio de Luiz Felipe Scolari, campeão da Libertadores um ano antes. Em Porto Alegre, derrota por 3 x 1. Já em São Paulo, a vitória por apenas 1 x 0 fez com que o Palmeiras terminasse o ano com uma grande conquista no Paulista, mas com um sentimento de injustiça, já que aquele time merecia mais.