Seleção da Copa de 1982 foi forjada no Estádio Centenário
No Mundialito de 81, Telê Santana montou equipe que brilhou no Mundial da Espanha
A seleção brasileira mais encantadora dos últimos 40 anos, a que disputou a Copa do Mundo da Espanha, em 1982, foi forjada no mesmo Estádio Centenário de Montevidéu que nesta quinta-feira será palco do clássico entre Brasil e Uruguai, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Foi no Mundialito, disputado em janeiro de 1981, que Telê Santana criou a base da equipe que no ano seguinte deslumbrou o planeta nos estádios espanhóis.
Realizado (com alguns meses de atraso) para comemorar os 50 anos da primeira Copa do Mundo, o Mundialito reuniu cinco países campeões mundiais (Uruguai, Brasil, Argentina, Alemanha e Itália) e a Holanda, que entrou no lugar da Inglaterra – os inventores do futebol não quiseram participar do evento. Todos os jogos foram disputados no Centenário.
A seleção brasileira estreou na competição com um empate por 1 a 1 com a Argentina. Uma boa atuação da equipe de Telê, mas nada que se comparasse ao segundo jogo, contra a Alemanha. Após sair atrás no placar, o Brasil impôs seu jogo de toque de bola e velocidade, e goleou os alemães por 4 a 1.
Na final, em um Centenário incandescente, o time brasileiro perdeu para o Uruguai por 2 a 1, mas a derrota não apagou a impressão de que Telê havia conseguido montar uma equipe à altura da tradição do Brasil. Mesmo sem Zico (machucado) e Falcão (não foi liberado por seu clube, a Roma), a seleção jogou um futebol ofensivo e envolvente, uma prévia do que se viu na Copa de 82.
O time que disputou a partida contra o Uruguai tinha sete jogadores que foram titulares no Mundial da Espanha: Oscar, Luizinho, Júnior, Toninho Cerezo, Sócrates (que começaram jogando), Serginho e Éder (que entraram durante o jogo). Além deles, Batista e Paulo Isidoro, os principais reservas da equipe de 82, também participaram da decisão do Mundialito.
Um mês depois do torneio, o Brasil disputou as Eliminatórias para a Copa com a base pronta. Confiante, o time não teve muitos problemas para superar Bolívia e Venezuela e se classificar para o Mundial. Depois disso, Telê só precisou lapidar a joia que apresentou ao mundo naquele janeiro de 1981.