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Real e Barça fazem o clássico mais ‘globalizado’ do futebol

Nenhuma outra rivalidade entre equipes proporciona um espetáculo esportivo tão grandioso quanto o show do Santiago Bernabéu, às 14 horas deste sábado

Enquanto os clubes brasileiros sofrem para conseguir patrocínio, o Barça é tema de uma campanha da Gilette para toda a América Latina

O clássico entre Real Madrid e Barcelona sempre foi o jogo mais importante da Espanha. No entanto, graças ao número de craques em campo e ao fascínio que as duas instituições despertam entre os fãs de futebol no mundo todo, a partida deixou de ser uma atração nacional para tornar-se um evento global e milionário, aguardado por fãs em todo o planeta – e com uma vantagem em relação à Copa do Mundo e à Olimpíada, já que o clássico espanhol acontece pelo menos duas vezes por ano. Outros clássicos internacionais, como Inter de Milão x Milan, Manchester United x Liverpool, Fenerbahce x Galatasaray e Boca Juniors x River Plate, nem sequer se aproximam da relevância mundial que o duelo entre catalães e madrilenhos possui no momento. Para alegria dos fãs de futebol pelo Brasil – e também das emissoras de TV que transmitem o Brasileirão -, o espetáculo em Madri não concorrerá com a 31ª rodada do campeonato nacional. O clássico no Santiago Bernabéu, com transmissão do canal a cabo ESPN Brasil, terá início às 14 horas (de Brasília), duas horas antes do início dos jogos do Brasileirão. Neste sábado, inclusive, o campeonato promove dois clássicos estaduais: Palmeiras x Corinthians, no Pacaembu, e Botafogo x Flamengo, na Arena da Amazônia. Caso as partidas fossem no mesmo horário, muitos palmeirenses, corintianos, botafoguenses e flamenguistas poderiam se sentir tentados a acompanhar Cristiano Ronaldo, Lionel Messi, James Rodríguez, Neymar, Xavi, Casilllas, Iniesta, Kroos, Suárez e todas as outras estrelas do clássico na Europa.

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A comparação entre o jogo do Bernabéu e os clássicos carioca e paulista chega a ser cruel. Além de Cristiano Ronaldo e Messi, os dois maiores craques dos últimos dez anos, Real e Barça têm condições financeiras para montar duas verdadeiras seleções – quase todos os atletas que estarão em campo já foram a pelo menos uma Copa do Mundo. O desequilíbrio entre o clássico espanhol e seus concorrentes começou a nascer no início da década passada. Durante sua primeira era galáctica, o Real Madrid contratou Zidane, Ronaldo e Beckham, entre outros grandes fenômenos da bola e do marketing, e conseguiu transformar o clube em uma marca global. Anos depois, com os feitos de Ronaldinho Gaúcho, Eto’o, Xavi e Iniesta, o Barça conseguiu igualar esse patamar. No entanto, a rivalidade chegou ao seu ponto mais alto com os duelos históricos entre Messi e Cristiano Ronaldo, a partir de 2009. Atual campeão e maior vencedor da Liga dos Campeões, o Real Madrid é a equipe mais valiosa do mundo entre todos os esportes no ranking da revista Forbes. Avaliado em 3,44 bilhões de dólares (7,7 bilhões de reais), o Real é seguido justamente pelo Barcelona, que vale cerca de 3,2 bilhões de dólares. Nenhuma equipe do Brasil integra o ranking dos 50 primeiros.

Em um caso emblemático da diferença de status entre os clubes espanhóis e brasileiros, recentemente o Barcelona anunciou um acordo comercial com a Gilette. A partir deste ano, a gigante americana passou a ser a patrocinadora oficial do Barça apenas na América Latina, em uma ação de marketing de precisão cirúrgica, já que o time catalão possui nada menos que os três melhores jogadores sul-americanos da atualidade. Enquanto isso, grandes clubes brasileiros, como São Paulo, Palmeiras e Santos, seguem sem patrocinador em suas camisas. Neste sábado, Cristiano e Messi voltarão a se encontrar, mas desta vez as atenções do mundo estarão mais bem distribuídas. Entre os 36 atletas de catorze países diferentes relacionados para o clássico, o artilheiro uruguaio Luis Suárez talvez seja a maior atração desta vez. Depois de ser punido pela Fifa por quatro meses pela mordida que deu no italiano Chiellini na Copa, Suárez finalmente poderá estrear pelo clube catalã. O técnico Luis Enrique, que em seus tempos de jogador trocou o Real pelo Barça em uma controversa transação, também será uma das estrelas do espetáculo. Em seu primeiro clássico como técnico, ele deve escalar Suárez ao lado de Neymar e Messi no ataque. Do lado do Real, o alemão Toni Kroos e o colombiano James Rodríguez, que brilharam no Mundial no Brasil, estão confirmados para disputar o clássico pela primeira vez. O grande desfalque da partida será o galês Gareth Bale, justamente o craque que decidiu o último clássico, com um golaço na final da Copa do Rei.

