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Senado aprova Lei do Mandante; texto vai para sanção de Jair Bolsonaro

Projeto altera a Lei Pelé para estipular que pertence ao clube mandante a prerrogativa de negociar as transmissões dos jogos

O Senado aprovou na noite desta terça-feira, 24, a chamada Lei do Mandante. O texto que altera a regra de comercialização dos direitos de transmissão dos clubes teve 60 votos a favor e nenhum voto contra.

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Para acelerar a tramitação, o relator Romário (PL-RJ) manteve o texto da forma que ele foi aprovado na Câmara dos Deputados. Assim, o projeto vai direto para sanção presidencial. A única emenda feita no Senado foi rejeitada e previa que os jogadores dividissem os 5% do direito de arena com os treinadores. Autor da emenda, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) deve fazer um projeto de lei específico para esse assunto.

A Lei do Mandante é uma demanda dos clubes que foi transformada em projeto de lei pelo Executivo. A tramitação foi em caráter de urgência. A medida altera a Lei Pelé para estipular que pertence ao clube mandante a prerrogativa de negociar suas transmissões, independentemente de contratos firmados pelo visitante.

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Atualmente, conforme previsto na Lei Pelé, para que uma partida seja transmitida na TV os dois clubes precisam ter contrato com uma emissora. A partir de 2025, no entanto, o modelo deve ser completamente alterado. O novo texto também permite que o próprio clube transmita a sua partida em seus canais, se assim preferir.

As polêmicas tiveram início em 2019, quando o Esporte Interativo (atual TNT Sports) comprou direitos de TV fechada de alguns clubes no Brasileirão (Palmeiras, Santos, Athletico-PR, Bahia, Fortaleza, Ceará e Juventude são as equipes na Série A com quem mantém acordo atualmente), o que causou o “apagão” de algumas partidas e uma celeuma envolvendo o contrato do Palmeiras com a Globo, que acabaria renovado após longa renegociação. No ano passado, o governo federal entrou no jogo e a confusão ganhou maior proporção.

Encorajado por alguns clubes, em especial o Flamengo, o presidente Jair Bolsonaro editou a medida provisória 984, que tentava instituir a lei do mandante em caráter de urgência, com o objetivo de acabar com o que chamava de “monopólio da Rede Globo” e aumentar a flexibilidade dos negócios, possivelmente atraindo empresas como Google e Amazon, seguindo os padrões de grandes ligas internacionais. Havia no entanto, enorme insegurança jurídica, pois a Globo detinha os direitos de exclusividade pelos campeonatos e não abriria mão deles.

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Enquanto a MP era debatida, o Flamengo (único clube que não havia renovado acordo com a Globo para o Estadual) transmitiu uma partida do Campeonato Carioca pelo YouTube, o que feriu o acordo de seu adversário, o Volta Redonda, com a emissora carioca. A partir daí, a Globo rescindiu seu contrato com todos os clubes e o caso foi parar na Justiça.

O conceito de dar ao clube da casa os direitos de transmissão já existe em diversos países, como na Inglaterra, mas as negociações são sempre feitas de forma coletiva, o que favoreceria um acordo geral e evitaria o “apagão de jogos”.

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