Com brilho de Marcelinho Carioca, clube alvinegro conquistou o Paulistão diante do rival Palmeiras e a Copa do Brasil contra o Grêmio
O ano de 1995 foi especial para o Corinthians. Após dois anos de conquistas do maior rival Palmeiras no Campeonato Paulista, igualando o número de títulos estaduais, o clube alvinegro voltou a brilhar na competição. E não foi só isso. O Corinthians ainda conquistou a Copa do Brasil pela primeira vez, classificando-se para a Copa Libertadores do ano seguinte.
O time corintiano era formado por jogadores que eram ou seriam ídolos do clube, muito por conta daquelas conquistas de 1995. No gol, o goleiro Ronaldo trazia segurança para o time e ainda dava ao jogo um aspecto engraçado por conta das brincadeiras que fazia, especialmente com os rivais. Contudo, quando era necessário seriedade, o goleiro era exemplo.
Na defesa, o clube tinha na esquerda uma jovem revelação, Sylvinho, que anos depois brilharia na Europa, em clubes como Arsenal e Barcelona. Já na defesa, Henrique, revelação do Grêmio, era titular da defesa do clube havia algum tempo e tinha como companheiro o qualificado Célio Silva, que estava no clube desde 1994, após uma temporada na França, e era especialista em cobranças de falta, com chutes com muita potência.
No meio, Bernardo era um volante “classudo”, de técnica, que jogava ao lado do também técnico e vigoroso Zé Elias, revelação do clube com apenas 18 anos. Na armação da equipe, vinham Souza, meia de muita técnica, e Marcelinho Carioca, com seus chutes precisos, que chegara um anos antes e se tornaria um ídolo histórico do clube.
Por fim, no ataque, duas revelações corintianas de muita qualidade: Marques, mais veloz e habilidoso jogava ao lado de um centroavante marcador de gols, Viola, que estava em sua segunda passagem pelo Timão e já era ídolo – foi o representante corintiano no tetra da Copa de 1994.
O time, naquele ano, foi montado por Mário Sérgio, ex-jogador, treinador e comentarista, morto ano passado no acidente da Chapecoense. Ele deixou o time antes das conquistas e a glória ficou com Eduardo Amorim, que dirigiu o time nas conquistas e durante aquele ano.
O ano já começara com os títulos da Copa São Paulo de Juniores pelo time de base do Corinthians, além do Carnaval paulistano pela Gaviões da Fiel, da torcida organizada do clube, com o histórico samba-enredo O Que É Bom Dura Pra Sempre, do refrão “Me dê a mão, me abraça...”
O primeiro torneio do ano foi o Campeonato Paulista. O Corinthians estreou com uma derrota de 1 x 2 para o XV de Piracicaba. No jogo seguinte, também fora de casa, contra a Ferroviária de Araraquara, empate por 1 x 1. O time corintiano começou a brilhar na terceira rodada, com 5 x 0 em cima do Araçatuba. Após vitória de 1 x 0 contra o excelente time do Guarani, em Campinas, nova goleada: 5 x 0 contra a Ponte Preta.
A primeira fase foi disputada em turno e returno contra os outros 14 clubes que disputavam o torneio. Nos clássicos, o Timão venceu o São Paulo como visitante (2 x 1) e empatou como mandante (2 x 2). Contra o Santos, empate em casa (0 x 0) e derrota fora (1 x 3). Já contra o Palmeiras, vitória como mandante (2 x 1) e derrota como visitante (1 x 3). Ao final dessa fase, o Corinthians se classificou em sexto, na penúltima vaga, quatro pontos à frente do Araçatuba, com dez vitórias, 12 empates e oito derrotas, com 42 gols pró e 32 contra. Uma campanha apenas razoável.
Na segunda fase, com oito classificados, o Corinthians caiu no grupo 2, contra Portuguesa (campeã da primeira fase, com um ponto extra), Santos e União São João. Na estreia, em Araras, vitória de 3 x 1 sobre o União São João, com gols de Souza, Henrique e Tupãzinho, o talismã corintiano que era reserva.
Na segunda partida, fora de casa, empate em 2 x 2 com o Santos, com gols de Marcelinho Carioca, de pênalti, e Viola. O Timão ainda encerrou o turno vencendo a Portuguesa, em casa, por 1 x 0.
