PSG arma força-tarefa para contratar Messi e Barcelona reclama de assédio
Renovação de Neymar e apelo de outros amigos como Di María e Paredes fazem parte da estratégia do clube francês para contar com o craque argentino
Tudo indica que esta será mesmo a temporada de despedida de Lionel Messi no Barcelona. Na mesma semana em que um diário catalão revelou os valores de seu astronômico salário – um vazamento interno que parece ter a intenção de justificar a saída do ídolo para conter a grande crise financeira do Barça –, o Paris Saint-Germain voltou a dar sinais de que não medirá esforços para contratá-lo.
Amigo próximo do argentino, Neymar é parte importante do plano de sedução, assim como os colegas de seleção argentina Ángel Di María e Leo Paredes, além do compatriota Mauricio Pochettino, novo técnico do PSG. A postura do time francês irritou importantes nomes do Barcelona. Há um agravante: os dois times se enfrentam nas oitavas de final da Liga dos Campeões daqui duas semanas, o que torna o clima ainda mais tenso.
No início da semana, o jornal El Mundo estampou os chocantes valores do contrato de Messi: 555 milhões de euros (mais de 3,6 bilhões de reais), entre salário, direito de imagem e variáveis. O vínculo foi assinado há quatro temporadas e se encerra em julho. O Barcelona foi um dos gigantes europeus mais afetados financeiramente pela pandemia e vive um jejum de títulos relevantes – não vence a Liga dos Campeões desde 2015.
O vazamento foi duramente criticado pelo estafe de Messi que o viu como uma forma de prejudicar sua imagem junto à torcida. O craque já havia revelado seu desejo de deixar a Catalunha no fim da temporada passada, o que não foi possível por questões jurídicas. No início, o Manchester City aparecia como principal opção, devido à boa relação entre Messi e o técnico Pep Guardiola. Agora, o PSG parece ter entrado forte na disputa.
A intenção de contar com Messi não é segredo. “Quero voltar a jogar com ele. É o que mais quero, desfrutar com ele em campo”, afirmou Neymar. A emissora TNT Sports informou que o brasileiro renovará contrato com o PSG, o que serviria como mais uma garantia para que o argentino acreditasse no projeto parisiense.
Seus colegas de seleção também tentam convencê-lo. “Espero que ele escolha o melhor para ele e que possamos tê-lo conosco”, afirmou Paredes. “Tomara (que Messi venha). Acho que há muitas chances, mas temos que ter calma”, completou Di María. O técnico Mauricio Pochettino também disse que “seria muito bonito” dirigi-lo, enquanto o brasileiro Leonardo, diretor esportivo do clube admitiu que “grandes jogadores como Messi estarão sempre na lista do PSG”.
O técnico do Barcelona, Ronald Koeman, admitiu incômodo com a situação em entrevista coletiva nesta quarta-feira, após classificação sofrida diante do Granada, na Copa do Rei, em vitória por 5 a 3, com boa participação de Messi. “Não é justo, não é respeitoso falar de um jogador que ainda é do Barça. Para mim é desrespeitoso falar tanto sobre Leo”, desabafou o holandês.
Na semana passada, Joan Laporta, ex-mandatário e candidato à presidência do Barcelona, também fez duras críticas ao PSG e ameaçou denunciar o clube francês junto à Fifa. “Acho isso inapropriado. Isso mostra a falta de experiência deles nesse nível. Eles ainda têm muito a aprender no mundo do futebol.”, cutucou Laporta ao diário francês L’Equipe.
“Não sei se essa reação é instintiva ou se é um erro de comunicação. Da minha parte, sempre respeitei os outros clubes. Não sei se eles podem contratá-lo. Talvez sim, se eles continuarem a quebrar as regras do Fair Play Financeiro. Pelo que sei, eles tiveram perdas significativas no ano passado. Eu ficaria curioso para saber se eles vão ignorar as regras. Se isso acontecer, espero que a Uefa e a Fifa reajam com firmeza e que o Tribunal de Arbitragem do Desporto não se contenha na hora de dar o seu veredicto”, concluiu.