Time surpreendeu Portugal, no Dragão e na Luz
Essa foi talvez a maior zebra da história de uma competição entre seleções. O fato de a Grécia ter ultrapassado a primeira fase já foi milagroso. Contudo, ser campeão surpreendeu a todos.
Uma surpreendente e qualificada geração grega surgia sob comando do experiente alemão Otto Rehhagel, que ajudou o time a jogar um futebol de boa qualidade. Nos primeiros amistosos realizados, vitórias sobre Estônia (4 x 2), Bélgica (3 x 2) e Romênia (3 x 2), além de empates com a Suécia (2 x 2) e República Tcheca (0 x 0) davam um bom sinal, ainda me 2002.
A derrota para a Ucrânia no dia 11 de outubro de 2002, pelas Eliminatórias da Euro, por 2 x 0, foi a última em muito tempo. No ano de 2003, a Grécia teve um ano espetacular. Em onze jogos, foram oito vitórias e três empates. Os empates todos foram em amistosos, inclusive contra Portugal, no fim do ano, em Portugal, por 1 x 1. Nas Eliminatórias para a Euro, vitória fora de casa contra a Espanha, e em casa contra a Ucrânia, classificando o time para a Eurocopa, de forma direta, com o primeiro lugar da chave, na frente de Espanha e Ucrânia.
O time brilhava com o experiente goleiro Nikopolidis, que dava segurança ao time, com sua experiência e seus reflexos. O gigante zagueiro Dellas, que marcava gols de cabeça na frente. O lateral direito Seitaridis, com sua qualidade no cruzamento. O volante Basinas, bom nos desarmes e na criação de jogadas. Os então jovens meias, Katsouranis e Karagounis, dando qualidade ao time, que tinha como craque, também na meia, Zagorakis, eleito o melhor jogador da Eurocopa de 2004. Por fim, no ataque, o gigante Charisteas era o homem-gol do time, especialmente na jogada aérea.
Em 2004, o time começou o ano com duas vitórias, em amistosos contra Bulgária (2 x 0) e Suíça (1 x 0). Em sequência, duas derrotas, que não vinham desde 2002. No dia 27 e abril de 2004, derrota por 4 x 0 contra o Holanda. No jogo seguinte, derrota para a Polônia por 1 x 0. Antes do torneio, dez dias antes da estreia, vitória em amistoso contra Liechtenstein por 2 x 0, resultado que não dava grande esperança para a equipe.
A estreia foi no dia 12 de junho, no estádio do Dragão, em Porto, na abertura do torneio. E a Grécia fez 2 x 0, com gols de Karagounis e Basinas, cobrando pênalti. Portugal descontou aos 48 do segundo tempo, com Cristiano Ronaldo.
Parecia que seria uma zebra, mas o empate com a Espanha mostrou outra coisa. Morientes fez 1 x 0 para os espanhóis, mas Charisteas mostrou seu brilho, empatando aos 21 do segundo tempo. Na última rodada, bastava um empate, mas a Grécia conseguiu perder para a Rússia por 2 x 1. Vryzas fez o gol grego. E foi o gol da vaga, pois com a derrota da Espanha para Portugal, o time grego se classificou pelo número de gols marcados, empatado em saldo com os espanhóis.
Nas quartas de final o rival era a atual campeã do torneio, França, primeira colocada de sua chave, que tinha Inglaterra, Croácia e Suíça. Contudo, com um gol aos 19 da segunda etapa, com um gol de cabeça de Charisteas.
A semifinal seria contra a surpreendente República Tcheca, que chegava com 100% de aproveitamento, quatro vitórias em quatro jogos contra Letônia, Holanda, Alemanha e Dinamarca. Após 0 x 0 nos 90 minutos, o zagueiro grego Dellas marcou, de cabeça, aos 16 do primeiro tempo da prorrogação, surpreendendo o mundo e chegando à final do torneio, contra Portugal, rival do primeiro jogo.
E novamente foi um jogo duro para Portugal no estádio da Luz, em Lisboa, mas foi a Grécia que aproveitou a chance. E novamente bateu os portugueses, com um gol de Charisteas aos 12 do segundo tempo.
Na final, Karagounis não jogou, com Giannakopoulous em seu lugar, e com Charisteas mais recuado, com Vrysas de centroavante.
Depois da Euro, ainda em 2004, o time não repetiu o bom futebol nos cinco jogos que fez. Empatou com a República Tcheca em amistoso e empatou com Turquia e Ucrânia nas Eliminatórias para a Copa, além de derrota para a Albânia e vitória contra o Cazaquistão pelas Eliminatórias.