Rubinho diz que brasileiro não sabe brincar e que orou por Schumacher
Em entrevista a ESPN, o brasileiro disse não mais segurar o que sente ao ouvir críticas e que pediu à sua família que rezasse pelo ex-companheiro de Ferrari
Rubens Barrichello reafirmou não ter mágoas pelas críticas sofridas ao longo de sua longa carreira na Formula 1, mas revelou ter mudado sua postura em relação às gozações maldosas. Em entrevista ao programa “Bola da Vez”, da ESPN, o piloto brasileiro de 47 anos disse que o brasileiro “brinca, mas não sabe brincar”, e que só enxerga os percalços pelos quais passou. Correndo atualmente na categoria Stock Car, Rubinho falou sobre como é grato por tudo o que conquistou na vida e como tenta deixar a maldade de lado, principalmente depois do AVC sofrido em 2018.
“As dificuldades me fizeram mais forte”, afirmou Barrichello. “A minha história é tão legal. Ela tem seus aprendizados. Não tem uma época que eu consigo falar que foi mais especial, porque ela foi muito especial”, completou ao fazer um resumo de sua carreira. “É tão gratificante viver essa vida, esse personagem real que aparece muitas vezes de capacete. Eu realmente melhorei demais. Tem coisas que poderiam ter sido melhores e outras piores. Mas mudou. Naquele dia (do AVC), eu decidi que não dá pra ficar segurando muita coisa. Você precisa ajeitar o que tem que ajeitar, falar o que tem que falar, mas a gente está aqui para viver”, desabafou.
Rubinho também falou sobre Michael Schumacher. Ele revelou que pediu para sua família rezar após saber do acidente sofrido pelo ex-piloto alemão, em dezembro de 2013, em uma estação de esqui. O filho mais velho de Barrichello, Eduardo, perguntou: “por que estamos fazendo isso? Esse cara fez mal para você”. Ele explicou que não se ressentia do ex-companheiro de Ferrari. “Ele tem diversos títulos e o papai não tem nenhum, mas e daí? Qual é o troféu que a gente leva para casa? É o troféu da vida, da experiência, não é aquele físico que você levanta”, contou.
Barrichello prepara tanto Eduardo quanto o caçula Fernando para seguir seus passos na pista e dá conselhos aos dois jovens pilotos. “Teve muitas vezes em épocas passadas que eu carregava os problemas para o carro. Hoje é o maior ensino que eu dou para os meus filhos é isso: não carregue para frente, cada um vai ter um problema e a gente não pode mensurar se o meu problema é maior do que o seu, porque o meu aparece na televisão”.