Quem é Ansu Fati, promessa do Barça, o mais jovem a marcar na Champions
Nascido em Guiné-Bissau e naturalizado espanhol, joia marcou o gol da vitória do time catalão na Liga dos Campeões aos 17 anos e 40 dias
O Barcelona tem um fenômeno em seu elenco. E não se trata de Lionel Messi ou Luis Suárez, craques renomados e com história no futebol. Um jogador que ainda nem completou a maioridade está chamando a atenção por suas atuações e por quebrar vários recordes. Trata-se de Anssumane Fati, atacante de 17 anos que anotou o gol da vitória do time catalão, nesta terça-feira 10, sobre a Inter de Milão, na última rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa.
O chute de fora da área no canto direito do goleiro Samir Handanovic aos 41 minutos do segundo tempo foi histórico. Não só por decretar o 2 a 1 no placar e eliminar os italianos da competição, mas porque fez de Ansu Fati o mais jovem jogador a marcar na Champions, aos 17 anos e 40 dias – superando o ganês Peter Ofori-Quaye, que registrou o antigo recorde em 1997 com 17 anos e 195 dias de vida.
Como Ofori-Quaye, Fati é africano. Nasceu em Guiné-Bissau, mas mora na Espanha há muito tempo. E graças ao futebol. Mudou-se para a Europa aos seis anos acompanhado do irmão mais velho, Braima, para jogar no Sevilla. Aos 10, já vestia a camisa do Barcelona e chamava a atenção pelos dribles e pela velocidade vindo do lado esquerdo do campo.
Ao lado dos xarás Carles Aleñá e Carles Pérez, também titulares no confronto desta terça-feira, é uma das principais joias da famosa La Masia, a categoria de base do clube que revelou Xavi, Iniesta e Messi. No último dia 4, renovou seu contrato por dois anos, até junho de 2022, com possibilidade de extensão por outros dois. A multa hoje gira em torno dos 170 milhões de euros, mas chegará aos 400 milhões quando assinar um contrato profissional, a partir da maioridade.
Desde que foi promovido ao time principal pelo técnico Ernesto Valverde, o atacante vem quebrando recordes. É o jogador mais novo a: marcar com a camisa do Barcelona; fazer um gol e dar uma assistência em um jogo do Campeonato Espanhol; a vestir a camisa da equipe na Liga dos Campeões; e agora a marcar um gol na competição europeia.
Precoce que é, já poderia até ter estreado na seleção principal. Da Espanha. Por viver desde criança no país, iria conseguir o passaporte quando completasse 18 anos, mas obteve o documento por uma via excepcional. Em setembro, a federação espanhola de futebol ajudou Fati a conseguir a “Carta de Naturaleza”, um dispositivo da constituição que outorga a nacionalidade a pessoas com capacidades excepcionais. Parece ser o caso, sem contar no interesse dos espanhóis em garantir que o craque vista a camisa da seleção por muitos anos.