Simone Biles testemunha sobre abusos e não poupa entidades do esporte
Ginasta falou a um comitê do Senado americano sobre como o FBI conduziu casos envolvendo o médico Larry Nasser; diretor da agência pediu desculpas
Simone Biles continua a fazer história, dentro e fora da ginástica olímpica. Depois de admitir que estava passando por dificuldades nos Jogos de Tóquio, a atleta americana, sete vezes medalhista olímpica na modalidade, testemunhou no Congresso nesta quarta-feira, 15. Biles e mais três outras ginastas falaram a um comitê do Senado que investiga a condução do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, em um dos maiores casos de abuso sexual da história do país.
Biles, 24 anos, relutou em participar das audiências. Só concordou porque, como ela mesma disse aos prantos, não quer que nenhuma outra jovem tenha de sofrer nas mãos de Larry Nassar, o ex-médico da seleção americana de ginástica olímpica. Ele cumpre pena equivalente à prisão perpétua por vários crimes de natureza sexual.
No entanto, a ginasta fez questão de sublinhar que o problema não está apenas em Nassar ou no modo como o FBI atuou durante as investigações. “Para ser clara: eu culpo Larry Nassar, mas também culpo todo um sistema que permitiu e perpetrou seu abuso”.
Diretor do FBI desde 2017, Christopher Wray pediu desculpas às vítimas e disse que ficou “com o coração partido e furioso” quando soube que a agência havia cometido tantos erros no caso. “Precisamos lembrar a dor causada quando nossos pares deixaram de fazer seu trabalho”, disse. Ele falou ainda que o FBI faria mudanças para garantir que esse tipo de condução desastrada não volte a acontecer.