No começo do returno, nova vitória sobre o União São João, agora em casa, por 2 x 0, com gols de Marcelinho Carioca (pênalti) e Tupãzinho. Fora de casa, contra a Portuguesa, um gol de Bernardo aos 43 do segundo tempo, praticamente garantiu o clube na final, restando apenas um ponto, justamente o extra que a Lusa tinha.
E na rodada, final, uma vitória de 4 x 2 sobre o Santos, com gols de Marques (2), Marcelinho Carioca e Tupãzinho, garantiu o clube na decisão, novamente contra o Palmeiras, repetindo 1993.
Por ter tido melhor campanha nesta fase, o Corinthians tinha vantagem do resultado igual após 90 minutos do primeiro jogo e 120 minutos do segundo. Ambos os jogos aconteceram no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto.
Na partida de ida, o Corinthians quase garantiu uma grande vantagem. O Palmeiras havia perdido pênalti, cobrado para fora por Roberto Carlos na primeira etapa. Marcelinho Carioca, aos 15 do segundo tempo, fez 1 x 0 para o Corinthians, mas aos 48, Nilson, empatou para o Palmeiras.
No jogo da volta, a partida começou de forma diferente. Com 11 do segundo tempo, Nilson fez 1 x 0 para o Palmeiras, resultado que garantia o título palmeirense. Contudo, cinco minutos depois, Marcelinho Carioca, cobrando falta com perfeição, marcou o gol de empate para o Corinthians, levando o jogo para a prorrogação. E o empate na prorrogação dava o título ao Corinthians, mas aos 13 do segundo tempo, o meia Elivélton, com um chute de longe, acertou o ângulo de Velloso, garantindo o título ao Timão.
Naquele primeiro semestre, o clube ainda ganharia a Copa do Brasil. Na primeira fase, o rival foi o Operário-MT. Na partida de ida, empate em 1 x 1, no jogo de volta, em casa, o Corinthians venceu por 4 x 0. Na segunda fase, o rival foi o Rio Branco do Acre. Com duas vitórias (3 x 0 fora e 2 x 0 em casa), o Corinthians se classificou para as quartas de final.
Nas quartas, o rival seria um time mais forte, o Paraná, clube de série A. Após empate sem gols em Coritiba, o Corinthians se classificou à semifinal com 2 x 1 em São Paulo. Na semifinal, contra o Vasco, um passeio. Vitória de 1 x 0 no Rio e goleada de 5 x 0 em São Paulo, chegando à final do torneio, de forma invicta.
A decisão seria contra o Grêmio, clube atual campeão da competição. No Pacaembu, Viola fez 1 x 0 aos 41 da primeira etapa. Aos 20 do segundo, Luiz Carlos Goiano empatou. No entanto, aos 26, Marcelinho Carioca, de falta, garantiu a vitória corintiana, que jogaria pelo empate no Rio Grande do Sul.
No Olímpico, o Grêmio precisava de uma vitória de 1 x 0 para ficar com a taça, mas aos 27 do segundo tempo, novamente ele, Marcelinho Carioca, fez o gol que garantiu o 1 a 0 e o primeiro título do Corinthians na Copa do Brasil.
No segundo semestre, o Corinthians jogou a Copa Conmebol e o Campeonato Brasileiro. Na competição Sul-americana, enfrentou o Ceará na primeira fase. Empatou em 1 x 1 fora, com gol de Marcelinho Carioca, e por 2 x 2 em casa, classificando-se nos pênaltis, por 7 x 6.
Jogadores do Corinthians comemorando a conquista da Copa Brasil, contra o Grêmio, no Estádio Olímpico.
Nas quartas de final, no entanto, o Corinthians caiu para o América de Cali. Fez 2 x 1 em casa, mas perdeu por 3 a 1 na Colômbia, sendo eliminado precocemente no torneio.
No Campeonato Brasileiro, no entanto, o Corinthians foi muito mal na primeira fase. Na chave A, o clube foi vice-lanterna, com apenas oito pontos. Foram duas vitórias, dois empates e sete derrotas, com 13 gols pró e 18 contra. Diante do rival Palmeiras, que estava no mesmo grupo, derrota por 0 x 2.
Já na segunda fase, novamente no grupo A, enfrentando rivais do grupo B, o Corinthians foi segundo colocado, não chegando à semifinal por quatro pontos, graças à ótima campanha do Botafogo. Dos 12 jogos, foram sete vitórias, dois empates e apenas três derrotas, com 19 gols pró e 15 contra. Contra os rivais, vitória de 1 x 0 contra o São Paulo e derrota para o Santos, que seria vice-campeão daquela competição, por 0 x 3.
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