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Messi cala o Bernabéu

Barcelona e Real Madrid jamais decidiram, juntos, a Liga dos Campeões, mas em 2011, os rivais fizeram praticamente uma final antecipada, em um duelo histórico e tenso. No jogo de ida das semifinais, no Santiago Bernabéu, o talento de Messi superou a truculência do Real, que teve Pepe e Mourinho expulsos. O argentino marcou duas vezes – o segundo foi um golaço – e calou a torcida que ainda ansiava pela décima conquista europeia. No jogo de volta, um empate em 1 a 1 garantiu a vaga na final ao Barcelona. 

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Mourinho x Tito Villanova

Meses depois da vitória do Barça na semifinal da Liga dos Campeões, os rivais se reencontraram na decisão da Supercopa da Espanha. No jogo de volta, no Camp Nou, uma entrada violenta do brasileiro Marcelo em Fàbregas iniciou uma confusão generalizada entre jogadores e comissão técnica dos dois times. Um dos mais exaltados, o técnico José Mourinho enfiou o dedo no olho de Tito Villanova – ex-treinador, morto neste ano, que na época era auxiliar de Guardiola. O Barcelona venceu a partida por 3 a 2, com dois de Messi, e levou a taça. 

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O voo de Cristiano

Também na temporada 2011, o Real Madrid conseguiu deixar para trás uma sequência ruim diante do rival e venceu a decisão da Copa do Rei, em Valencia, com um gol espetacular. Depois de um empate em 0 a 0 no tempo normal, o jogo foi decidido na prorrogação. A poucos minutos do fim da primeira etapa, Marcelo e Di María tabelaram e o argentino cruzou para Cristiano Ronaldo. Com uma impulsão impressionante, o português ganhou de Adriano e marcou, de cabeça, o gol do título. 

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A arrancada de Bale

Outra grande alegria da torcida madridista aconteceu neste ano, novamente na final da Copa do Rei. O clássico se encaminhava para um novo empate, depois que Di María e Bartra marcaram. No entanto, a seis minutos do fim, o galês Gareth Bale fez valer a fortuna paga pelo Real para tirá-lo do Tottenham com uma arrancada histórica. Apesar de ter sido jogado para fora do campo, ele conseguiu ultrapassar Bartra, invadir a área e tocar por baixo das pernas do goleiro Pinto, para alegria de Cristiano Ronaldo, que, lesionado, assistiu à partida da arquibancada. 

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O primeiro de Neymar

Neymar teve a estreia dos sonhos no maior clássico da atualidade. Em apenas 18 minutos, ele marcou o primeiro gol da vitória por 2 a 1, em outubro do ano passado. O brasileiro recebeu de Iniesta e bateu por baixo da defesa do Real Madrid. A bola ainda desviou em um zagueiro antes de morrer no canto baixo do goleiro Diego López.

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5 a 0 no Camp Nou

Em um dos primeiros clássicos desta época dourada, o Barcelona conseguiu uma goleada impiedosa diante do Real Madrid de Mourinho e Cristiano Ronaldo no Camp Nou. Curiosamente, neste dia Messi não marcou, mas foi brilhante nas assistências. Xavi, Pedro, David Villa (duas vezes) e Jeffren marcaram os gols da vitória por 5 a 0. Ao final da partida, o zagueiro Piqué foi fotografado com a mão espalmada, em alusão aos cinco gols marcados por sua equipe. O episódio da “manita” (mãozinha, em espanhol) incendiou ainda mais a rivalidade entre catalães e madrilenhos. 

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Fim do trauma

Em abril de 2012, o Real Madrid iniciou um período de bons resultados no clássico. Com gols de Khedira e Cristiano Ronaldo, o time visitante bateu o Barcelona por 2 a 1 e colocou fim a um jejum de cinco anos sem vencer no Camp Nou. Após marcar o gol que decidiu a partida, Cristiano provocou a torcida do Barça ao pedir calma. Aquela vitória foi decisiva para o título espanhol da equipe de Mourinho. 

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Clássico de sete gols

No clássico do Bernabéu na temporada passada, Real e Barça fizeram um grande jogo e os visitantes levaram a melhor. Iniesta abriu o placar para o Barça, mas o time da casa virou com dois gols de Benzema. Messi empatou no fim do primeiro tempo e, em seguida, três pênaltis decidiram o jogo. Um gol de Cristiano Ronaldo e dois de Messi encerraram o jogaço, que teve uma série de decisões controversas da arbitragem. 

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