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‘PSG quer ganhar a Champions por razões geopolíticas’, diz rival

Presidente do Lyon diz que clube de Paris criou ‘perigosa bolha no futebol’ e questiona métodos: ‘Não sei se Neymar trabalha para o PSG ou para o Catar’

Paris Saint-Germain e Lyon se enfrentam no próximo domingo pelo Campeonato Francês e o presidente da ex-equipe de Juninho Pernambucano tratou de apimentar o duelo com duras críticas ao modelo de negócios do PSG. Jean-Michel Aulas vê conflitos de interesse na relação entre o rival e o governo do Catar e acredita que o rival provocou uma “perigosa bolha no futebol mundial.”

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Aulas, de 68 anos, disse ter grande “estima” por Nasser Al-Khelaïfi, o empresário catari que é dono do PSG, mas não poupou críticas a seu trabalho. “Amo o Nasser, ele é uma pessoa cativante, tem muitas qualidades. Mas acho perigoso o modelo que representa, neste caso, para Lyon, Olympique de Marselha, Bordeaux ou Saint-Etienne, que estão em uma economia real”, afirmou Aulas ao diário francês Le Parisien.

Aulas questionou o fato de Al-Khelaïfi ser dono da emissora BeIn Sports, uma das transmissoras oficiais da Liga dos Campeões, as regras de fair play financeiro e até mesmo o papel de Neymar, comprado por 222 milhões de euros (mais de 870 milhões de reais.) “Neymar, por exemplo, não sei se ele é um empregado 100% do PSG ou um funcionário de meio período do Catar para a Copa do Mundo de 2022”, afirmou. “Estamos em um ambiente onde o PSG quer ganhar por razões geopolíticas a Liga dos Campeões.”

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O presidente do Lyon acredita que o sucesso do PSG pode ser benéfico para a França, mas cobra mais igualdade em relação aos clubes. “O PSG como uma vitrine do futebol francês internacionalmente é magnífico. Quando o PSG ganhar a Liga dos Campeões, o futebol francês se beneficiará. Eu não sou 100% contra, estou tentando fazer uma análise objetiva. Eu não quero ser rotulado de anti-Paris, anti-PSG ou anti-Nasser. Eu digo as coisas um pouco mais cedo do que outros e sem ter medo de ser atacado.”

Aulas ainda lamentou o fato de vários clubes da França e de toda a Europa estarem sendo comprados por investidores estrangeiros. E garantiu que o Lyon não terá um presidente chinês, apesar de ter firmado uma parceria com uma empresa do país.

“O que acontece no futebol francês é o que denuncio por dois ou três anos. Os chefes do Saint Etienne não se tornaram idiotas por terem vendido o clube. Se hoje eles são forçados a vender, é a consequência da superinflação na França por causa do PSG e um pouco do Mônaco. Se um dia houver 20 clubes dirigidos por estrangeiros, todos entenderão o que eu digo por dois anos. Defendo um modelo completamente diferente, onde a equidade francesa é uma prioridade.”

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Atacante Neymar posa ao lado de Nasser Al Khelaifi, durante apresentação do jogador no PSG, no estádio Parque dos Príncipes, em Paris, na França - 05/08/2017
Atacante Neymar posa ao lado do dono do PSG, Nasser Al Khelaifi Christian Hartmann/Reuters
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