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#TBT: o que o técnico do Liverpool pensava do Flamengo em 1981

Em entrevista, Bob Paisley elogiou Zico e Júnior, mas admitiu que não sabia muito sobre clube carioca. Já naquela época, o calendário atrapalhava a disputa

Assim como em dezembro de 1981, Flamengo e Liverpool medirão forças no próximo sábado 21 na final do Mundial de Clubes da Fifa, desta vez em Doha, no Catar. Há 38 anos, o clube carioca liderado por Zico despachou a badalada equipe inglesa com um inapelável 3 a 0, em Tóquio, no Japão. A decisão do torneio, então chamado por aqui de Mundial Interclubes, ganhou destaque nas páginas da edição de 11 de dezembro de 1981 de PLACAR (dois dias antes do jogo), com direito a uma entrevista exclusiva com o lendário técnico do Liverpool, Bob Paisley.

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“Não sei nada do Flamengo” era a chamada da entrevista, realizada no escritório de Paisley, no estádio de Anfield. Numa época em que o acesso ao futebol estrangeiro era bem mais restrito, o técnico garantiu não se tratar de soberba. “Infelizmente não sei nada, mas por favor, não interprete este desconhecimento como falta de respeito. Muito ao contrário. Eu me incluo entre os maiores admiradores do futebol brasileiro. Só que tudo o que sabemos do Brasil, no momento, se limita à seleção. Mas sei que o Flamengo é o time do Zico e do Júnior e isto é uma boa recomendação”, afirmou o treinador, que venceu seis campeonatos ingleses e três Ligas dos Campeões, e morreu em 1996 aos 77 anos.

Paisley negou esquema especial para enfrentar o Flamengo de Zico – “Não, porque não conheço meu adversário” – e disse não se preocupar com a violência mesmo depois das “batalhas” entre Flamengo e Cobreloa na final da Libertadores e em Mundiais anteriores. “Soube que o Flamengo é muito técnico e times deste tipo não precisam recorrer a nada além do futebol”.

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Para a decisão no Catar, o Liverpool de Jürgen Klopp enfrentou problemas logísticos relacionados ao calendário – um dia antes da estreia no Mundial, teve de mandar a campo um time “sub-23”, que foi eliminado da Copa da Inglaterra com uma goleada por 5 a 0 para o Aston Villa, em Birmingham. Problemas semelhantes já ocorriam no passado. O próprio Liverpool não disputou a Intercontinental em 1977 e 1978 por priorizar o futebol local (e também devido aos casos de violência registrados em edições anteriores). “Das outras vezes o aperto do nosso calendário era grande”, contou Paisley a PLACAR.

A reportagem completa da revista (clique aqui e leia toda a edição) ressalta ainda que “Esses ingleses já foram melhores”, mostrando que o Liverpool chegou ao Japão em momento conturbado, mas compensava a falta de conjunto com bons valores individuais, como Graeme Souness, Kenny Dalglish e Ian Rush (o último foi poupado pelo técnico na decisão em Tóquio). O goleiro Bruce Grobbelaar foi apontado por PLACAR como o ponto fraco do time –  e, de fato, falhou no segundo gol rubro-negro, de Adílio, ao dar de rebote em falta cobrada por Zico.

Matéria de PLACAR de dezembro de 1981, às vésperas da final do Mundial
Matéria de PLACAR de dezembro de 1981, às vésperas da final do Mundial Reprodução/Placar

 

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