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São Paulo e Daniel Alves: números e polêmicas de um amargo fim de relação

Jogador mais vitorioso da história chegou com pompa de ídolo há dois anos, mas, mesmo tendo erguido um troféu, deixa o Morumbi com imagem desgastada

Daniel Alves e São Paulo oficializaram na noite da última quinta-feira, 16, o fim de um casamento conturbado. Em 6 de agosto de 2019, o lateral-direito foi apresentado em uma cerimônia de gala no salão nobre do Morumbi, na qual disse estar realizando um sonho de criança ao vestir a camisa 10 de seu clube do coração, enquanto cerca de 40.000 torcedores o aguardavam no gramado. Dois anos depois, não é exagero dizer que a passagem terminou em pesadelo, mesmo depois de Daniel ter adicionado mais um item em sua galeria de 42 troféus.

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“Vim com o intuito de contribuir, para que o São Paulo possa aspirar coisas grandes. É um clube vitorioso e por isso eu tomei a decisão de voltar para o Brasil e aceitar esse desafio. Sei da história do São Paulo. Foi um clube que me fez vibrar muito e está necessitando de troféus. Quero poder escrever uma história com um clube que eu sempre torci e vibrei”, discursou Daniel, elegantemente vestido de terno e gravata, em sua apresentação. O saldo, no entanto, não foi positivo, sobretudo para os cofres do clube.

O contrato entre clube e jogador terminaria apenas em dezembro de 2022, mas, diante do evidente desgaste na relação, ambos optaram por encerrar o vínculo nesta semana. Daniel Alves deixa o São Paulo com 10 gols e 15 assistências em 95 jogos disputados. Conquistou um título, o do Paulistão deste ano, cuja final diante do Palmeiras assistiu do banco de reservas, pois estava lesionado. A maior frustração veio meses antes, com a perda do título do Brasileirão, do qual o clube passou boa parte da reta final na liderança.

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A passagem foi repleta de polêmicas e desencontros. A diretoria prometeu que obteria parceiros que viabilizassem o pagamento dos salários do jogador (mais de 1 milhão de reais mensais), o que não aconteceu. Segundo estimativa do Ge.com, a passagem gerou uma dívida milionária, de 18 milhões de reais. No início da semana, Daniel Alves avisou que não se apresentaria até que a dívida fosse equacionada. O fim do vínculo com 15 meses de antecedência deve gerar uma economia de 27 milhões de reais.

Dentro de campo, a relação também nunca foi excepcional. Ainda que tenha se destacado em alguns momentos, como no Brasileirão de 2020, o jogador que passou a ser escalado no meio-campo não conseguia repetir o nível que o tornou um dos maiores laterais do país em todos os tempos. As críticas de parte da torcida passaram a extrapolar a esfera esportiva no momento em que Daniel Alves decidiu participar da Olimpíada de Tóquio, em meio a momentos importantes na Libertadores e no Brasileirão.

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Uma declaração ao Uol, logo após a conquista do ouro no Japão, parece ter sido a gota d’água de uma relação sempre confusa. “Não acho que abandonei o São Paulo, muito pelo contrário, estou representando o São Paulo também. Quando cheguei ao São Paulo, deixei bem claro que ia devolver o São Paulo para o mundo, o mundo ia começar a falar do São Paulo, porque o mundo me tinha, ou porque o São Paulo me tinha. Eu sou um atleta do mundo, e sempre representando os clubes que estou”, disse, para depois fazer uma crítica direta à diretoria. 

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O São Paulo falhou muito comigo e era um momento que eu tinha de escolher pelo São Paulo e por defender meu país, e sempre vou representar meu país e por tabela representar o time. As pessoas falam porque não conhecem minha dedicação, entrega e respeito com o São Paulo, sendo que o São Paulo muitas vezes falhou comigo, e eu não falho com o São Paulo.” Aos 38 anos, Daniel Alves pode assinar com outro clube do Brasileirão, pois disputou apenas seis jogos, o limite, pelo clube tricolor nesta edição. 

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