Tevez diz que leva filho à favela para ele não ‘desmunhecar’
Frase do atacante do Boca Juniors sobre o filho caçula gerou debates na Argentina
Carlitos Tevez é uma das figuras mais populares e controversas da Argentina. Até pouco tempo, era quase uma unanimidade, tratado como o “jogador do povo”, admirado por sua simplicidade e forma espontânea de ser. Recentemente, porém, sua imagem ficou arranhada devido à fracassada ida à China, onde ganhou uma fortuna que contrastava com a imagem do garoto humilde crescido na favela do Fuerte Apache. Nesta semana, Tevez, de volta ao Boca Juniors, causou grande polêmica na Argentina ao falar justamente sobre o bairro onde nasceu. E sobre a educação que dá ao filho Carlos Júnior, o “Lito”.
Tevez tem duas filhas, Kate (de 8 anos) e Florencia (de 12), a última muito lembrada no Brasil pelo tempo em que, recém- nascida, entrava em campo com o pai nas partidas do Corinthians. Lito é o caçula, de apenas 3 anos. Na mesma entrevista à emissora TyC Sports em que deu razão a Tite sobre não ser um bom batedor de pênaltis, Tevez contou que tem levado Lito para conhecer o Fuerte Apache. Mais que isso, para “levar umas pancadas” por lá.
“Lito vai ao bairro comigo. Imagine, a mãe, as irmãs, as avós… Ele é o único homem. Se não o levo ao bairro para que ele leve umas pancadas, ele desmunhecaria”, afirmou Tevez. “Eu o levo lá para ele se desenvolver com os moleques, jogar bola”, completou.
Sua frase causou grande debate na Argentina: uns consideraram um claro sinal de homofobia, enquanto outros viram apenas ingenuidade, uma frase infeliz de alguém com pouca instrução. Outras declarações de Tevez nessa entrevista foram motivo de discussão. Ele admitiu que as críticas que recebeu na China foram justas e chegou a dizer que passou “sete meses de férias” no Shangai Shenhua. Por lá, ele recebeu 40 milhões de dólares de salários, esteve sempre acima do peso e marcou apenas quatro gols.