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Presidente do Barça explica saída de Messi: ‘Emoções têm de ficar de lado’

Joan Laporta exaltou a vontade do maior ídolo do clube em seguir, mas disse que crise financeira e normas de LaLiga inviabilizaram a renovação

O presidente do Barcelona, Joan Laporta, convocou entrevista coletiva nesta sexta-feira, 6, no Camp Nou para explicar a notícia que entristeceu e revoltou seus sócios e torcedores mundo afora: a saída do ídolo Lionel Messi. Em discurso de mais de uma hora, o dirigente afirmou que tanto clube quanto o atleta fizeram de tudo para que a renovação fosse possível, mas que os limites financeiros impostos por LaLiga, somado à crise financeira causada pela Covid-19, inviabilizaram o negócio.

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“Infelizmente temos uma instituição com 122 anos de história, que está acima de tudo, de todos os jogadores, inclusive do melhor jogador do mundo, do presidente. Ele nos deu tanta coisa, estaremos agradecidos eternamente. Os motivos pelos quais não pudemos renovar foram as razões econômicas muito claras, em que se encontram a entidade”, afirmou Laporta. “Chegamos a um momento em que temos de deixar a emoção de lado, analisar com rigor e frieza o que os números apontam.”

O mandatário negou que o anúncio pudesse representar uma pressão junto à Liga para que se chegasse a um acordo para que a principal estrela do campeonato pudesse seguir na Espanha. Segundo Laporta, o ciclo de Messi no Barcelona, único clube que defendeu na carreira, está realmente terminado.

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“Não quero gerar falsas expectativas. Há um tempo limite, e o jogador tem outras propostas. Leo colocou todas as facilidades possíveis: jogar dois anos, e o pagaríamos em cinco. Queríamos que o “pós-Messi” começasse em dois anos, mas não foi possível. Temos que conseguir que o Barça, sem Messi, siga dando alegrias aos torcedores”, disse Laporta, que presidiu o clube entre os gloriosos anos de 2003 e 2010 e reassumiu o posto com a missão principal de manter Messi.

Laporta esteve pela manhã no Centro de Treinamento Joan Gamper para explicar a situação aos outros atletas. A ausência de postagens dos colegas era outro indício de que a situação pudesse ter uma reviravolta. De acordo com o diário Mundo Deportivo, Messi ficou surpreso e “em choque” com a não renovação. Aos 34 anos, o jogador passava férias na costa espanhola, feliz com a conquista da Copa América pela Argentina, e decidido a seguir na Catalunha, onde sua família se sente bastante à vontade.

“Ele deixa um legado excelente. É o jogador com mais títulos da história do clube, marcou a melhor etapa da história do clube. Nos deixou muitas alegrias, muitas imagens para a história”, comentou Laporta.

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Laporta, porém, disse que, mesmo com Messi tendo aceitado uma considerável redução salarial, não seria possível mantê-lo sem ultrapassar o limite imposto por La Liga. “Desgraçadamente, recebemos uma herança nefasta. A folha salarial representa 110% das receitas do clube. Não temos margem. Quando chegamos ao clube, os números apresentados depois da auditoria foram muito piores do que nos haviam dito e do que prevíamos. As perdas são muito elevadas, as dívidas muito elevadas. “

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De acordo com a imprensa espanhola, ao faturamento do clube caiu de 671 milhões de euros para 347 milhões de euros, reduzindo em mais de 50%, portanto, a sua possibilidade orçamentária. Há ainda um componente político. LaLiga assinou contrato com o fundo de investimento CVC Capital Partners, que injetou 2,6 bilhões de euros na competição, em troca de 11% do negócio. A liga, então, ofereceu 270 milhões de euros da quantia de socorro Barcelona, o que aliviaria sua crise econômica, exigindo como contrapartida a assinatura de uma parceria de 50 anos.

A relação do Barcelona com La Liga, porém, está bastante desgastada pela operação em torno da Superliga. Dos 12 clubes criadores de um modelo próprio de competição que faria oposição a Liga dos Campeões da Europa, apenas Barcelona e Real Madrid não declararam oficialmente desligamento.”A inscrição de Leo passava por aceitar uma operação que não era interessante para o Barça. Entendemos que não tínhamos que aceitar uma hipoteca dos direitos televisivos do clube durante meio século”, afirmou Laporta..

O presidente da Liga, Javier Tebas, tuitou pela manhã que a oferta não representaria uma “hipoteca dos direitos de TV por 50 anos”, mas que poderia ajudá-lo a “hipotecar a teus bancos e resolver sua grande dívida”. Laporta rebateu dizendo que o Barcelona não interpreta desta maneira. “O negócio comporta riscos que não queremos assumir.”

Messi ainda não se pronunciou sobre a saída do único time que defendeu profissionalmente. Revelado nas categorias de base do Newell’s Old Boys, seu clube do coração em Rosário, o argentino chegou ao Camp Nou aos 13 anos e estreou na equipe principal em 2005. É o maior artilheiro da história do clube com 627 gols e, entre vários outros troféus, conquistou quatro Ligas dos Campeões, três Mundiais de Clubes e 10 ligas espanholas.

 

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