Sai Elkeson, entra Ai Kesen: brasileiro muda de nome para jogar pela China
Aos 30 anos, atacante com passagens por Vitória e Botafogo aceitou convite da seleção asiática. Outros compatriotas devem seguir o mesmo caminho
A China, nação mais populosa e segunda maior economia do planeta, não tem poupado esforços – muito menos dinheiro – para desenvolver seu futebol, e para isso tem recorrido especialmente a atletas e treinadores do Brasil. Paulinho, Oscar, Hulk e Renato Augusto são alguns dos jogadores com passagem pela seleção brasileira que atualmente ajudam a elevar o nível de competitividade da Superliga China. Agora, visando a Copa do Mundo de 2022, os asiáticos decidiram estreitar ainda mais a ligação entre os países e promover a naturalização daqueles que não têm chances de vestir a amarelinha. Nesta quarta-feira, 21, o atacante maranhense Elkeson foi o primeiro a inaugurar o plano chinês.
Elkeson, de 30 anos, com passagens por Vitória e Botafogo, foi incluindo na lista de convocados pelo técnico italiano Marcelo Lippi para os primeiros compromissos da seleção chinesa nas Eliminatórias Asiáticas para a Copa do Mundo do Catar. Para isso, o jogador precisou alterar até seu nome. Com a lei chinesa não permite dupla-nacionalidade, Elkeson abriu mão do passaporte brasileiro e passou a se chamar Al Kesen. Agora, se quiser visitar a terra natal, ele terá que utilizar um visto de turista.
Nas redes sociais, Elkeson, que atua no país desde 2013, agradeceu pela oportunidade. “Queria retribuir todo o carinho que o povo chinês meu deu nesses sete anos. Me sentia à vontade na China, como se tivesse nascido no país. Foi aí que chegou até a mim uma possibilidade desafiadora, mas que me deixou com a certeza de que seria o próximo passo a ser dado. A volta para o Guangzhou Evergrande, time que abriu as portas do país para mim, e a naturalização, para que eu ajude a seleção chinesa a disputar mais uma Copa do Mundo. Hoje, comunico a todos que, oficialmente, embarquei nesse desafio. Abri mão da minha nacionalidade para tentar retribuir todo o carinho que recebo aqui desde a minha chegada. Estou muito animado e empolgado. Conto com a torcida de vocês. Forte abraço, Ai Kesen”
View this post on InstagramContinua após a publicidade
Elkeson, no entanto, não foi o primeiro jogador naturalizado para defender a China. Em junho, o meio-campista inglês Nico Yennaris também foi chamado por Lippi após se naturalizar e adotar o nome Li Ke. O ex-jogador do Arsenal, hoje no Beijing Guoan, porém, possui origem familiar na China, ao contrário de Elkeson.
Goulart e Aloísio, os próximos
A seleção da China é apenas a 71ª colocada no ranking da Fifa e só conseguiu se classificar para uma edição da Copa do Mundo, a de 2002, na qual foi derrotada por 4 a 0 pelo campeão Brasil na primeira fase. Agora, além de Elkeson, o time dirigido por Lippi deve apostar em outros atletas brasileiros de destaque na Ásia.
Os próximos devem ser Ricardo Goulart, que recentemente deixou o Palmeiras para retornar ao Guangzhou Evergrande, Alan, atacante do Tianjin Tianhai, com passagem pelo Fluminense, Aloísio “Boi Bandido”, ex-São Paulo, hoje no Guangdong Tigers, e Fernandinho, revelado pelo Flamengo, do Hebei Fortune. O inglês Tyias Browning, do Guangzhou, também interessa ao time.
Superliga chinesa: Você diria não ao futebol chinês?
(com Estadão Conteúdo)