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Seleção perdeu mais um para a Espanha. E time dos naturalizados pode aumentar

CBF se diz atenta para que casos como o de Diego Costa não se repitam. Na semana passada, Rodrigo Moreno foi chamado por Del Bosque

Ver jogadores nascidos no Brasil atuando por outras seleções está longe de ser uma novidade no futebol – o primeiro caso aconteceu em 1934, quando o atacante Filó foi campeão mundial pela Itália com o sobrenome Guarisi. De lá para cá, quase uma centena de atletas brasileiros passaram por outras seleções, quase sempre em busca do sonho de disputar uma Copa do Mundo. De todos os naturalizados, o ex-atacante José Altafini, o Mazzola, foi o mais famoso. Campeão do mundo pela seleção brasileira em 1958, ele jogou também pela Itália, país onde era ídolo do Milan e vive até hoje, aos 76 anos. Deco, Pepe, Thiago Motta, Liédson e Thiago Alcântara são apenas alguns dos exemplos mais recentes de atletas que talvez tivessem chances de jogar pela seleção brasileira mas tomaram novos rumos. Nenhum caso, no entanto, causou tanto impacto como a escolha do atacante Diego Costa, do Chelsea, de defender a Espanha na Copa do Mundo no Brasil.

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Convocado pelo técnico Luiz Felipe Scolari para dois amistosos da seleção brasileira, Diego Costa não gostou de ficar de fora da Copa das Confederações e, meses depois, aceitou o convite de Vicente Del Bosque para jogar pela Espanha. A decisão, completamente justificável, tanto por questões sentimentais (o jogador jamais jogou profissionalmente no Brasil e se tornou um dos atletas mais valiosos do planeta jogando em solo espanhol), quanto profissionais, foi contestada por Felipão. “Ele deu as costas ao sonho de milhões”, resmungou o treinador do Brasil, que já havia disputado uma Copa do Mundo como técnico de Portugal. No Mundial, o atacante sergipano foi hostilizado pela torcida brasileira e amargou uma eliminação na primeira fase. O caso Diego Costa, porém, ligou um alerta na CBF: a seleção brasileira, que hoje sofre com a falta de centroavantes, não deveria perder mais atletas nascidos aqui, sobretudo para seleções concorrentes.

Coube ao técnico das seleções de base, Alexandre Gallo, a tarefa de mapear os jovens atletas brasileiros que vem se destacando em clubes estrangeiros e mostrar-lhes que a CBF está atenta. Gallo viajou para a Europa e conversou com um grupo de atletas “divididos” entre mais de uma pátria. Alguns deles, no entanto, já admitiram que se sentiriam mais à vontade jogando por outras seleções. Foi o caso de Rodrigo Moreno, atacante de 23 anos, nascido no Rio de Janeiro, que nesta semana foi convocado pela primeira vez para a seleção espanhola adulta. Ele chegou a atuar nas categorias de base do Flamengo, mas se mudou para a Espanha há mais de dez anos, e por lá passou por Celta de Vigo e Real Madrid B, antes de brilhar com a camisa do Benfica, de Portugal. Ele é filho de um ex-jogador do Flamengo, o lateral esquerdo Adalberto, mas não pensou duas vezes ao receber a chance de jogar pela seleção espanhola. E apesar da preocupação de Dunga e Alexandre Gallo, é possível que outros atletas brasileiros – em sua maioria muito jovens – apareçam em seleções concorrentes nos próximos anos.

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